Capítulo 37

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— Hey, Chay! Tá tudo bem, — disse sorrindo — sério. Tenha calma. Eu não te chamei aqui pra te dar bronca por você estar com o Kim. Eu só quero conversar com você, de irmão para irmão. Vem, sente-se aqui.

— Quem é você? E o que fez com meu irmão?

— Ainda sou eu, mas em uma versão melhorada. — brincou e o garoto sentou-se ao seu lado na cama — No começo eu realmente não entendi o porquê de você e o Kim estarem juntos. Eu não entendi os sinais, não estava atento aos detalhes e nem a você nos últimos meses. Eu fiquei cego por coisas que nem eu sei quais foram. Eu me deixei levar por algo que eu não vou saber explicar pra você, eu só... me perdi, digamos assim. Mas isso não quer dizer que eu te ame menos, eu só perdi coisas importantes da sua vida, enquanto estava preocupado demais com a 'nossa'... E eu jamais vou proibir você de estar com quem gosta, você nunca interferiu na minha vida e não é porque eu sou o mais velho, que tenho direito de interferir na sua...

— Você não tá bravo mesmo? Nem vai tentar bater nele de novo? — perguntou e Porsche sorriu.

Chay estava surpreso pela reação tão passiva de seu irmão. Porsche geralmente tem um temperamento curto e explosivo. O Porsche de meses atrás facilmente diria para Porchay buscar alguém melhor e que não seja da máfia ou esteja envolvido nela, mas ele não disse nada que pudesse ferir o mais novo. Ele apenas aceitou, até porque seu marido Kinn não só fazia parte da máfia, como era o chefe dela, então falar para o garoto não se envolver com isso era hipocrisia.

— Eu não vou bater nele, e pensando bem... Kim luta bem melhor que eu... Ele me daria uma surra... — sorriu — Mas eu ainda me preocupo com você...

— Kim nunca vai me machucar. Ele nunca fez nada contra minha vontade.

— Eu fico aliviado por ouvir isso.

— Tem certeza que está bem? — perguntou inseguro.

— Absoluta... Agora me ajuda a escolher um terno. Quero estar mais bonito que qualquer um lá em cima.

Enquanto Porchay e Porsche escolhiam um bom terno dentro do quarto, Vegas tirava uma caixinha discreta de seu bolso.

— O que é isso? — perguntou ao ter a caixa colocada em sua mão.

— Não é pra você, apenas leve-a consigo. É um "presente" meu para Porchay. Mas, talvez eu não possa ficar para entregá-lo pessoalmente, então prefiro que você o entregue. Pode fazer isso?

— Claro, não é como se fosse uma coisa de outro mundo, né?

— Não é. Mas não o abra ainda, eu quero que Pete me diga as reações de todos com o isso, inclusive a sua.

— Então deve ser algo realmente bom... — disse analisando a pequena caixa.

— É muito bom. Mas vamos subir, Tankhun deve estar impaciente.

Na cobertura do prédio as pessoas presentes ali já se divertiam com as bebidas e comidas que Tankhun pediu que fizessem. A música alta era contagiante e estava tudo tão animado e cheio de vida, como há muito tempo não estava.

Pouco tempo depois de Porchay e seu irmão chegarem, Kim chegou acompanhado de Pete à cobertura, então de imediato Tankhun trocou a playlist que tocava, colocando assim uma música calma e que parecia música clássica. À noite estava agradável e calorosa, mas as pessoas eram frequentemente refrescadas pelas brisas suaves trazidas por ventos distantes. O céu inteiramente limpo e sem nuvens mostrava as incontáveis estrelas e uma lua nova simplesmente esplêndida!

— Vamos aproveitar! — gritou Tankhun levando seu copo de bebida para o alto, mas foi interrompido por seu irmão mais novo — Por que você é assim?!

— Sem estresse... Porchay, Vegas me pediu pra te dar uma coisa, pode vir aqui?

— Por que ele mesmo não entregou?

— Ele disse que precisava sair.

O garoto caminhou até o mais velho e ali recebeu seu pequeno presente. Uma caixinha simples, mas bonita e fofa. Chay gostava disso.

Vegas não havia dito que precisaria sair? Então por que ele apareceu a poucos passos atrás de Pete logo após o seu primo entregar para o menor a caixinha.

— Posso abrir? — perguntou sorridente.

— Claro, é seu.

Ao abrir a pequena caixa, os olhos de Porchay se iluminaram e seus lábios se curvaram num sorriso abertamente e cheio de vida.

— É nosso...?

Dentro dela haviam dois anéis de compromisso e Kim sorriu junto à ele. Tudo não passou de um plano dos outros rapazes para oficializar o namoro dos dois à vista de todos.

— É, — sorriu mais ainda ao olhar todos a sua volta — É nosso...

O menor lançou-se nos braços de Kim, que o abraçou forte e o beijou no pescoço, lugar onde sentiu o cheiro bom do perfume de seu namorado. Após alguns segundos demorados em que ficou preso no abraço do outro, Kim separou seus corpos e pegou a caixinha das mãos do outro.

— O que tá fazendo? — questionou meio risonho e Kim se ajoelhou na frente de Chay.

— Quer ser oficialmente meu namorado? — perguntou ao garoto e pôde ouvir os murmúrios das outras pessoas — Eu prometo respeitá-lo... — brincou e Chay sorriu.

— Eu quero ser seu namorado...

Kim levantou-se do chão e deu um beijo calmo no menor. Isso arrancou gritinhos de felicidade de Tankhun e palmas das outras pessoas, incluindo Porsche, que não ficou incomodado com aquilo.

— Finalmente namorados! — gritou Khun que agora abria uma garrafa de champanhe — Não aguentava mais ter que ser cúmplice disso tudo junto do Vegas e do Pete... Uh... — suspirou.

— Andem! Vão aproveitar à noite de vocês... Eu pedi que instalassem um aquecedor na piscina justamente para esse evento e vou ficar extremamente chateado se não usarem.

— O que?! — perguntou Porsche.

— Oh! Você nunca tomou banho de piscina, não?! Andem, vão aproveitar o jantar de vocês. Eu pedi comida e já as deixei em seu quarto.

— Mas, Tank...

— Sem mas, Porsche! Eles vão aproveitar à noite deles sim! Tem sorte de Porchay não ser igual você...

KimChay: Por Que Você Não Fica? Where stories live. Discover now