Núpcias produtivas

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KATARA


Katara os impulsionou para cima, não fazia sentido se esconderem mais. A luta já fervia quando chegaram à superfície e ela precisou estudar rapidamente a cena. Estava escuro e as poucas fontes de luz vinham de dobras de fogo ou pequenos archotes fincados nas pedras. Além de uma pequena fresta de luz perolada, que invadia a gruta por cima, provavelmente fruto do rombo que Toph havia feito para entrar ali. Parecia que três barcos estavam ancorados, ambos pertencendo a marinha do Fogo. A tripulação devia estar toda desembarcada, ao menos uma centena de homens, composta por soldados. Menos um, Katara o diferenciou imediatamente dos demais. Deveria ser esse o dono da melodiosa gargalhada pois ainda permanecia com um enorme sorriso no rosto e não se esforçava para entrar na briga, apenas a assistia, quase como se fosse um espetáculo. Seus únicos movimentos eram para desviar os detritos gerados pela luta de Toph, ele era um dominador de terra. Toph, por outro lado, estava afundada em uma pilha de pedras que giravam perigosamente acertando todos ao seu redor. Já tinha invalidado ao menos uma dúzia de combatentes. Suki não estava muito distante, com vários caídos aos seus pés, meio amolecidos por terem os chis bloqueados. Sokka estava com uma espada na mão, provavelmente tirada de algum dos soldados, e dava combate a dois atacantes.

Katara correu para próximo do irmão, e Zuko a seguiu. Ela pôde senti-lo se posicionando contra suas costas e sabia o que aquilo significava. Era uma estratégia desenvolvida por Sokka que tinha dado muito certo. Dominação de fogo e dobra de água tinham estilos de golpes e a forma de bloqueá-los muito distintos um do outro, então se tornava muito complicado para um inimigo decifrar seus padrões, e ainda mais para se defender de seus ataques mútuos e simultâneos. Tinham a vantagem também de nunca precisarem de se preocupar com suas retaguardas, sempre a tendo protegida, um pelo outro. Mesmo com aquela pequena fresta de luz lunar entrando, Katara era capaz de sentir todo o seu poder a inundando. Ela formou longos tentáculos de polvo, que iam se enroscando em seus inimigos e os atirando no escuro lago. Depois bastava congelar a superfície de onde se acumulavam. Zuko pareceu entender sua estratégia, e logo forçava seus adversários contra a, agora, agitada superfície.

Inicialmente quando Toph atacou sem aviso ou um plano, Katara ficou temerosa, a ação poderia facilmente sair do controle e eles não teriam nenhum reforço para ajudá-los, mas agora, com o desenrolar da luta se sentia viva e animada. Aquela odiosa baía podia não lhe despertar boas lembranças, mas com seus amigos ali, não tinha com o que se preocupar. Rapidamente a situação foi resolvida e, para este tipo de embate, com um louvável nível de tranquilidade e segurança. Contudo ainda havia uma incógnita. O homem troncudo e sorridente estava cercado por todo o grupo, com os braços levantados em sinal de rendição e uma expressão maliciosa no rosto.

Livro 4: O Novo MundoWhere stories live. Discover now