Providências

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KATARA


O banho quente não ajudou a relaxar como imaginou que faria. A ansiedade dos últimos momentos com Zuko teimava em não a deixar descansar. Quando Katara fechava seus olhos várias cenas meio desfocadas se formavam e dançavam em suas pálpebras, até finalmente desistir e abri-las novamente. Rolava de um lado para outro e não conseguia achar uma posição confortável. O colchão novo poderia ter sua culpa, mas era mais do que isso... A noite anterior havia se passado exatamente desta forma, porém se nela a inquietação era de como o casamento seria, esta estava sendo de como o casamento foi.

Pensava em tudo o que acontecera e em todas as futuras providências que precisariam tomar. E até aí tudo bem, era totalmente coerente. Mas algumas imagens se destoavam deste raciocínio. Era um misto de fatos com sugestões, possibilidades e... Desejos? Não, não... Ela estava apenas impressionada com o evento recente, ainda muito imersa no contexto do casamento, então também era compreensível sua mente cansada lhe fazer vaguear por ideias absurdas. Velas e pétalas vermelhas... A apresentação do casal... O rosto da moça sentada em seiza se confundia com o dela e de seu companheiro atras, com... Katara voltou a refrear a linha de raciocínio enquanto sua respiração se acelerava e um estranho formigamento lhe tomava. Não era correto permitir aquelas coisas acontecer nem em pensamento.

Na praia ela tinha se permitido sentir mais do que devia, mas Zuko se manteve à realidade. E era assim que precisava de ser. Ela não tinha muita certeza, mas pensava que tinha visto alguma centelha de intenção em seu olhar em mais de uma ocasião. Principalmente nessa noite, naquele momento da praia e depois na gruta... Contudo, se assim fosse, o comedimento e a responsabilidade dele sempre falaram mais alto. Katara também não se permitiria quebrar com as premissas do acordo, afinal aquilo estava longe de se tratar apenas dos dois. Zuko tinha uma Nação, deveres políticos e problemas em escala global para se preocupar. E, mais importante, ele tinha a Mai. Ele recebera uma carta dela um pouco antes de seu casamento. Zuko havia dito isso a ela enquanto discutiam os planos para com os Sábios, logo após ao atentado durante a cerimônia. Havia mencionado apenas sobre as notícias do Reino da Terra e que logo deveriam ir a Ba Sing Se, mas Katara tinha suas dúvidas se era tudo o que continha na correspondência... Não seria estranho que Mai tivesse algumas palavras para dizer a ele, principalmente nesse dia... E isso não era da sua conta. Afinal todo esse arranjo só foi possível devido à boa vontade e capacidade de auto sacrifício dela e seria a mais baixa traição se Katara ou Zuko permitisse que algo acontecesse. Ou ainda pior, se algo acontecesse e terminasse mal.

Quanto mais Katara pensava, mais conseguia prever consequências negativas em todas as esferas, social, política, governamental e particular, independente se aquilo resultasse em um relacionamento que desse certo ou não. O melhor era se ater ao plano de Sokka e em alguns anos tudo estaria estabilizado e eles livres para viver suas próprias vidas. Além do mais para que estava se quer cogitando um relacionamento? Que perca de tempo... Precisava era descansar! Ela se virou novamente, afofando mais o travesseiro decidida.

Livro 4: O Novo MundoOnde histórias criam vida. Descubra agora