Capítulo 13

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Então Tankhun proclamou ali diante de todos.

— Escutem aqui todos vocês! Porchay faz parte da família, se alguém destrata-lo vai se ver comigo.

Porsche e Chay se entreolharam através dos braços abertos de Tankhun sem entender o que havia acontecido ali.

— Pronto, agora você tem acesso livre, e fique com o colar, Porchay! — ele tomou a caixinha de sua mão e pegou o colar para colocá-lo em seu pescoço — Vejo que você também tem a letra do Porsche, então eu também sou seu irmão.

Porchay estava feliz por ter ali em seu pescoço as duas letras de duas pessoas importantes em sua vida. Porsche o olhava com os olhos alegres enquanto deslizava o dedo em seu colar com a inicial de Porchay.

O menino agradeceu a Tankhun por tudo que ele havia feito por ele. Agradeceu por ter feitos seus dias serem incríveis e inesquecíveis. Seu sorriso estava feliz de novo e Khun o abraçou forte enquanto Porsche sorria.

Ele finalmente voltaria a sua rotina normal. Finalmente voltaria a ver coisas além do jardim e dos grandes prédios. Ele finalmente voltaria para casa.
Ao virar a esquina de sua casa, os olhos de Chay se iluminaram quando eles a miraram.

Porsche parou a moto e Chay desceu num salto enquanto procurava a chave nos bolsos do casaco e quando a encontrou abriu o portão e correu direto para dentro.

— Huh! Finalmente estou em casa! Eu nunca mais vou embora!

A felicidade do menino estava estampada em seu rosto, em sua voz, nele! Ele estava jogado no sofá se espreguiçando e girando de um lado para o outro enquanto Porsche verificava o andar de cima. Ele queria ter certeza que seu irmão estaria bem e seguro

— Queria tanto assim se livrar de Tankhun? Por isso está tão feliz?

Porsche brincou e sentou-se na poltrona à frente de seu irmão que também se sentou e agarrou uma das almofadas.

— Eu poderia viver em paz com Tankhun, contanto que ele viesse morar aqui.

Porsche estava mais feliz que nunca por ver seu irmão bem. Chay estava com saudade de casa e não via a hora voltar, ele poderia se sentir feliz e triste o quanto quisesse sem ser questionado por isso.
O garoto convidou seu irmão para acompanhá-lo no jantar, mas de tanto achar que Porsche recusaria, ele estava receoso.
Para falar a verdade, ele achava que a conversa que tiveram a noite passada havia sido apenas um jeito que Porsche achou para que ele não se sentisse tão mal, mas não era verdade.
Porsche recusou-se a almoçar e pediu que o garoto comprasse sorvete ou alguma outra coisa, o que Porchay achou que duraria só alguns minutos durou a tarde inteira e à noite ainda o levou para o bar da Yok.

Ele deveria descansar mais um dia, mas queria voltar a fazer as coisas que fazia antes do acidente.

A noite foi longa como ele já estava acostumado, mas estava feliz por poder estar fazendo as coisas que se fosse na casa de Tankhun ele teria alguém para fazer. Pela primeira vez ele estava trabalhando sem reclamar dos clientes bêbados que iam encher seu saco no bar.

A madrugada passou depressa quando ele e seus amigos passaram a se divertir enquanto serviam as pessoas. Incrível como o tempo passa quando a gente se diverte...

Depois de fechar o bar àquela noite todos ali sentaram em uma das mesas e Yok os levou bebidas para comemorar a volta do garoto.

— Ao Porchay!

A bebida descia queimando em sua garganta a cada gole que ele dava, mas não vai fazer mal, era apenas  aquela noite.

— Ok, ok... as bebidas acabaram segundo o que Yok nos disse... — falou um dos amigos de Chay enquanto analisava o copo vazio.

— Huh, acabaram. E já é hora de vocês todos irem para casa. Eu vou deixá-los.

— Huh... mas ainda temos que decidir quem vai colocar o lixo para fora.

— Vamos pedra, papel e tesoura! — sugeriu o garoto.

— Vocês cresceram, mas as crianças interiores não deixaram vocês.

Depois de algumas rodadas Chay perdeu e foi obrigado a jogar o lixo fora.
Sua visão não estava das melhores, juntou a bebida e o sono e ficou embaçada.
Cambaleava de um lado para o outro no beco e depois de jogar o lixo com força dentro da lixeira por por pouco colidiu contra ela.
Todos estavam prontos para irem embora e Yok também estava pronta para deixá-los em casa. Chay foi o primeiro a ser deixado e logo os outros sumiram na neblina que cercava a rua.

— Maldita hora que inventei de beber. Porsche vai me matar se descobrir isso... — a luz da sala foi acesa, mas estava fraca e mal iluminava o local. Porchay olhou para o relógio na parede e não conseguiu enxergar nada além de borrões extremamente embaçados — Que horas são?

— Por que demorou tanto...?

Uma voz baixa e preocupada soou vindo da escada atrás dele e isso fez com que o mesmo vidasse imediatamente para encarar quem quer que fosse.

— Quem está aí?! — quando as palavras saíram de sua boca de forma assustada, a luz da escada foi acesa e ele estava sentado abaixo do lance de escadas — Kim?! — por um longo momento aquela ilusão pareceu eliminar todo o álcool que Porchay tinha no corpo, mas ele sorriu com isso — Não, eu estou alucinando. Boa tentativa, quase fui pego. Kim não viria aqui depois do que aconteceu.

— Você não está bem o suficiente para termos essa conversa.

Kim realmente estava ali ou tudo não passava de uma ilusão causada pela bebida? A figura a frente de Porchay se levantou e o garoto cambaleou por cima do sofá e fechou os olhos.

— Por que você continua falando, hum? Eu sei que você não é real, Kim.

— Você não vai dormir aí!

Com aquelas mãos irreais o puxando, ele levanrou rápido demais e seu corpo se chocou contra aquele que estava ali e ele também foi para trás, mas o segurou.

KimChay: Por Que Você Não Fica? Where stories live. Discover now