Embaraços

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ZUKO


Tinha perdido todas as suas forças por um momento. Era como se seus músculos estivessem em um limbo e apenas flutuassem... Sem direcionamento, sem controle... Agiam por conta própria, ao bel prazer.

Ahh, e que prazer!

Cada toque entre suas peles, cada arfar que produziam, cada afago entre seus lábios, cresciam em energia e se tornavam cada vez mais extasiantes, o atual sempre maior e melhor do que o anterior...

Assim como em seu corpo, foi o efeito em sua mente. Absolutamente tudo tinha ido embora. Nenhum pensamento, nenhum problema, nenhuma preocupação, nenhuma dor... Nada. Não existia mais nada além dela e das sensações que ela lhe causava. Foi tão fácil deixar tudo de lado por um tempo e apenas a sentir junto de si, correspondendo em vontade e intensidade...

Correspondendo! Realmente correspondendo! Podia gritar de contentamento se não estivesse tão ocupado...

Cheiro, sabor, textura e calor. Pareciam ser as únicas coisas que o ligavam ao plano físico no momento, e tudo isso vinha dela...

Se permitiu afundar completamente, de bom grado, na onda crescente que o agarrara e arrastara para se afogar naquele oceano de felicidade onde tudo era progressivo...

Como a batida de seus corações... Os arquejos e os ritmos de suas respirações... E, da ardência do desejo presente em cada uma daquelas insinuações...

Não havia tempo para ponderação. Consciência e comedimento estavam passando cada vez mais longe... E, nenhum deles parecia ter o mínimo de vontade em romper com essa conexão.

A coisa toda podia ter começado como algo, de certa forma, terno, mas já não era tão assim mais... Tinham se movimentado um bom número de passos. Zuko tinha perdido o momento em que isso havia ocorrido. Se afastaram de seu adormecido tio, e agora se encontravam mais próximos da penumbra de um canto, no limite do aposento. E estavam bem mais do que próximos um do outro, quando a porta se abriu de súbito.

Foi como levar um soco.

Tudo voltou em um instante.

Ser obrigado a voltar à realidade de forma tão brusca o deixou desorientado por um segundo. Se afastou imediatamente de Katara, levando a mão as têmporas, tentando se recuperar.

-Heeeiiiii... – A voz de Sokka foi decaindo, como tudo mais naquela situação. Com exceção da cabeça de Zuko. Dentro dela tudo borbulhava de uma só vez.

O que estava fazendo? No que estava pensando quando... Ahh! Não estava, né?! Ele não podia...! Ele não devia...! Tinha prometido. Tinham um acordo. E depois de tudo o que descobriu naquela tarde... Monstruosidade...! A onda de contentamento foi rapidamente substituída por uma de arrependimento. Não fazia ideia de como agir agora... E Sokka parado ali...!

Livro 4: O Novo MundoWhere stories live. Discover now