19 - António Venturini

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António Venturini

Deixo minha noiva na companhia de sua mãe para irem para a casa delas se arrumar, enquanto tenho que ir na força policial na cidade ao lado, meu tio Pedro vai comigo e voltaremos antes da cerimônia. Já estávamos nos cavalos quando meu sogro e Marcos vinham se aproximando no deles, diminuímos o galope.

— Bom dia, sogro que traz vocês até aqui uma hora dessas? — Pergunto aos dois que se aproximam.

Observo Marcos sorrir e o pai dele estender a mão para meu tio que o cumprimenta com um sorriso.

— Viemos conferir se não estaria fugindo do casamento cunhado! — Fico incomodado com a brincadeira de Marcos.

Meu tio se diverte com a brincadeira, até tento rir, mas não consigo, sei que ele percebe meu desconforto e o vejo interceder.

— Estamos indo na força policial da cidade e voltamos antes que comece o casamento. — Ouço o meu tio dizer.

Meu sogro olha em minha direção e faz seu cavalo trotar perto do meu, sinto quando põe a sua mão em cima da minha e deixo escapar uma respiração pesada. Imagino que ele não esperava me encontrar no início da estrada em direção à cidade.

Mas o que posso fazer, quero justiça por meu pai, aquele homem não pode sair impune pelo que fez. Ergo a cabeça e vejo em seu rosto toda a compaixão que estou me acostumando a ver no rosto de Luna, Fecho os olhos e tento me concentrar no que ele falará.

— Hoje é o dia do seu casamento, tente pensar somente nisso! — Via em seu olhos um pedido.

Sei que deveria realmente estar me arrumando para o meu casamento, Luna merece ter pelo menos o dia do nosso casamento tranquilo e não a confusão da força policial atrapalhando a nossa festa de casamento.

— Amanhã ou depois iremos lá, os nossos homens continuam a procurar por nossas terras. — Meu sogro afirma. — Não se preocupe, iremos achá-lo.

— Precisa pensar em sua colheita, meu cunhado. — Marcos, meu cunhado tenta me alegrar. — Agora vamos, daqui a pouco estará na hora de estar na frente do padre para ser o homem que se casará com a minha irmã.

Começo a rir e nego com a cabeça observando Marcos trotando com o cavalo na nossa frente, estava muito feliz com o seu casamento para acontecer com o meu. Confirmo com a cabeça e arrumo a minha postura apenas em pensar que mais tarde Luna será a minha esposa.

— Correremos as suas terras primeiro e depois iremos para as minhas. — Meu sogro diz batendo em meu ombro.

Vejo o meu tio se animar e mudamos o caminho. Fomos para o meu pequeno vinhedo, onde havia vários trabalhadores e eles me cumprimentavam tirando o chapéu. Não deixo de notar que todos eles estavam com um pequeno lenço preto amarrado nos braços, deixando claro que estavam de luto por meu pai.

— Bom dia, Conde, acredito que até o fim da semana já teremos concluído a colheita... —

Martinez diz apontando para o vinhedo que estava sendo cuidado pelos funcionários, mas eles não deviam estar aqui. Hoje é meu casamento, eles deveriam estar se arrumando para prestigiar a minha união com Luna e de meu cunhado.

Olho por cima do meu sogro e avisto a sua propriedade e vejo que estava vazia e só então me dou conta que hoje é domingo. Começo a me sentir culpado por tê-los ali trabalhando em pleno domingo.

— Martinez? — O chamo me sentindo culpado.

— Sim, conde! — Vemos ele voltando até onde estávamos.

— Dispense todos, hoje é domingo deveriam estar casa e se arrumando para a festa. — Digo olhando para o meu sogro que sorri.

— A festa do meu casamento será na propriedade dos Marcondes, quero todos lá! — Digo abrindo um sorriso. — Martinez, a partir de hoje, aos domingos não é necessário virem para o vinhedo.

A PROMETIDA DO CONDE - EM ATUALIZAÇÂO -Where stories live. Discover now