A PROMETIDA DO CONDE - EM ATUALIZAÇÂO -

25 - Luna Venturini

Luna Venturini

A viagem de Córdoba até Sevilha é bem cansativa, são muitas horas de viagem aguentando muito solavanco, mas não deixa de ser uma viagem agradável ao lado de António que tenta ao máximo para me entreter para não perceber o quão é desgastante.

Ao chegarmos em Sevilha, não passamos em nenhum outro lugar como estava acreditando que iriamos, fomos direto para mais uma propriedade que pertence ao meu marido. Sorrio ao pensar que agora sou uma mulher e uma mulher casada com um homem que vem demonstrando todo o seu cuidado comigo.

Entramos na propriedade, a casa que vim para a nossa festa de noivado depois da tourada, mas dessa vez havia um tecido preto em uma janela no anda superior de frente para a rua, a forma de dizer a todos que houve um falecimento em nossa família. Seguro na mão de António assim que passamos pelo portão e ele avista o tecido e principalmente os olhares tristes de todos os trabalhadores.

Nos aproximamos de todos, António os cumprimenta e pede para levar as nossas malas para o andar de cima, Izabel se aproxima de uma mulher e conversa com ela baixinho. Gosto de todos os trabalhadores daqui e assim como pedi para a Izabel, faço o mesmo pedido para todos eles que me tratem apenas como Luna.

Pode ser imaturidade, mas não consigo ainda me enxergar como Condessa Venturini, talvez os deixem me chamar de senhora Venturini se isso os deixar mais confortáveis. Vejo Izabel acompanhar a senhora que cuida da casa enquanto António nos puxa em direção à sala de jantar. O cheiro que vinha da cozinha estava delicioso, por curiosidade tenho vontade de me erguer e descobrir o que estava sendo preparado para o nosso jantar, mas uma mão se põe sobre a minha.

— Deixe de curiosidade, daqui a pouco elas trarão o nosso jantar. — António diz e puxa a minha mão e beija sobre a nossa aliança.

Nosso jantar foi servido e a carne de cordeiro estava, Izabel nos serviu e depois se retirou para descansar, estávamos todos cansados pela nossa longa viagem.

— Ficaremos alguns dias aqui em Servilha, preciso olhar todas as propriedades e depois iremos a Madri. — Ele diz com um olhar preocupado.

— O que tanto vem lhe preocupando? — Pergunto por curiosidade.

— O mensageiro, não havia necessidade de que ele fosse ao nosso casamento, sinto como se aquilo fosse uma pequena declaração do rei. — O vejo suspirar.

Em meio a nossa pequena conversa, a criada se aproximou e retirou a louça suja da mesa e nos serviu uma taça de vinho para mim e um cálice de licor ao meu marido.

Não é difícil perceber que ainda tenho muito para conhecer o meu marido, seus gostos e suas necessidades, não é porque ainda sou apenas uma menina que não posso surpreender António de algumas formas. Já percebi que ele gostou de estar na cama comigo, mas ainda não sei se é apenas para satisfazer suas necessidades, já que não está indo se encontrar com aquela meretriz, ou porque realmente gostou.

Estava tão cansada e queria um banho e poder descansar de nossa viagem.

— António? — Chamo a sua atenção. — Vou subir para tomar um banho e descansar.

Digo e o vejo sorrir, assim que levanto da mesa ele me acompanha e até a escada.

— Daqui a pouco estou indo ao seu encontro, vou apenas olhar algumas coisas no escritório. — Ele aponta para uma porta que estava entreaberta.

Começo a subir as escadas, mas me dou conta que não conheço o lugar e por uma graça divina António se dá conta do mesmo. Ele sobe comigo e entramos em alguns cômodos, mas paramos no maior quarto.

Gosto da decoração e de como tudo estava disposto naquele lugar, o quarto antigo dele ainda estava com uma cama pequena, o vejo olhar pelo corredor, então ele me leva para o antigo quarto que era da minha sogra. Estava com um enxoval limpo, o quarto estava organizado para a nossa chegada, estou tão cansada que António me beija e sai do quarto, me deixando para poder me refrescar e quem sabe descansar um pouco. Por sorte já havia água na banheira, tomo um banho relaxante e volto para o quarto, para minha infelicidade nossas malas ainda não estavam no quarto.