António Venturini
Quando a Luna me contou o que aconteceu a Henriqueta, minha vontade era de matar o José, meu pai sempre disse que nunca devemos forçar uma mulher a fazer o que ela não deseja, ainda mais forçar algo contra o seu corpo.
Olhar para o corpo da Henriqueta com marcas de arranhões e seu vestido rasgado me subiu um ódio tão grande daquele miserável, que reunimos todos os homens na busca daquele cretino.
— Vamos Marcos, com o tempo que se passou acho que ele não deva estar muito longe, minha sogra mande alguém até a sua propriedade e peça que nos ajude a procurar pelo capataz, mas não diga nada. — Peço a minha sogra.
Dona Marília, concorda e pede a Izabel que um dos seus filhos passe a levar o recado, vejo o quanto a cozinheira que cuidou tanto de mim está tão entristecida pela Henriqueta, mesmo assim a vejo mandar seu filho mais novo até a fazenda dos Marcondes.
— Vamos António nossos cavalos já estão selados ou não iremos conseguir chegar perto desse homem, que farei questão de ter o prazer de matá-lo. — Marcos diz furioso.
Saímos com os outros homens que estamos levando e começamos a vasculhar por toda a minha propriedade e nada dele, procuramos por cada lugar onde ele poderia usar como esconderijo, infelizmente não o achamos.
Quando chegamos perto do lago tinha um camisa muito parecida com a que ele vestia na hora que nós falamos, nos dividimos e cercamos o lugar, chegamos até bem próximo da casa dos Marcondes, mas não encontramos nenhum sinal que ele pudesse estar por ali.
O meu sogro e alguns outros homens vasculharam a terra deles atrás de alguma coisa que nos levasse até aquele infeliz. A falta de encontrar alguns vestígios estava nos deixando cada vez mais inquietos e irritados. Via isso no olhar furioso de meu cunhado.
Continuamos olhando por vários lugares e nada, os cachorros latiam em direção ao lago, mas ninguém via nada, não tem como alguém sumir dessa forma em tão pouco tempo.
Passamos a tarde toda nessa procura entre uma plantação e outra, mas tivemos que voltar para as mulheres que devem estar aflitas sem notícias, meu sogro pediu para que a esposa dele voltasse para casa e que depois levasse as moças de volta, que ele iria precisar ir à cidade para chamar a guarda.
Assim que voltamos demos o recado a minha sogra que não demora muito e vai embora em direção a sua casa. Sabia que meu cunhado estava enfurecido e que precisava pedir perdão a mulher que ama, então vejo Marcos subir para um dos quartos que tenho na casa e me pede descrição.
Sei o quanto ele deve estar se consumindo de raiva com o que aconteceu, via em seu olhar que ele precisava ter esse momento com Henriqueta. É claro que não iria comentar nada do tipo, já que eles estão praticamente noivos e se amam.
— Subirei com sua irmã, não se preocupe, não irei desonrá-la, estávamos conversando mais cedo e quero entender o que se passa na cabecinha dela. — Digo preocupado.
Afinal, Henriqueta é a sua melhor amiga e se algo aconteceu a ela dentro de nossa propriedade, ela pode estar se sentindo insegura de estar aqui. E não é isso que quero.
— E também quero me refrescar, mas também estou com medo de deixá-la longe das minhas vistas, principalmente com esse cara solto. — Olho para a propriedade que começa a escurecer.
Ele deve estar em algum lugar não muito longe, provavelmente deve estar esperando a escuridão para poder sair de onde esse entocou. Mas se ele acha que conseguirá se livrar dele, está enganado.
Com o meu sogro indo buscar a guarda com toda certeza ele será encurralado em algum lugar.
Pego na mão de minha noiva e noto quando ela fica meio receosa em subir. Digo o que preciso e a deixo sentada na cama.
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A PROMETIDA DO CONDE - EM ATUALIZAÇÂO -
RomanceEstamos no ano de 1820, na cidade de Servilha na Espanha, Luna Marcondes, uma jovem com seus dezesseis anos, nasceu em uma família dona de grandes vinhedos. Até que o seu pai inicia a procura para um pretendente para a sua única filha e para a luz d...