28 - Luna Venturini

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 Luna Venturini

Mesmo que esteja tentada em aceitar o passeio com Cecilia, fico preocupada pensando o que António dirá assim que souber que saímos da casa e atravessamos metade da cidade apenas para ver roupas.

Agora vejo uma Cecilia entusiasmada, totalmente diferente de poucos minutos atrás, que não sabia muito bem se me dava ouvidos ou não.

— Cecilia acredito que não seja uma boa ideia atravessar a cidade. — Digo preocupada.

Afinal, queria apenas ir até o outro lado da rua ou apenas ficar sentada na varanda em frente a sua casa e não atravessar a cidade. Pode ser perigoso e pior ainda.

Posso esbarrar com aquela mulher.

— Por que não? — Ela me pergunta confusa.

— Estou com medo de que acabe esbarrando com aquela mulher. — A vejo começar a rir.

Cecilia se ergue de onde estava sentada e senta ao meu lado com um olhar confiante, algo que nesse momento não tenho. Acabei de casar, mal conheço o meu marido e a vida de uma mulher casada.

O que descobrir até agora é que meu marido tem um fogo maravilhoso em sua virilidade e apenas o pensamento faz com que sinta um calor crescendo entre minhas pernas e um pulsar em meu ventre.

— Ela não teria coragem de te afrontar, até onde sei você a colocou para correr. — Franzo as sobrancelhas

Começo a rir da lembrança da tourada, mesmo que Carmem tenha tido coragem naquele momento para me afrontar como fez. Porque ela sabia quem eu era, ela viu que António estava de mãos dadas comigo, deixando claro que tinha um compromisso ali comigo.

Tenho certeza que meu marido também tem receio de que aquela meretriz me faça passa vergonha, se ela teve coragem de aproximar dele enquanto estava rodeado pela minha família, o que será que ela não faria se me visse sozinha pela rua.

— Não sei Cecilia... — Fico pensando sobre.

Nada adianta dizer qualquer coisa para Cecilia a vejo levantar e pegar a sua bolsinha e sua sombrinha, ela começa a ir em direção à porta e olha em minha direção. Ainda estava sentado no olhando o bordado que estava fazendo e tentando entender como ela mudou de decisão assim tão rápido.

Cecilia começa a sorrir me olhando tentando me incentivar para aceitar o passeio. Sinto que não deveria ir com a tia do meu marido em direção ao desconhecido dessa cidade.

Respiro fundo quando ela se aproxima e segura em minha mão, sinto seu puxão sutil e reviro os olhos. Talvez ela esteja tão entendiada aqui como estou, afinal a família dela mora no interior e vir para a cidade a deixou apenas com o Pedro ao seu lado.

— Se acontecer qualquer coisa, direi que a culpa é sua por ser mais velha e má influência. — Digo ao me erguer e colocar a minha bolsinha em meu pulso.

Cecilia começa rir, pego a minha sobrinha para sairmos, a vejo muito mais empolgada do que imagino que estaria. Estou com uma certa aflição de que tem tudo para dar errado nesse pequeno passeio.

Mas entendo que talvez ela apenas esteja tão entediada como estou, se António ficar chateado converso com ele da mesma forma como tivemos nossa conversa durante essa noite.

Já estávamos fora da propriedade do casarão de Pedro e Cecilia, algumas pessoas passavam ao nosso lado e faziam uma pequena reverência, me parecendo claro que é para a Cecilia. Tenho certeza que praticamente ninguém tem o conhecimento de que sou a nova condessa Venturini.

A PROMETIDA DO CONDE - EM ATUALIZAÇÂO -Where stories live. Discover now