Com o fim da Guerra dos 100 anos Aang, Sokka, Katara, Zuko, Toph, Suki e todos os personagens que amamos precisam passar pelo segundo grande desafio de suas vidas: Restaurar e equilibrar o Novo Mundo em que desejam viver. Mas as coisas não são tão s...
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KATARA
Tyro estava lutando com alguns dominadores logo a frente, e ela entendeu que o velho tentava, em desespero, proteger o corpo inerte do filho.
Foi então que ela sentiu algo se rompendo dentro de si. A Lua começava a apontar no horizonte, ainda meio escondida pela copa das árvores, mas a luz prateada já se infiltrava por entre as folhas e banhava aquela cena asquerosa. Katara sabia que ela já não estava em seu ápice mais, sentia a energia se caminhando para um estado de minguante, mas ainda assim era forte o suficiente. Meses atrás ela estava em uma mesma mata como aquela sob condições diferentes, porém, ainda tão parecidas... E apesar de tudo, tinha aprendido tanto aquela noite... Talvez fosse hora de usa-las. Outra vez.
Ela fechou os olhos, apenas por um segundo, e respirou fundo. Os movimentos rápidos e fluidos lhe eram naturais. As árvores ao redor rangeram e se romperam em uníssono quando toda a sua humidade interna foi subitamente retirada. Uma grande clareira se abriu e a Lua invadiu a área, reluzindo ainda mais em contato com a grande massa de água que Katara sustentou acima de todos.
Os dominadores pararam. Fossem de terra ou de fogo, todos surpresos, olhando para cima, alguns tentando entender, outros apenas assombrados. Menos um. Katara o viu encarando-a. Ele devia ser o mandante daquele ataque.
-Você! – Ela o chamou. - Mande todos recuar e se entregar. Agora! – Ele abriu um meio sorriso e uma sombra passou sob seu olhar. Para manter a água, Katara estava sem guarda, e com seu centro totalmente exposto, então ela entendeu o que aquele homem pretendia.
Ao invés de se curvar ele correu para ela, preparando um jato de fogo que a atingiria em cheio. Katara soltou a água que se transformou em pontiagudas agulhas de gelo, cercando todo o perímetro, e deixando a ameaça bem clara para todos. Algumas delas foi direcionada para o espaço entre ela e o comandante, criando um obstáculo para ele e dando-lhe uma última oportunidade de parar. Uma grande explosão as arrebentou, e ele continuava, sem desacelerar nenhum pouco. Ele estava muito certo do que queria fazer, e ela também. Foi difícil sem o poder total da lua, mas ele caiu de joelhos ainda se arrastando um pouco devido a inercia de sua corrida. Derrapou até bem próximo dela, e ali ficou, com o rosto sob o solo nu.
-Mande todos recuar e se entregar, agora! – Ela repetiu.
-Mas o que... – Ele lutava para resistir a dominação, e parecia desesperado. Katara sabia que aquilo era errado, mas tudo naquele lugar estava errado. Ela não podia deixar mais ninguém sob seu comando se ferir. Demonstrar o poder, sem realmente precisar usá-lo em todos... Vencer pela intimidação poderia ser o melhor caminho ali.
-Você não me escutou?
-Homens! – Ele tentou falar alto, mas a voz saiu quebrada e arfante. – Homens... A luta acabou.
