Amparos - Parte 02

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NOTA: Neste capítulo há referencias à HQ "Team avatar tales", mais especifico da história "Sisters". Mas  não é necessario ter lido o material para o total entendimento da história aqui contada.

KATARA


O lugar era um verdadeiro labirinto, passagens escuras que levavam a destinos incertos... Katara suspeitava que sem um norte sólido, tantos caminhos intrincados poderiam facilmente deixar até mesmo a mais segura das pessoas perdida, e, a cada passo, mais próxima do desespero.

Sabia, contudo, qual o caminho que devia tomar. E isso... Bom, no caso, isso não a acalmava realmente. Muito pelo contrário, parecia que estava se arrastando para um de seus mais profundos pesadelos... Hama.

Encarar a velha dominadora de sangue. Cuidar dela. Não. Não era cuidar dela... Era cuidar das feridas e consequências de 100 anos de guerra. E de seus frutos monstruosos.

Essa era a verdadeira missão que assumiu, não foi?

Era hora de cumpri-la.

Tornou a reprimir a centelha do desespero em seu peito. Os conselhos de Pakku ressoavam como uma voz fantasmagórica naquela escuridão. ..." Ação é caráter... O que fizer sobre pressão é o que mostrará quem você realmente é."

Neste processo seria capaz de não tornar a si mesmo uma abominável criatura também? Afinal o que mais seria se não mais uma das consequências de uma Guerra hedionda...? As perdas, a dor, o medo e o ódio... Todos aqueles lhe eram sentimentos íntimos.

Tentou com todas as suas forças ser racional e justa. Não ceder ao impulso, à vingança a selvageria e a monstruosidade. Mas equilibrar esse seu próprio sofrimento, o sofrimento de seu povo, de sua família, de sua avó, com suas novas responsabilidades, Zuko, o povo dele e a culpa daquilo tudo que eles carregavam... Isso havia se mostrado ser uma tarefa bem mais árdua do que parecia ser possível. E apenas frustração, decepção, rancor e antipatia, vindos dos dois lados envolvidos, parecia ter sido sua recompensa pela tentativa de seguir pelo caminho da moderação.

Dois lados... Ainda havia dois lados. Será que algum dia haveria de não mais os ter?

Katara podia sentir a mais profunda e inóspita desesperança tomar conta de seu ser enquanto desfazia as fechaduras à sua frente. Hama era só uma pessoa. Uma idosa que carregava anos de sofrimento consigo e que não conseguiu lidar com toda a dor a qual foi infligida. Quantas pessoas não haviam de existir assim pelo mundo?

E como lhe estava parecendo ser fácil cruzar esta linha da razão e permanecer se justificando da dor...

Terminou de desenroscar a trava principal da pesada porta de ferro maciço e ela se abriu produzindo uma alta lamuria aguda.

Livro 4: O Novo MundoOnde histórias criam vida. Descubra agora