IV

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[dia 4]
• Maiara Carla •

Eu estava exausta. E nem era por um bom motivo. Meu corpo estava pedindo arrego devido as poucas horas de sono, as idas e vindas de avião e principalmente, os dias corridos cheios de preocupações. Eu sabia que tinha que procurar meu médico para saber se era normal me sentir tão mal assim sendo que ainda era o quarto dia após meu diagnóstico e se continuasse assim ficaria difícil de esconder o motivo de estar sempre tão pálida e suando frio.

— Amor?! Tudo bem? – Marília se ajeitou na cama, já era de manhãzinha e eu ainda nem havia dormido.

— Sim, minha linda. O que foi? Te acordei?

— Não, é que você tá longe. Vem pra pertinho. Ainda temos tempo pra dormir, não temos?

Suspirei, na verdade eu queria ficar na cama o dia todo, não queria ter que levantar para nada. Logo pensei em mudar a programação, deixar para fazermos algo dentro do quarto de hotel mesmo, mas eu precisava muito seguir a lista, sem nenhuma excessão. Sem contar que estávamos no rio de janeiro, não era justo perder um dia lindo e ensolarado por conta de um desânimo repentino.

— Sim, temos. – murmurei indo deitar encima de seu peito. Assim que Marília colocou a mão em mim, soube que eu estava mal.

— Você tá queimando em febre. – ela disse me empurrando para levantar e se sentando na cama, analisando meu rosto.

— Não. É só calor. – inventei uma desculpa qualquer.

— Mas o ar tá ligado. – ela estreitou os olhos, eu rolei meus olhos pensando em qualquer outra coisa. – E o seu nariz tá sangrando.

Coloquei a mão sob meu nariz sentindo uma gotinha de sangue escorrendo, me levantei rápido indo até o banheiro. O que mais de estranho poderia acontecer? Limpei com papel, fiquei alguns segundos com a cabeça erguida esperando que o sangramento parasse. Não demorou muito para Marília aparecer me procurando.

— Você tem que me dizer o há de errado. – ela pediu, abaixando minha cabeça. – Assim você sufoca com o sangue.

— Não tem nada de errado, meu amor. Isso sempre acontece.

— Isso nunca aconteceu. – ela tinha razão, minha cota de mentiras já estavam ficando saturadas. Precisava pensar em novas. – Me deixa cuidar de você, vamos ao hospital.

— Não, Lila. Por favor, eu só preciso deitar e descansar um pouquinho. Eu disse que se fosse algo para se preocupar eu diria, lembra?

— Mas você não está dizendo!

— Porque não é nada preocupante. – dei os ombros, ela apenas revirou os olhos dando as costas e saindo do banheiro.

Peguei meu celular, precisava mandar mensagem para o médico. Entrei no whatsapp e procurei pelo nome dele na lista, o horário era pouco conveniente, ainda não eram nem seis da manhã mas mesmo assim mandei um "bom dia, precisamos conversar". Voltei para o quarto, Marília estava na mesma posição anterior, virada para o canto da parede, me deitei encostando meu corpo no dela e me cobrindo.

Logo ela adormeceu me deixando ali com os olhos bem abertos, já que mesmo que eu tentasse um milhão de vezes o sono nunca vinha. Eu virava de um lado para o outro e continuava na mesma, peguei meu celular e comecei mexer no instagram, respondendo algumas mensagens de fãs e vendo fotos, até que passou a foto da dupla Henrique e Juliano e eu tive a brilhante ideia de pegar o celular de Marília para olhar se eles ainda mantinham algum tipo de contato. Meu subconsciente dizia que era errado, mas o que tinha de mais em dar só uma olhadinha?

Não era pra ser assim - MAIARA E MARÍLIA Where stories live. Discover now