Capítulo 05

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A impaciência de Porchay ficava cada vez maior e a todo momento ele tocava o mouse do monitor afim de adiantar a fita, mas logo desistia e esperava mais alguns minutos.

Porchay jogou a cabeça para trás, mas depois de ouvir o som da porta do bar soar nas caixas de som ele voltou a encarar a tela.

Seis homens armados e mais fortes que Kim entraram no bar, mas isso não o intimidou e ele continou sentado ali como se ninguém tivesse entrado no bar aquela noite.

Com o insulto de Kim sobre Vegas a arma foi apontada na sua direção e ele pulou para o lado de dentro do balcão e novamente voltou para cima dele atingindo dois dos homens com chutes no rosto. Por um breve momento ele se escondeu de novo, mas logo voltou a aparecer em cima da mesa. Kim parecia dançar enquanto atingia os homens com fortes chutes no rosto que os faziam cair, tudo isso apenas deslizando pela madeira lisa do balcão.
Ele não estava preocupado quanto as armas, os seis homens pareciam crianças perto dele. Eram golpes graciosos como aqueles de filmes de ação.

Enquanto Porchay assistia ao Kim bater em todos aqueles homens era como se ele pudesse sentir a dor que cada um deles sentia depois de ser esmurrado pelo Kim. A cada golpe e cada batida de cabeça na mesa de madeira, Porchay abria a boca desacreditado. Com todos os homens no chão, Kim limpou as mãos em uma flanela.

— Como você pode pensar em limpar as mãos numa hora dessas?! Eu estava ali, Kim!

Chay estava alarmante e indignado se perguntando como Kim poderia pensar em limpar as mãos. Para ele não foi suficiente ver que mesmo com todos aqueles homens armados Kim não deixou que nenhum deles o machucasse? O que mais Kim precisaria fazer ou o que mais ele precisaria ver para entender que Kim teve seus motivos para deixá-lo?

Porchay ainda estava imóvel enquanto observava Kim, mas ele logo se arrumou na cadeira depois de ver um dos homens levantar do chão e apontar a arma para ele. O medo que Porchay sentiu o fez inspirar forte demais e ele levei a mão até a boca, tapando-a.


Kim não teve um arranhão e nem deixou que o menino tivesse.

Quando aquele homem apontou a arma para Chay, Kim reagiu imediatamente sem medo algum de que poderia facilmente ser baleado, mas nada no mundo era mais importante para ele do que Porchay.

Enquanto assistia a tudo aquilo, Porchay mantinha suas mãos apoiadas na perna e suas unhas estavam fincadas ali deixando marcas e manchas vermelhas. Ele suava frio pelo medo de que Kim se machucasse, mas nada aconteceu com ele. Todos os homens estavam mortos no chão do bar e no final de tudo o que acabará de acontecer ali, o menino Chay levantou suas mãos e gritou pelo fim do jogo.

Ele havia ganho o jogo no exato momento que Kim detonou tudo atrás dele.

Com o grito de vitória de Porchay, Kim encarou seuas costas e brevemente sorriu, dando as costas e indo embora. Ele era intocável.

Aquele meio sorriso que ele deu antes de sair do bar havia mexido com Porchay naquela noite. As perguntas estavam cada vez mais frequentes na cabeça de Chay.

" Por que você nunca me permitiu saber disso?"

" Por que você me deixou, mas ainda assim continua tomando conta de mim?"

Ele deixou sua cabeça cair para trás e fechou os olhos enquanto sentia as lágrimas inundarem seus olhos sem aviso prévio e caírem pelo canto do olho.

Aquela noite havia sido incrível, repleta de emoções fortes, risadas, choros e sentimentos incontroláveis.

Porchay saiu da sala e caminhou silenciosamente pelo corredor escuro vendo Khun e Yok no fim dele, eles estavam bebendo juntos do Arm e do Pol.

— Vocês estão bêbados?

Chay perguntou com a voz baixa e encarou cada um deles, mas só Yok e Arm negaram.

— Conseguiu o que queria, menino Chay?

— Consegui, Yok. Obrigado por me dar acesso. Arm, pode levar o Tankhun e o Pol para casa? Eu vou ficar bem.

— Posso te deixar em casa primeiro e depois vamos embora.

Porchay se despediu da Yok com um abraço frouxo e eles logo voltaram pro carro.

O caminho de volta para casa foi tudo, menos tranquilo. Tankhun subiu no banco e colocou metade do corpo para fora do teto solar enquanto sacudia a cabeça gritando alto e girando os braços sem parar.

— Arm, pode por favor não contar ao Porsche que Tankhun andou de moto pela primeira vez e foi comigo na garupa?

Perguntou para Arm depois que o guarda-costas o deixou na frente de sua casa e ele logo sorriu.

— Porsche não vai saber de nada, Chay. Se precisar de alguma ajuda é só ligar!

Com a deixa de Arm, Porchay entrou em casa e trancou a porta, se jogando em seguida no sofá.

Tinha sido uma noite longa e cheia de reviravoltas. Já era bem tarde quando o garoto decidiu deitar.

Sua cabeça estava pesada e parecia submersa por conta dos pensamentos incessantes que vinham como ondas, um por cima do outro, mas depois de tantos caldos ele dormiu.

Na manhã seguinte, Porchay foi acordado por um barulho alto de vidro sendo quebrado e sem delongas ele levantou para verificar a casa.
Ele descia as escadas de forma despreocupada e como sempre, sem pressa.

Como ele havia presumido, a casa estava vazia, mas haviam cacos de vidro por todo lado e tinha um grande buraco na parte de cima da porta de vidro. Parecia que algo realmente tinha sido lançado ali, mas não havia nada no chão.

"Talvez tenha estourado como já aconteceu uma vez."

Era isso que Chay achava ter acontecido, mas isso era só a ponta do iceberg.

"Se o Porsche souber disso vai querer contratar o FBI para cuidar de mim. Depois ligo para um vidraceiro e peço ajuda."

Por que ele deveria se preocupar com isso?

KimChay: Por Que Você Não Fica? Where stories live. Discover now