Luna Marcondes
Na manhã seguinte do arranjo do casamento, meu pai havia me chamado para conversar com ele, sabia que seria sobre o casamento e isso estava me deixando entristecida.
Henriqueta, como minha melhor amiga, resolveu tentar me animar, chamando para passear, mas primeiro teria que conversar com meu pai que me aguardava.
— Não fique com essa carinha Luna, talvez você goste do noivo que seu pai escolheu. — Ela diz com um sorrio encantador.
Ela tem sorte que meu irmão gosta dela e principalmente meus pais, mas e eu. Não conheço o meu pretendente e provavelmente ele deve ser um homem sem escrúpulos.
— Tudo bem, Henriqueta, não se preocupe, uma hora ou outra aceitarei minha situação. — Digo e deito a cabeça no ombro da minha amiga.
Sei que não tenho mais para onde fugir, saio da varanda e vou para o escritório onde meu pai me esperava com meu irmão. Dou três batidinhas na porta e peço permissão para entrar.
Ouço a voz do meu irmão do outro lado da porta dizendo para entrar, arrumo o meu vestido e entro no escritório de meu pai, com um sorriso tímido, meu irmão se aproxima e beija a minha testa.
Sorrio para o meu irmão mais velho e meu protetor, passo a mão no lenço que ele tinha em seu casaco. Sinto a sua mão em minha cintura me conduzindo para sentar na cadeira de frente para nosso pai.
Olhar para meu irmão Marcos é como olhar para o meu pai, com alguns anos a menos. Don Marcondes, dono de maior vinhedo da Espanha, casado com Marília Marcondes, formam um casal apaixonado, é até difícil de acreditar que o casamento deles foi arranjado por meus avós.
— Filha te chamei para lhe informar que o Conde aceitou o compromisso que fiz com ele. — Meu pai diz.
Ouço a confirmação do meu pai e deixo o ar sair, nem percebi que estava prendendo a respiração, sinto a mão do meu irmão na minha deixando um carinho nos meus dedos. Mantenho a cabeça erguida, mesmo assim é impossível não deixar que uma lágrima não escorra.
— Prometo que se o filho do Conde te fizer algum mal eu mesmo ensinarei uma lição, nossos pais te criaram para ser adorada por qualquer homem e não será ele que fará você sofrer. — Ouço meu irmão e sorrio para ele.
Amo meus irmãos por isso, até mesmo Miguel sendo o caçula, é tão protetor quanto todos os outros Marcos.
— Tudo bem, irmão, acredito que ele não me tratará mal e farei minha parte para construir uma relação boa com ele, só espero que ele faça o mesmo. — Olho para meu pai e pergunto. — Terei a oportunidade de conhecer meu pretendente antes da festa de noivado?
— Sim, iremos à cidade para a tourada e faremos a festa de compromisso de vocês, acredito que irão morar na casa da vinícola. — Vejo que meu pai fala com um pouco de incerteza. — Ou podem ficar com essa aqui, será a decisão que seu marido terá que tomar. — Ele diz.
Fico triste em saber que iremos nos separar, meus pais irão se mudar para o outro vinhedo que será do meu irmão para quando ele se casar.
— Pai, posso ficar com a Henriqueta durante um tempo... — Meu irmão me interrompe.
— Não, a Henriqueta vai conosco para o Las Nuvens. — Olho para o meu pai que apenas rir.
— Claro que pode, pedirei aos pais dela que ela fique um tempo com você. — Olho para ele um pouco mais feliz.
— Mas se o seu irmão pedir a mão dela em casamento não poderei permitir isso, porque já passou da hora do Marcos criar vergonha na cara e aceitar que gosta da Henriqueta. — Olho para o meu irmão e vejo que ele ficou aturdido com a informação.
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A PROMETIDA DO CONDE - EM ATUALIZAÇÂO -
RomanceEstamos no ano de 1820, na cidade de Servilha na Espanha, Luna Marcondes, uma jovem com seus dezesseis anos, nasceu em uma família dona de grandes vinhedos. Até que o seu pai inicia a procura para um pretendente para a sua única filha e para a luz d...