01 - Luna Marcondes

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Luna Marcondes

Continuo deitada, estamos passando o verão no vinhedo e meu pai resolveu vir para que protegesse os escravos que estão fugindo de seus antigos donos, estamos vivendo os anos finais da escravatura aqui na Espanha, temos alguns negros que trabalham para a nossa família mais eles são livres e meu pai paga um salário para os que decidiram trabalhar para a família.

Henriqueta, ela é uma negra que cresceu junto comigo, seus pais estão trabalhando para a nossa família desde sempre, sei que daqui a pouco ela vem pular em cima da minha cama para descer para tomarmos café, ouço as batidas dela, na minha porta, sem demora ela entra.

— Vamos Luna, sua mãe já está na cozinha ajudando a minha nos preparos para o café e seus irmãos já estão todos lá embaixo. — Ela fala suspirando.

Sei que ela é apaixonada pelo meu irmão mais velho Marcos, que além de herdar o nome do meu pai ele também herdou sua gentileza e humanidade, sei que ele jamais trataria minha amiga mal.

— Já estou acorda Henriqueta, vou só jogar um pouco de água no rosto e pedir para minha mãe fazer um chá para mim, estou sentindo dores na barriga. — Levantando sentindo um incômodo em minha barriga.

Olhamos para os lençóis, sinto um desespero em meu peito, minhas regras revolveram atormentar a minha vida.

— Luna... — Henriqueta me vira e observa minha camisola com uma grande mancha de sangue.

Passa as mãos no meu rosto e me ajuda com o que preciso, mas antes ela me avisa que precisa chamar a minha mãe para que ela fique ciente.

— Fique calma, chamarei a sua mãe e trarei uma bacia com água morna para que se limpe, já volto. — Ela diz.

Minha amiga sai, e me lembro das conversas do meu pai sobre meu futuro, sobre os planos para um casamento.

— Filha, não se preocupe, assim que suas regras acontecerem, arrumarei um bom casamento para você, como Dote darei a "LUZ DE LA LUNA", acharei um bom rapaz para você.

Enquanto estava perdida em pensamentos e com o rosto cheio de lágrimas, minha mãe entra no quarto toda esbaforida, e começa a enxugar meu choro.

— Não quero me casar, mamãe, por favor não estou preparada para isso. — Seguro nas mãos dela que, me dá um doce sorriso.

— Luna, deixe de medo, eu também o senti e olhando hoje para toda a tempestade que fiz nas saias de minha mãe, me arrependo muito, se ela tivesse me ouvido jamais teria construído nossa família e vocês são os melhores presentes que seu pai poderia me dar, pare com esse choro sem motivo, nem pretendente você tem, agora vá tomar banho a Henriqueta vai te ajudar e mais tarde conversaremos. — Minha mãe dá um beijo em minha testa e começa a sair do meu quarto.

— Onde a senhora vai? — Pergunto com medo de saber a resposta.

— Preciso contar ao seu pai sobre o que aconteceu. — Minha mãe demonstra estar mais feliz que qualquer outra pessoa estaria.

A Henriqueta me abraça e tenta me consolar, minha amiga me ajudar com o banho e me ensina como usar as toalhinhas de linho e tenta me contar sobre tudo o que preciso saber, agora preciso ter um cuidado muito maior com os homens.

— Luna não apertarei muito seu espartilho por que provavelmente sentirá dores esses dias, é melhor ficar folgada, não andaremos pelo sol também, ficaremos em casa até que fique melhor. — Ela já tinha me ajudado a me vestir, meus cabelos, deixamos com um pequeno coque solto e finalmente descemos para a mesa para o café.

— Filha, estou tão feliz por você, finalmente se tornou uma mulher feita. — Meu pai fala.

Ele se aproxima e me dando um beijo na testa, sinto minhas bochechas corarem e meu pai puxa a cadeira para poder me sentar e minha mãe também.

A PROMETIDA DO CONDE - EM ATUALIZAÇÂO -Onde histórias criam vida. Descubra agora