KimChay: Por Que Você Não Fica?

Capítulo 24

Mas, como todas as coisas tem um lado ruim, mesmo se mantendo longe dos negócios da máfia de sua família, Kim ainda tinha que enfrentar alguns "problemas" para manter Porchay em segurança. Esses problemas eram gerados por outros mafiosos locais que tinham como objetivo atingi-lo e derrubar a família Theerapanyakul a todo custo, mas a única coisa que podiam fazer para atingir o membro mais novo da família era machucar o seu garoto.

A casa de Porchay e nem o mesmo estavam livres dos ataques de máfias rivais da família principal, mas Kim fazia questão de cuidar de tudo e não deixar que Chay soubesse disso.

Depois de deixar o mais novo no bar da Yok e retornar para a casa do garoto, o mais velho foi surpreendido ao passar pela porta da sala. Kim foi atacado e viu um facão passar diante de seus olhos depois de recuar para trás e a enorme lâmina bateu no chão o arranhando, mas voltou para o ar na tentativa de atingir o rapaz.
Kim conseguiu neutralizar a ameaça sem muito esforço, mas ainda recebeu um soco na maça de seu rosto que o causou um corte profundo, tudo isso para proteger o menino que não tinha ideia das coisas que ainda aconteciam ao seu redor.

Não era de se estranhar que tudo estivesse calmo demais, Kim estava cuidando de tudo com a ajuda de seu irmão mais velho e seus dois fiéis guarda-costas, Arm e Pol.

— Achei que não ia mais esconder nada do Porchay, Kim!

— Isso eu não vou deixar ele saber, entenda!

— Há quanto tempo isso vem acontecendo?!

— Começou pouco depois que eu voltei.

— E ele não sabe?!

— Não! Eu preciso de um tempo pra...

— Não vai deixá-lo de novo!

— Eu não vou! Mas eu preciso da sua ajuda pra levar o Chay para a casa principal durante alguns dias, até tudo ficar mais calmo.

— Eu posso fazer isso!

Naquele dia em que Kim foi atacado, no fim do expediente do mais novo ele o buscou no bar da Yok e quando o menor entrou no carro ele viu o corte no rosto do mais velho.

— O que aconteceu com seu rosto?! — perguntou Chay tocando levemente o rosto de Kim.

— Eu passei na casa principal e o Arm estava treinando junto ao Pol, apenas me juntei.

— Eu vou cuidar disso...

Tudo isso que estava acontecendo não chegava aos ouvidos de Porchay e por incontáveis vezes Kim não pensou antes de dar sua vida pela do garoto, chegando assim a se machucar para mantê-lo seguro. Um corte aqui, uma mancha roxa ali, mas sempre acompanhadas com desculpas esfarrapadas como: "estava treinando", ou "eu caí e me machuquei", e Chay era ingênuo de mais para não ver que algo estava errado com o mais velho.

Mas como ele poderia saber? Kim nunca mudará com ele. Estava sempre presente, sempre cuidando e se divertindo consigo, ele nunca estava ausente, mas a sua postura defensiva nunca estava baixa, sua guarda estava sempre erguida, mesmo que não mostrasse isso.

— Você vai melhorar logo. Há algo que eu possa fazer por você?

— Pode ficar comigo, isso já é muito.

— Eu sempre vou ficar aqui com você...

Dessa vez Porchay teve que cuidar de Kim, pois fora o corte em seu rosto, em seu corpo haviam alguns hematomas roxos que o garoto ainda não tinha visto, até acidentalmente bater em um deles e arrancar um gemido de dor do mais velho.

— Onde mais está doendo? O que você tem?!

— Não é nada demais, como eu falei, estávamos treinando.

— Então tira a camisa, Kim! Me deixa ver seu corpo.

— Mas meu amor, não precisa...

— Eu não estou pedindo, Kim. Estou mandando você tirar a camisa!

O mais velho não ousou ir contra o garoto e apenas o obedeceu sem retrucar e retirou sua camisa dando vista a algumas das marcas roxas em suas costelas e em suas costas.
Mesmo Kim sendo mais experiente que qualquer um dos homens que tentavam fazer mal a Chay, ele estava cansado e sobrecarregado, por isso apanhou tanto. Ele terá que lutar sozinho, pois nunca estava perto suficiente de seu irmão e seus guarda-costas, mas Kim não se importava.

Porchay não estava acreditando no que estava vendo, o corpo de Kim estava machucado e esses ferimentos não ficariam roxos se fossem causados no mesmo dia, eram hematomas de brigas anteriores.

— O que aconteceu com você?! Isso não são hematomas de hoje, Kim!

O mais velho não sabia mais que desculpa usar com garoto sobre seus ferimentos e só ficou quieto enquanto o mesmo tocava devagar seu corpo.

— O que está acontecendo com você...? — a voz de Porchay era falha e preocupada e parecia que a qualquer momento ele desabaria em lágrimas depois de ver todos aqueles machucados — O que você está escondendo de mim?

Porchay levantou da cama segurando o choro e ficou mirando à noite através da janela. O garoto estava preocupado com Kim, ele sentia medo de que ele estivesse escondendo algo importante de si e sentia medo que o mesmo estivesse perdendo a confiança nele por esconder coisas tão sérias. Esses pensamentos intrusivos que surgiram na mente de Chay foram mais fortes do que sua vontade de conter as lágrimas, então seus pensamentos as forçaram a cair.

— Chay?! — Kim caminhou até o garoto que estava de costas e o abraçou, mas só notou que o pequeno estava chorando quando sentiu uma gota fria cair em seu braço, então ele o virou e o fez olhar para si.

— Por que está chorando?! — perguntou enquanto enxugava o rosto molhado do mais novo.

— Por que você está escondendo isso de mim, Kim?

— Porque são coisas irrelevantes, meu amor. Eu não quero preocupar você com isso...

— Não mente pra mim...

— Eu juro pra você que eu estou bem, tá bom? Eu não estou mentindo pra você... — Kim abraçou novamente o garoto e o puxou de volta para a cama — Eu te amo muito, tá bom?

— Eu também amo você...