Capítulo 06

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Deve ter apenas estourado, corremos esse risco quando compramos ou temos algo de vidro em casa, era isso que Porchay achava sobre o acidente.

O dia lá fora estava chuvoso e o garoto não tinha nada para fazer.
Aquele era seu dia de folga. Folga das atividades escolares, folga do trabalho no bar, folga de tudo que ele podia fazer naquele dia.

" Talvez eu devesse descansar e assistir alguns filmes? Meus amigos estão viajando. Porsche está ocupado. Tankhun deve estar de ressaca a essas horas, e o Kim deve..."

Com as últimas palavras saindo de sua boca de forma involuntária Porchay parou para pensar no que acabará de dizer. Foi totalmente por impulso, mas esse impulso poderia ser o gatilho para mais um dia longo com seus pensamentos focados em outra pessoa.

Entediado com o dia chuvoso, Porchay olhou ao redor e viu a bagunça que estava em sua casa e viu que precisava urgentemente arrumar tudo.
Haviam bolinhas de papel por todo lugar na casa, menos dentro da lixeira que era onde elas deveriam estar. Haviam também alguns pratos sujos na pia e algumas panelas e pratos limpos espalhados em cima da mesa.

Hoje ele teria que fazer tudo que evitou por alguns dias e colocou a desculpa no trabalho e escola.

Chay pegou a vassoura e alguns produtos de limpeza da área de serviço e começou arrumando a bagunça de seu quarto, ele estava um caos.
Porchay trocou os forros de cama e limpou a poeira de cima dos móveis. Limpou as estantes e os livros que estavam empoeirados.
Depois de limpar tudo que estava sujo e arrumar o que estava fora do lugar no quarto, Porchay tirou o violão do lugar para limpá-lo e viu embaixo do suporte dele uma chave de gaveta, era a chave da gaveta em que ele havia guardado as fotos de alguns momentos em que esteve com o Kim.

Ele apanhou-a do chão e colocou na fechadura da gaveta, mas hesitou na hora de abrir.
Isso não deveria estar ali, será que foi apenas uma mera coincidência? Essa chave deveria estar no quarto que agora está coberto de lembranças. Um memorial de quando ele não imaginava ter nenhum tipo de envolvimento com Kim, ele apenas o admirava.

"Não seria melhor jogar a chave fora?"

Pensou consigo, mas sacudiu a cabeça afastando esses pensamentos. Afinal, eles não se falavam mais, não tinha mais nenhum contato, então não tinha nenhum risco de por sentir falta dos momentos, Porchay o procurasse, certo?

Ele girou a chave e abriu devagar a gaveta vendo ali  todas aquelas lembranças de alguns momentos deles que não voltariam mais.
As fotos foram tiradas na câmera Polaroid que Porsche havia dado para Porchay. Fotos com filtros vintage e antigos. Ver aquilo fez o peito de Chay doer.
A primeira foto que ele chegou a ver dentro da gaveta.

Vendo os dois sorrindo assim quem poderia imaginar que dias depois dessa foto eles não estariam nem sequer se falando?Eles pareciam estar tão felizes quando a tiraram

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Vendo os dois sorrindo assim quem poderia imaginar que dias depois dessa foto eles não estariam nem sequer se falando?
Eles pareciam estar tão felizes quando a tiraram. Como eles foram de tudo para nada em questão de dias?

Porchay enxugou as lágrimas que caíam despercebidas outra vez e devolveu a foto à gaveta, trancando-a e jogando a chave dentro do amontoado de roupas em seu guarda-roupa.

Por mais que o orgulho de Porchay não o deixasse voltar atrás e entender o porquê daquilo, ele ainda tinha seu número salvo no celular.
Por muitas vezes ele havia pensado em ligar, em mandar alguma mensagem, em procurar por ele.

Mas por que ele faria isso? Ele nunca está longe o suficiente dele, mas ele sabia que não era assim que o queria. Porchay queria o Kim ali, ao seu lado em dias como aquele.

A nostalgia é traiçoeira, quanto melhor a lembrança, mais dor ela irá causar.

"Por que ele me salvou duas vezes? Se queria tanto ficar longe de mim, por que só não o fez? É para me confundir mais? Sua confusão tá me matando, Kim. Sua falta tá acabando comigo..."

Mais um dia como em todos os outros dias dos meses que se passaram, Chay estava triste de novo. Estava chorando junto do céu, estava desaminado e quieto.
Na tentativa de fazer Kim sair de seus pensamentos, Chay colocou uma música e pareceu funcionar.
Ele demorou algumas longas horas para arrumar toda a casa e quando desceu as escadas ainda cortou o pé em um dos cacos de vidro que estavam ali no chão.
Depois de tomar banho naquela tarde, ele enfaixou o pé e deitou na cama para descansar. Ele mal conseguia andar e estava se perguntando o quão profundo podia ter sido o corte.
Um tempo depois de pegar no sono, Porchay acordou com uma ligação da Yok.

— Chay?!

A voz do outro lado da linha era doce, mas parecia agitada.

— Yok, tá tudo bem? — perguntou Porchay afastando o lençol de seu corpo e quando foi se arrumar na cama para sentar ele viu que seu pé e a faixa que usava estavam sujos de sangue e também tinha manchado a cama — Merda!

Num salto ligeiro, Chay levantou da cama e quando seu pé tocou o chão ele sentiu uma dor insuportável que o fez perder o controle e cair de volta na cama.

— Porchay?! O que foi isso?!

— Não é nada, Yok. Derramei água na cama. O que você dizia?
"Merda! Não para de sangrar!"

— Queria pedir que viesse me dar uma força no bar, um dos meus garotos está doente e hoje está bem movimentado, poderia fazer isso?

"Merda!"

Ele continuava falando consigo mesmo enquanto pensava numa resposta para Yok. Ele não queria deixá-la na mão, ela precisava de sua ajuda e ele se sentia na obrigação de ajudá-la.

— Claro, Yok, vou adorar ajudar.

— Desculpe estar te pedindo isso no seu dia de folga, não chamaria se não fosse realmente nescessário.

— Eu sei disso, não tem problema. Só vou tomar um banho antes de ir.
"O que eu acabei de fazer?

KimChay: Por Que Você Não Fica? Where stories live. Discover now