António Venturini
Montamos nos cavalos e galopamos em direção a minha casa, passamos pelas diversas ruas da cidade, ela estava movimentada demais, com a noite chegando via muitos homens da sociedade entrando nos prostíbulos.
Olho para a direção onde fica o bordel que Carmem está, passamos quase em sua frente. Sinto um aperto no peito com a sensação de que as duas pudessem ter se esbarrado pelas ruas da cidade.
Tenho evitando me aproximar desse local, por isso ofereci a casa ao meu tio, justamente para não precisar ter que chegar perto e ser abordado pela Carme. Respiro fundo e noto que meu tio entende o meu desconforto.
— Sabe que um dia precisará superar esse problema não é meu sobrinho? — Meu tio pergunta.
Viro em sua direção e vejo que ele está apenas tentando ser gentil, que esse problema será preciso que enfrente em algum momento e ponha definitivamente um ponto final.
— Sua esposa perceberá que tem algum problema acontecendo... — Volto a olhar para o meu tio.
Assustado que em algum momento Luna passe acreditar que ainda sinto alguma coisa pelo meu passado, mas já percebi que meu passado nunca teve o poder que a minha esposa têm sobre mim. Luna é uma mulher excepcional e a ter ontem sobre minhas pernas, mostrando seu poder e principalmente sua delicadeza, me fez perceber que estou apaixonado por minha esposa.
Começo a me afastar daquele lugar, deixando essa sensação de medo voltar a se espalhar por dentro de mim. Algo aconteceu com as duas para não terem retornado para a casa de meu tio.
Ao longe já conseguíamos ver que minha casa está iluminada e havia movimentação em seu interior, vejo o meu tio começa a se animar com a possibilidade de termos encontrado nossas esposas. Descemos dos cavalos assim que passamos pelos portões e um criado vem pegá-los para cuidar deles.
Entro em casa, passo pela sala de visitas e não encontramos nenhuma de nossas mulheres, continuo sentindo a mesma aflição que senti durante toda a nossa vinda até a minha casa que agora estava parecendo vazia. Olho para o meu tio e sigo até a cozinha, preciso perguntar a Izabel por minha esposa.
Assim que entro na cozinha vejo que Izabel estava preparando o jantar para ser servido, ela mexia uma panela com alguns legumes e algo mais que não sabia o que seria.
— Izabel? — Acabo assustando a mulher que estava a minha frente. — Minha esposa está em casa?
Pergunto quase que implorando que ela diga que Luna está em casa e segura. Vejo a mulher cuidou de mim como se fosse a minha mãe, virar em minha direção com um olhar irritado, algo que nunca havia visto em Izabel.
Por mais que tenha dado muito trabalho para o meu pai na questão daquela meretriz, ela jamais me olhou assim, com esses olhar magoado como estava. A vejo vira em minha direção segurando uma colher de pau e deixar uma lágrima escorrer.
— Boa noite, Conde! — Me responde com formalidade, estreito os olhos em sua direção.
— Diga o que houve... — Peço um pouco sem paciência.
Vejo meu tipo se aproximar e ficar na frente da senhora que cuida de mim e da casa com tanto carinho e amor.
— A senhora veio para casa bem antes do almoço, ela está no quarto desde cedo e se recusou em descer para comer qualquer coisa, parece que ela teve algum aborrecimento. — Izabel me respondeu.
Via em seu olhar a acusação pelo que havia acontecido, me aproximo de Izabel angustiado por não saber o que houve com a minha esposa.
— Aconteceu algo que eu deva saber antes de ir até minha esposa Izabel? — Pergunto preocupado.
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A PROMETIDA DO CONDE - EM ATUALIZAÇÂO -
RomanceEstamos no ano de 1820, na cidade de Servilha na Espanha, Luna Marcondes, uma jovem com seus dezesseis anos, nasceu em uma família dona de grandes vinhedos. Até que o seu pai inicia a procura para um pretendente para a sua única filha e para a luz d...