VIII

495 42 72
                                    

[dia 8]
• Marília Dias Mendonça •

Acordei na manhã seguinte me sentindo estranhamente sozinha. Rolei para o lado de Maiara na cama mas passei direto, caindo no chão e logo despertando. Xinguei ela olhando na direção do banheiro para ver se ela estava lá mas não, a porta estava aberta e a luz apagada. Me levantei brava batendo o pé e fui tomar um banho para ver se me acalmava, ainda eram nove da manhã, onde é que ela poderia estar?

Saí do banheiro com uma toalha enrolada na cabeça, vesti um roupão e desci as escadas, minha barriga já estava roncando de fome. Quando cheguei na cozinha até tomei um susto com aquele buquê enorme de rosas vermelhas encima da bancada, junto dele um cartão preto com letrinhas douradas, a caligrafia perfeita dizia:

Meu amor, você estava em um sono tão profundo que não quis te acordar, só pra avisar, você é linda dormindo, parece um anjo.
Não fique chateada, tive que sair às pressas para um compromisso em São Paulo, mas te prometo que volto antes que possa sentir saudades.
E, ah, deixei um café da manhã prontinho para você, para alegrar um pouco da sua manhã.
Amo você.

Sua Maiara.

Na mesma bancada, ao lado das flores havia uma mesa posta. Uma garrafa térmica de café recém passado, suco de uva, pão francês, queijo de corte, presunto, mussarela, requeijão, um bolinho de laranja e para fechar com chave de ouro e deixar o meu dia ainda melhor, seis barras de diamante negro, o chocolate que eu mais amava. Eu estava com um sorriso bobo no rosto e o peito cheio de alegria, eu amava tanto aquela mulher e cada coisinha por mínima que fosse, eu me apaixonava cada vez mais. Era evidente o quanto Maiara tinha mudado, o quanto ela estava me priorizando nos últimos dias e o quanto estava se esforçando para deixar claro que merecia estar comigo.

Meu celular começou a vibrar na minha mão e quando li o nome dela na tela aumentei ainda mais o sorriso.

— Oi amor! – atendi.

— Oi minha vida, já acordou? – ela perguntou, céus, como eu amava escutar o som da voz dela.

— Sim, e estou bem de frente para essas flores lindas e esse café da manhã de hotel. – eu disse me sentando a mesa, já pegando um pão francês e cortando no meio. – Eu amei, amor, obrigada.

— Que bom que gostou, princesa. Queria estar aí pertinho de você, mas eu tive que vim correndo.

— Onde está?

— Acabei de pousar em São Paulo.

— É a trabalho? – comecei especulando, mesmo já sabendo que ela não diria o que estava fazendo.

— Não posso dizer, minha linda.

— Ah Mai... – resmunguei. – Como vou saber se não está fazendo nada de errado? – pude ouvir uma risada feminina que não era a dela e no mesmo segundo minha mente começou a criar mil paranóias por segundo.

E pra piorar meu surto, ela demorou o que parecia uma eternidade para responder, a risada se calou q eu já estava fumaçando, tentando segurar minha língua para não falar nada precipitado.

— Você tem que confiar em mim, vida. – ela disse simples, respirei fundo tentando não gritar com ela.

— Está sozinha, Maiara? – minha voz saiu mais ríspida do que eu gostaria, mas no momento não me importei.

Não era pra ser assim - MAIARA E MARÍLIA Onde as histórias ganham vida. Descobre agora