XXIX

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[dia 71]
• Marília Dias Mendonça •

A noite foi chegando e com ela, uma criança super cansada. Entramos em casa já eram quase nove da noite, e Loui descansava em meu colo, com a cabecinha apoiada no meu ombro lutando contra o sono. Após o passeio do balão, fomos ao shopping, almoçamos por lá mesmo depois de andar bastante pelas lojas e comprar algumas coisinhas para o bebê e também para Loui. Quando anoiteceu, minha mãe ligou e insistiu que fôssemos até lá e jantasse com ela.

— Vamos tomar banho, tá bom meu amor?! – Maiara disse doce, tentando tirar ele do meu colo. Ele negou algumas vezes me apertando.

— Não dindinha. Eu nem tô sujo. – resmungou, com a voz baixa.

— Tá sim, Lulu. Você correu no shopping, brincou nos brinquedos. Tá fedorento e com o pé preto. – ela disse, tentando convence-lo.

— Ah, eu não vou querer dormir com neném fedido não. – eu disse, afastando o rosto dele. – Vamos lá, a tia da banho em você, neném.

Ele pensou alguns segundos mas acabou concordando.

— Oh Loui, assim a dindinha vai ficar com ciúmes. – ela cruzou os braços, fazendo um bico. Ele me olhou alguns segundos e abriu um sorriso sapeca. – A tia Lila é minha, viu?

— Você me empresta ela um pouquinho? Eu prometo que vou te devolver. – ele pediu doce, fazendo eu me derreter inteira.

Ela estreitou os olhos mas assentiu sorrindo.

Andei com Loui nos meus braços até o andar de cima, e só desci ele para poder tirar as roupinhas de seu corpo. Liguei a torneira da bandeirinha e deixei encher até a metade, o suficiente para que ele ficasse sentado e a água batesse em seu peito. Coloquei alguns sais de banho coloridos, explodindo e fazendo a água ficar cor-de-rosa.

Na nossa casa ainda não tinha nenhum brinquedo, patinho de borracha ou algo do tipo, então deixei que ele brincasse com alguns copos e tampas. O banho dele durou em média meia hora, e ele já começava a coçar os olhinhos sonolentos.

— Vamos sair? – perguntei, ele estava cansado demais para debater, só aceitou.

Passei sabonete pelo seu corpinho bem rápido e lavei seus cabelos com shampoo e condicionador, que claro, não era de bebê. Mas funcionou. Tirei ele dali e o enrolei na toalha, secando imediatamente para que ele não sentisse frio.

Peguei ele no colo, indo para o quarto, Maiara já havia deixado o pijama de frio separado encima da cama, junto com a loção hidratante e o perfuminho mamãe bebê, então apenas vesti nele. Sequei seus cabelos com a toalha o máximo que consegui, e finalizei deixando ele bem cheiroso.

— Nossa que gato!!! – eu disse, fungando o pescoço dele, ele se encolheu todo rindo. – Hm neném cheiroso, agora sim eu quero mimi com você.

Ele veio para meu colo, se aconchegando em meus braços e afundando o rosto em meu pescoço.

Maiara chegou na porta do quarto, silenciosamente colocando apenas a cabeça do lado de dentro. Lentamente ela entrou, pé por pé e me entregou a mamadeira.

— Quer dedeira, amor? – perguntei, ele resmungou que sim, e se ajeitou, colocando a mamadeira na boca.

Maiara se sentou ao meu lado, observando a cena e esperando que ele terminasse. Antes do fim, ele já estava dormindo, segurando uma das minhas mãos para que não o soltasse.

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⏰ Last updated: May 17 ⏰

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Não era pra ser assim - MAIARA E MARÍLIA Where stories live. Discover now