Capítulo 07

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"Não teria sido mais fácil falar a verdade?"

Porchay mal conseguia ficar de pé e agora estava se perguntando como andaria de um lado para o outro durante a noite inteira.

"Eu vou dar um jeito. Talvez um sapato com meias em excesso faça isso doer menos."

Isso não tinha nenhuma chance de dar certo...

Ele levantou da cama com muito esforço e colocou na cama um produto que limpa manchas e conseguiu tirar a de sangue que estava ali.
Tentava colocar o peso de seu corpo no pé esquerdo e entrou no banheiro para tomar banho.
Novamente ele trocou a faixa e calçou algumas meias.
Elas tornariam mais fácil o processo de pisar no chão? Sim, essa é a resposta, mas tudo pioraria depois.
O bar não ficava longe da casa de Porchay, mas com aquele corte no pé levará o dobro de tempo.
O dia passou rápido para ele. Ele esteve tão ocupado durante a manhã e à tarde que acabará de esquecer as refeições importantes do dia.

Depois de algum tempo seu pé não doía tanto. O trabalho foi pesado antes e depois do bar fechar.
Chay recolheu as sacolas de lixo e passou pelo beco escuro do lado do bar onde só funcionários iam para jogar o lixo fora. Feito isso ele se virou para voltar para dentro até que uma voz surgiu atrás dele e ele encarou a pessoa dona dela.

— Você é irmão do Porsche, não é?

Era um homem na faixa dos 30 a 35 anos e estava parado um pouco atrás da lata de lixo.

— Você é amigo dele? Porsche não trabalha mais aqui já tem algum tempo.

Porchay novamente se virou para voltar para dentro, mas o homem tornou a falar.

— Você pode me levar até ele?

— Mesmo que eu quisesse, Kinn não ficaria feliz com isso.

— Kinn é o marido de Porsche? — com uma pausa dramática, o homem sorriu — Então isso te torna da Família Theerapanyakul, certo?

— Kinn é marido de Porsche, não meu.

Porchay aprendeu tudo que ele sabe convivendo com Khun. Dessa vez ele entrou de vez e não esperou que o homem voltasse a falar.

— Dia cheio em, Chay. Obrigada por ter vindo.

— Pode me chamar sempre que precisar de ajuda. — sorri e ela sorriu de volta.

— Já está tarde para você voltar, por que não fica para dormir?

Estava realmente tarde para Chay voltar para casa, mesmo ela sendo perto dali as ruas estavam vazias e esquisitas.
Yok entrou e logo retornou com alguns cobertores e travesseiros e logo foi se deitar, deixando Porchay ali.
Antes que ele pudesse pensar em dormir, Porsche o enviou uma mensagem falando que precisaria de sua ajuda na Casa Principal no dia seguinte para ajudá-lo no treino de natação.
No começo ele tentou relutar, tentei usar a Yok como desculpa, mas Porsche já havia falado com ela e todas as outras desculpas foram inúteis, no fim ele teve que concordar.
Afinal, qual seria a chance do Kim estar lá? Ele deixou o celular de lado depois de responder Porsche e logo apagou.

Naquela manhã Porchay acordou sentindo um mal estar estranho. Já passavam das 10hs e Chay podia ouvir a buzina incessante da moto de Porsche do lado de fora.
As horas que ele conseguiu dormir na noite passada haviam sido significativas, mas ele ainda se sentia cansado.

Ele arrumou o sofá onde dormiu e dobrou os lençóis deixei-os empilhados um em cima do outro. Quando abriu a porta do bar naquela hora a luz do sol atingiu rapidamente seus olhos e ele os fechou imediatamente.

— Porchay, você não viu minhas ligações?

Perguntou Porsche encarando seu irmão que o ignorou e subiu na garupa da moto. Seu pé estava voltando a doer, as meias abafaram demais aquilo que deveria ter sido tratado pelo médico.

Enquanto Porsche dirigia de volta para a Casa Principal, a visão de Chay começou a ficar embaçada e logo tudo escureceu. Sua cabeça recaiu sobre o ombro de Porsche e ele tentou segurar firme sua cintura, mas estava fraco.

— Já estava com saudade, Chay?

Perguntou num tom brincalhão e calmo e Porchay só concordou balançando a cabeça.
Depois que chegaram à Casa Principal Porchay se dirigiu diretamente para as piscinas de natação enquanto Porsche subia para se trocar no quarto dele.
A essa altura, Porchay já não estava preocupado se veria ou não o Kim.
Ele estava aéreo ao lado de uma das mesas na borda da piscina quando voltou a ficar tonto. Sua visão escureceu completamente e ele ficou parado por um minuto na esperança dela voltar.
Quando ele pensou em se apoiar na mesa tudo girou e ele caiu por cima dela sentindo a pancada e caindo na água logo em seguida.
Eu estava perdendo a consciência enquanto afundava aos poucos.

— Porchay!

Antes que seus olhos se fechassem por completo ele pôde ouvir a voz abafada de alguém fora da água e o viu pular, mas ficou inconsciente antes que pudesse ver quem era.

Quando acordou algumas horas depois do acidente a primeira coisa que lhe chamou atenção foi o teto branco de um quarto frio com uma luz fraca e cheiro de rémedio.
Na veia em seu braço esquerdo tinha uma agulha e um tubo preso com um esparadrapo e que estava conectado à uma bolsa de soro, ele logo percebeu que estava no hospital.

Porchay se sentou devagar na cama e um pano frio caiu de sua testa.
Seu pé estava envolvido em uma bota de gesso, pois o o corte que ele tinha no pé não era tão superficial quanto pensava ter sido.
Com a mão na mão na agulha pronto para arrancá-la ele sentiu uma dor fina no lugar onde ela estava.

— Nem pense nisso, Porchay! — por sorte Tankhun entrou no quarto segurando uma bandeja com comida — Quer que eu bata essa bandeja na sua cabeça como fiz com o Vegas enquanto ele flertava com seu irmão?! Tem ideia do quanto me deixou preocupado?

— O que aconteceu?

KimChay: Por Que Você Não Fica? Onde histórias criam vida. Descubra agora