António Venturini
Deixo minha noiva na companhia de sua mãe para irem para a casa delas se arrumar, enquanto tenho que ir na força policial na cidade ao lado, meu tio Pedro vai comigo e voltaremos antes da cerimônia. Já estávamos nos cavalos quando meu sogro e Marcos vinham se aproximando no deles, diminuímos o galope.
— Bom dia, sogro que traz vocês até aqui uma hora dessas? — Pergunto aos dois que se aproximam.
Observo Marcos sorrir e o pai dele estender a mão para meu tio que o cumprimenta com um sorriso.
— Viemos conferir se não estaria fugindo do casamento cunhado! — Fico incomodado com a brincadeira de Marcos.
Meu tio se diverte com a brincadeira, até tento rir, mas não consigo, sei que ele percebe meu desconforto e o vejo interceder.
— Estamos indo na força policial da cidade e voltamos antes que comece o casamento. — Ouço o meu tio dizer.
Meu sogro olha em minha direção e faz seu cavalo trotar perto do meu, sinto quando põe a sua mão em cima da minha e deixo escapar uma respiração pesada. Imagino que ele não esperava me encontrar no início da estrada em direção à cidade.
Mas o que posso fazer, quero justiça por meu pai, aquele homem não pode sair impune pelo que fez. Ergo a cabeça e vejo em seu rosto toda a compaixão que estou me acostumando a ver no rosto de Luna, Fecho os olhos e tento me concentrar no que ele falará.
— Hoje é o dia do seu casamento, tente pensar somente nisso! — Via em seu olhos um pedido.
Sei que deveria realmente estar me arrumando para o meu casamento, Luna merece ter pelo menos o dia do nosso casamento tranquilo e não a confusão da força policial atrapalhando a nossa festa de casamento.
— Amanhã ou depois iremos lá, os nossos homens continuam a procurar por nossas terras. — Meu sogro afirma. — Não se preocupe, iremos achá-lo.
— Precisa pensar em sua colheita, meu cunhado. — Marcos, meu cunhado tenta me alegrar. — Agora vamos, daqui a pouco estará na hora de estar na frente do padre para ser o homem que se casará com a minha irmã.
Começo a rir e nego com a cabeça observando Marcos trotando com o cavalo na nossa frente, estava muito feliz com o seu casamento para acontecer com o meu. Confirmo com a cabeça e arrumo a minha postura apenas em pensar que mais tarde Luna será a minha esposa.
— Correremos as suas terras primeiro e depois iremos para as minhas. — Meu sogro diz batendo em meu ombro.
Vejo o meu tio se animar e mudamos o caminho. Fomos para o meu pequeno vinhedo, onde havia vários trabalhadores e eles me cumprimentavam tirando o chapéu. Não deixo de notar que todos eles estavam com um pequeno lenço preto amarrado nos braços, deixando claro que estavam de luto por meu pai.
— Bom dia, Conde, acredito que até o fim da semana já teremos concluído a colheita... —
Martinez diz apontando para o vinhedo que estava sendo cuidado pelos funcionários, mas eles não deviam estar aqui. Hoje é meu casamento, eles deveriam estar se arrumando para prestigiar a minha união com Luna e de meu cunhado.
Olho por cima do meu sogro e avisto a sua propriedade e vejo que estava vazia e só então me dou conta que hoje é domingo. Começo a me sentir culpado por tê-los ali trabalhando em pleno domingo.
— Martinez? — O chamo me sentindo culpado.
— Sim, conde! — Vemos ele voltando até onde estávamos.
— Dispense todos, hoje é domingo deveriam estar casa e se arrumando para a festa. — Digo olhando para o meu sogro que sorri.
— A festa do meu casamento será na propriedade dos Marcondes, quero todos lá! — Digo abrindo um sorriso. — Martinez, a partir de hoje, aos domingos não é necessário virem para o vinhedo.
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A PROMETIDA DO CONDE - EM ATUALIZAÇÂO -
RomanceEstamos no ano de 1820, na cidade de Servilha na Espanha, Luna Marcondes, uma jovem com seus dezesseis anos, nasceu em uma família dona de grandes vinhedos. Até que o seu pai inicia a procura para um pretendente para a sua única filha e para a luz d...