06 - António Venturini

110 23 25
                                    

António Venturini

Não tenho como negar que gostei de saber que o senhor Marcondes trouxe Luna para ir conosco para a tourada, eles confiaram em mim a ponto de deixar que fossemos sozinhos na mesma charrete. Conseguimos conversar e deixei bastante claro que a quero participando do gerenciamento da vinícola e do vinhedo comigo.

Já que havia percebido que ela tem um apego grande com aquele lugar e com as pessoas que trabalham para cada um deles, pelo pouco que meu pai contou, os Marcondes tem seus empregados como amigos, o que ainda não consigo entender.

Assim que chegamos a tourada, ficamos olhando o lindo espetáculo que as dançarinas de flamenco estavam dando, havia uma delas que me trazia a lembrança de Carmen, mas estávamos muito longe, então não conseguia reconhecer.

Estava tão concentrado olhando aquela dançarina que comecei a sentir sede. Decide ir comprar algo para beber, assim colocaria uma certa distância da lembrança que estava me afligindo.

Depois de tudo o que a Carmem me disse e a forma como ela se portou, deixando claro que meu pai e meu tio estavam certos, ela apenas estava me usando para conseguir uma vida boa e tranquila, longe daquele lugar.

Não irei mais procurá-la, darei a minha atenção somente a jovem que está ao meu lado com um sorriso lindo e gentil enquanto observava as dançarinas na arena.

Peço licença e vou até um quiosque providenciar suco para mim e minha futura noiva, atravesso a multidão que estavam tentando ter acesso ao espetáculo, sou grato por ser reconhecido por ser o filho do Conde de Servilha.

O que faz com que seja logo servido pegando uma jarra com suco e uma garrafa de vinho para mim e para quem mais desejar. Assim que saio de lá ouço o meu nome sendo chamado, olho para trás, mas não consigo enxergar quem me chamava.

Desisto de olhar e volto para o camarote onde Luna e seus irmãos me aguardavam com os nossos pais. Caminho desviando de todas as pessoas que estavam chegar a plateia.

Assim que chego ao camarote percebo que meus pais e os meus futuros sogros sumiram, ao que Luna disse eles foram conversar com alguém.

O dia estava bastante quente e não quero que Luna tenha alguma indisposição hoje, mas tarde selaremos o nosso noivado no jantar em família, com alguns nobres amigos do meu pai. Hoje é um dia importante para as nossas famílias.

Mesmo que o nosso compromisso seja algo bem recente, fico indignado ao saber que alguns dos amigos do meu cunhado ficam interessados ao ver minha futura noiva.

Como assim querem cortejá-la? Por um acaso não sou grande o suficiente para que me vejam ao seu lado dela?

Estamos andando de braços dados o dia inteiro, não tem como não terem percebido que estamos de compromisso!

Espero que eles comecem a respeitar a Luna, ou terei que ter uma conversa com cada um deles. O pensamento faz com que me pergunte o que está acontecendo comigo.

— António? — Essa voz, fecho os olhos e me viro.

Aquela voz vinha, não acredito que ela teve a coragem de se aproximar mesmo vendo que estava acompanhado com todos da família Marcondes.

Luna estava com suas mãos envolta do meu braço, o seu olhar vai em direção da Carmem e pelo que percebi sentiu vergonha naquele momento, enquanto o olhar de Carmem cai sobre minha prometida, ali tinha algo que não esperava da mulher que tinha planos, Carmem demonstrar ter repulsa ao me ver ao lado de Luna.

Noto que Luna mantêm a sua postura e não se deixa abalar, de enfrentar o desconhecido com a mulher que está na nossa frente. Olho para aquele par de olhos azuis ao meu lado e ouço uma voz diferente saindo daquela pequena mulher.

A PROMETIDA DO CONDE - EM ATUALIZAÇÂO -Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz