CAPÍTULO 4

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Nessa hora a porta da delegacia se abriu, um Bill carrancudo entrou.

- Vejo Abgail, que você conheceu o policial Philip, mas não se preocupe, minha amiga, eu também pensei o mesmo.

Nessa hora o policial Philip, deu uma risada estranha, um misto de raiva, desdém, chacota, sei lá o que foi aquilo.

- Bem, não sei se fico lisonjeado ou se fico ofendido, mas vou dizer é uma piada. Todos vocês olhando para mim; mas não vou dizer que não foi bom há meses atrás, quando vim aqui e ter uma linda jovem viúva nos meus braços, foi uma sensação agradável tê-la nos meus braços, e ver aquele amor tão grande, aquela dor contida em seus olhos, bem aquilo naquele momento me despertou um sentimento de proteção.

Bill rispidamente foi cortando e falando:

- Cale a boca, honre seu casaco e sua farda policial. Não se atreva a olhar, tocar, ou magoar a Elizabeth, digo a senhora Thorton.

Abgail estava mais que vermelha de raiva, e muito mais brava ainda do que Bill. O policial riu alto e em meio as gargalhadas foi dizendo:

- Vejo que todos aqui a defendem com unhas e dentes. Aquele dia você tinha de ver, um velhinho mancueba, mas foi corajoso, eu tenho de admitir. Ele a defendeu, foi realmente com toda a razão, pois aquele policial insolente insultou a pobre coitada. Mas foi hilário, no início eram nove policiais, tentando segurar o velhinho, mas o homem estava bravo de mais, com as insinuações sob a jovem;claro, que eu iria dar ordem de prisão para ele, mas aí... vi ela se empinando e ela ia entrar no meio da briga, então eu só pude passar meus braços por ela e segurá-la, pois ignorava com o perigo e ia ajudar o velhinho. Ela era tão teimosa... E ria alto..., mas após tudo resolvido, ela desmaiou nos meus braços. Eu só podia pedira ao velho par cuidar dela, e acabei nem prendendo ele por desacato naquele dia.

Abgail notou nessa hora uma nuvem passando nos olhos do policial Philip. "Será? Será que vi uma certa preocupação naquele olhar" ...

"Não, realmente eu não devo ter me enganado, ele é muito ríspido para isso. Ele é tão diferente de Jack, que só se preocupava com todos e amava a todos, e esse homem, ele pode ser até um bom mountie, pode fazer o que deve, mas ele não tem sentimento nenhum."

- Bem, policial, ela é nossa jovem, nós cuidamos dela, antes e depois da partida do marido, ela fez por nós o que ninguém mais faria. Amamos aquela jovem. Sempre iremos protegê-la, além disso, nessa cidade, cada um cuida do outro, somos uma grande família, e dizendo isso, Abgail saiu batendo a porta sem acrescentar nada ou olhar para trás.

Philip, olhou para Bill, e deu uma gargalhada boa e disse:

- Parece que aqui as mulheres são todas decididas e bravas.

- Sim, elas são e gostamos delas assim, retrucou Bill.

Abgail entrou marchando no café, nunca sentiu tanta raiva de alguém.

- Que ódio, daquele homem! Quem ele pensa que é para falar assim dela. Se ele falar ou fizer alguma coisa com ela... Ele vai se ver comigo. Deixe-o magoar aquela menina, que eu vou quebrar a cara dele. E deu um soco no ar.

- Abgail Stanton, o que é isso? Gritou o pastor Frank entrando pelo café e rindo da raiva de Abgail.

- É aquele mountie, que ódio Frank... E assim foi contando tudo que ocorreu naquela delegacia e como ele falou de Elizabeth, Frank já andava de um lado para o outro, numa fúria que se agora ele mesmo encontrasse esse mountie Philip, ele mesmo quebraria a cara dele.

Na manhã seguinte, uma jovem moça estava no alto da escada da escola, tocando um sino.

- Pára! Aquilo é um sino de vaca? E deu uma gargalhada...

Viu inúmeras crianças aparecerem de todas as partes, de várias idades, todas sorrindo e abraçando a jovem professora. Era incrível ver, mas todas as crianças estavam empolgadas e queriam ir para a escola, e realmente elas esbanjavam alegria. Assim que o tumulto em volta da jovem sorridente diminuiu, ele pode notar seu corpo.

- Grávida! Ela estava grávida!

Ele a viu encaminhar para a porta e fechá-la sem nunca perder seu sorriso no rosto. Até parecia que ela gostava daquilo.

Ele foi para suas rondas e de lá quando percebeu estava de novo próximo aquela escola, ele estava em cima da colina, e reparou no movimento da igreja, as crianças brincavam perto das árvores, e foi aí que Philip se lembrou que a igreja também era uma escola nos dias de semana, ele havia esquecido disso completamente. Ele notou a jovem de costa, a carregar toras, ela levou para dentro da igreja e voltou para pegar mais outra remessa. Já tinha visto a fumaça na chaminé ao passar por ali várias manhãs, mas não esperava ver uma mulher carregando lenha. Philip já ia descer e oferecer ajuda, quando viu o Bill chegando correndo, eles se cumprimentaram, ele retirou seu paletó e arregaçou as mangas da camisa, e logo foi cortar lenha e ajudar a carregar para a escola. Ele não podia ver as feições da moça, visto que ela estava de costa, mas podia ver que ela e Bill conversavam animados e riam. Bill, por sua vez, percebeu que teria de passar ali mais cedo alguns dias, Elizabeth era muito teimosa e não iria desistir de acender o fogo para aquecer seus alunos, ela era uma mãezona para todos eles. Philip ficou ali algum tempo e vendo que Bill tinha tudo sob seu controle, resolveu seguir em frente e fazer seu trabalho na cidade, havia muita papelada atrasada e ele precisava fazer alguns relatórios para enviar ao quartel-general em Hamilton.

Mais no fim da tarde, quando percebeu estava ele voltando de suas rondas e mais uma vez veio pelo caminho da escola. "Credo, por que vim por aqui? Por que fiz o caminho contrário da minha rota? Foi nesse momento que viu a moça abrindo a porta da escola, e tocar o sino de vaca, e era aquela moça grávida, ela cumprimentava todos seus alunos e levantando sua cabeça acenou para eles, foi quando Philip viu que era aquela jovem, que caiu em seus braços chorando e declarando seu amor meses atrás. Era a mesma jovem, a viúva e agora GRÁVIDA...

Ele olhou com desdém para a jovem, não sabia o porquê, mas estava com raiva dela estar grávida, "como ela podia ter feito isso com seu falecido marido? Que tipo de mulherzinha era aquela? Ela não tinha valor nenhum, como os pais poderiam aceitar e...

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Ele olhou com desdém para a jovem, não sabia o porquê, mas estava com raiva dela estar grávida, "como ela podia ter feito isso com seu falecido marido? Que tipo de mulherzinha era aquela? Ela não tinha valor nenhum, como os pais poderiam aceitar ela como professora de seus filhos, que moral ela tinha?"



EU ESTAREI AQUI (quando chama o coração )Where stories live. Discover now