Capítulo 23

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Alguns dias se passaram desde o último acontecimento na casa de Porchay.

Kim ainda ficava com o garoto todos os dias. O levava até o bar da Yok no início das noites e o buscava no fim do expediente.
Tudo estava tranquilo de mais. Sem problemas e sem acontecimentos perigosos, estava tudo bem, finalmente.

A dor que os dois garotos sentiram por ficar tanto tempo longe um do outro os ensinou que nada no mundo poderia separa-lós, nada além deles mesmos. Foram noites turbulentas nos quatro meses que se passaram. Dias difíceis para Kim e Porchay suportarem sozinhos. Dias tempestuosos e cinzas, por mais que o céu estivesse limpo e azul, foram tempos difíceis, mas, agora tudo estava bem.

Qual será a sensação de acordar todos os dias e vê a pessoa que você ama dormir ao seu lado? Ou acordar com beijos de despertador, beijos com gosto de casa?

Bom, a sensação é incrível.
É sentir paz ao acordar, mesmo que no dia anterior você tenha ido dormir desejando que o dia seguinte não chegasse.
É uma nova chance de aproveitar o dia ensolarado ou chuvoso com aquela pessoa.
É enxergar naqueles olhos um mundo alternativo para onde você pode fugir quando tudo dá errado no seu mundo.

A sensação é parecida com correr rápido de mais, você sente-se invencível diante do mundo e nada pode pará-lo, e era assim que os dois se sentiam se estivessem juntos e com o passar dos dias.

Kim acordava Chay todas as manhãs dando vários beijos em seu rosto e pescoço, fazendo assim o garoto acordar arrepiado e logo se esconder debaixo das cobertas tentando fugir dos ataques matinais do namorado. Os braços do mais velho abraçavam Porchay sob os lençóis, agarrando-o e sem deixá-lo escapar de si.

— Kim! Está me sufocando aqui embaixo...

— Você se enfiou aí embaixo, Chay! — disse rindo e puxando o lençol do garoto que saiu de baixo das cobertas e encontrou aquele par de olhos risinhos que o encarava e o dono deles logo o beijou — Não se esconda de mim, nunca. Eu quero tocar você e sentir você em minhas mãos. Eu quero você...

— Eu já disse o quanto eu gosto de acordar assim? Acordar e te ver do meu lado? Gosto quando me beija, me abraça desse jeito, gosto de dormir vendo você e acordar sentindo você. — o mais velho ouvia atentamente o que Porchay dizia para ele enquanto seus lábios se curvavam num pequeno sorriso tímido — Eu gosto de te ver sorrir pra mim desse jeito, me sinto a pessoa mais sortuda do mundo por ter você.

Com um sorriso que ficava mais largo a cada palavra de Chay, Kim o respondeu.

— Você acha isso, mas a pessoa mais sortuda do mundo, sou eu. Mesmo depois de tanto tempo você ainda me olha assim. Seus olhos são tão inocentes se comparado aos meus. São eles que me tiram dos meus dias completamente escuros. Eu não via a hora de poder vê-los de novo...

— Eu gosto também quando me chama de...

— Meu amor? — perguntou Kim e as bochechas de Chay começaram a corar, era exatamente disso que ele gostava que Kim o chamasse, e era daquelas bochechas rosadas que Kim gostava.

— É... — sorriu bobo e escondeu o rosto nos lençóis — Meu amor...

— Você fica fofo quando está com vergonha, desse jeito. Vem, olha pra mim. -- pediu e teve seu pedido atendido — Me dá um beijo? Deixa eu sentir você.

Kim sorriu e fez Porchay sorrir também, extremamente bobo o garoto olhava o rapaz a sua frente e logo deu ao garoto o que ele havia pedido. Isso já era rotina entre os dois, mesmo que pouco tempo tivesse passado desde que eles voltaram a ficar juntos, eles pareciam nunca terem estado separados. Sentir aqueles lábios macios do outro, sentir as mãos quentes em seus rostos, sentir os arrepios causados por tais toques, por mais simples que fossem.

Os dias ruins haviam finalmente passado. Os sentimentos ruins, as noites má dormidas, os choros silenciosos que foram abafados pelos travesseiros, as palavras que não foram ditas e ficaram presas na garganta. Todos os "estou bem, obrigado" que foram ditos da boca para fora, todos os risos forçados para tentar disfarçar o que estava tão quebrado. Tudo havia passado...

Agora os dias eram leves e cheios de riso. As manhãs eram animadas e alegres, começando com um belo bom dia acompanhado de beijos e abraços apertados e quentes. Mas, o mais engraçado era que aquela manhã parecia se estender pelo resto do dia. Os dias eram carregados de abraços e beijos de ambos os garotos.

— Quando vai contar ao Porsche sobre nós? Uma hora ele vai ter que saber, não vai?

— É, ele vai... mas eu não sei como dizer pra ele.

— É só trazer ele aqui e deixar que ele me veja te abraçar e te beijar desse jeito. — disse brincalhão enquanto dava diversos beijos no rosto e pescoço de Porchay que dava altas risadas com isso.

— Faz cócegas, Kim... — o mais velho então parou de beija-lo e deixou Chay falar — não é tão simples. Você mal voltou e eu vou te perder de novo?

— Como assim? — perguntou confuso,

— Porsche vai matar você se souber disso da forma errada. — riu.

— Mas eu ainda tenho o Khun que pode me defender. Com certeza o Kinn vai ficar do lado do Porsche, mas uma hora Porsche vai ter que saber.

— Mas me deixa ter você por mais alguns dias antes que ele descubra.

Chay brincava com Kim na cama aquela manhã e entre abraços e beijos ambos diziam o quanto amavam um ao outro.
O mais velho nunca se vira tão bobo quanto estava ao lado do seu Chay.
Perdê-lo uma vez foi suficiente para aprender a lição e entender que para ele não há lugar melhor no mundo, além dos braços de Porchay.

"Teve dias que eu acordei pensando em você e me perguntando se isso iria passar, e passou..."

KimChay: Por Que Você Não Fica? Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon