07 - Luna Marcondes

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Luna Marcondes

Constatar a quantidade de intimidade que aquela mulher de vida duvidosa falou com o António, me deixou inquieta, não consigo entender o motivo de ter ficado dessa forma, era como se ela me desafiasse.

Fiz questão de falar com ela da forma que sempre vi a minha mãe tratar as mulheres que se aproximavam de meu pai, sinto que foi o certo em colocá-la em seu devido lugar.

Mas será que realmente conduzi de maneira correta?

Sou apenas uma garota que teve que aceitar esse arranjo de casamento sem saber quem seria o meu noivo e, pelo visto, ele vem trazendo alguma carga consigo em seu coração.

Enquanto estou com os meus pensamentos no que ocorreu, ouço quando Henriqueta me chama para andar com ela um pouco mais na frente dos meus irmãos e de meu prometido.

— Vem Luna, vamos conversar um pouco sozinhas. — Ela fala rindo e me puxa. — Agora me diga o que foi isso que essa mulher de caráter duvidoso acabou de fazer.

— Não sei Henriqueta, mas a postura dela só me fez ter vontade de mostrar que não sou uma menina e tão pouco sou frágil para o António...

— Talvez possamos, sim, tentar ser felizes, mas quero saber toda a verdade. — Respondo com sinceridade.

— Se fosse comigo, acho que teria levantado a voz! — Minha amiga diz.

Começamos a rir, porque sei que ela não faria isso, minha amiga é a calmaria em pessoa, sem contar que ela mal olha no rosto das pessoas.

— Tenho certeza que se fosse a minha mãe, ela teria dito muito mais coisa e provavelmente ela terminaria o compromisso. — Penso um pouco.

Fico pensando um pouco sobre o assunto, ao lado de minha possível cunhada, talvez, ela estivesse certa sobre erguer a voz para aquela mulher.

— Não faz sentido terminar o compromisso Luna. — Henrique sussurra.

— Deixará o caminho livre para aquela mulher depois que veio te envergonhar na frente dos seus irmãos e dos amigos deles? — Ela me pergunta.

Talvez seja eu que esteja no caminho dela, é notável que António tem uma vida bem agitada, ele é um homem de grande formosura, com esses cabelos claros e o seu corpo robusto. Acabo suspirando ao pensar sobre esse detalhe.

Olho para trás noto que Marcos estava conversando com António que mantinha os seus olhos em mim, sinto o meu rosto esquentar, tenho certeza que minha pele deve estar corada nesse momento, ainda mais quando ele sorri ao meu olhar.

— Luna? — A ouço chamando a minha atenção. — Imagina se a Dona Marília estivesse aqui? — Não quero nem imaginar.

Com certeza minha mãe colocaria essa mulher no lugar dela e depois iria brigar com o António e com os meus irmãos para que eles não cometam o mesmo erro.

Minha amiga é bem espirituosa e sei que ela perguntou porque já sabemos a resposta, conhecendo minha mãe ela realmente faria isso se não, fizesse algo pior.

Continuo caminhando ao lado da minha amiga e percebo que meus pais e meu então sogro começam se aproximar com um olhar um tanto irritado.

Meu sogro se aproxima de António, diz algo que não escuto. Passo com os olhos por todos e vejo meu irmão ao lado de minha mãe, pela sua postura ao lado de meu pai, realmente o compromisso estava desfeito.

Dava para perceber que ela não estava satisfeita com a situação, com certeza meu irmão foi fofocar o ocorrido na hora que ele saiu de perto dos nossos irmãos.

A PROMETIDA DO CONDE - EM ATUALIZAÇÂO -Where stories live. Discover now