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[dia 20]
• Maiara Carla •

— Posso te levar pra jantar? – ela perguntou, estávamos tão próximas, o calor do corpo dela junto do meu, uma sensação maravilhosa.

— Pode. – respondi, anestesiada, olhando seu sorriso.

Ela deu uma batidinha na minha perna e eu me levantei, contra minha vontade. Pude notar seus olhos correndo pelo meu corpo assim que me pus de pé, e o vestido ainda ajudou, subindo e mostrando uma parte da minha bunda. Ela piscou lentamente e levantou o olhar, buscando meus olhos. Senti minha barriga formigar, um fogo subiu pelas minhas pernas e eu quase me sentei de volta no lugar.

— Aí, vamos logo. – ela disse, pensando alto e balançando a cabeça. – Antes que eu arranque seu vestido. – completou.

— Até que não seria má ideia. – segui sua linha de raciocínio, ela abriu um sorriso gostando da minha resposta.

— Ainda é cedo, não quero precipitar as coisas. Está sendo como na primeira vez, e – Marília acariciou meu rosto, agora se levantando e ficando bem na minha frente. – Vamos com calma, temos o tempo do mundo.

Eu assenti. Ela enlaçou nossos dedos, passando uma eletricidade gostosa pelo meu corpo. Saímos do quarto juntinhas, uma coisa que se me dissessem hoje pela manhã, eu com toda certeza negaria, diria que era totalmente impossível.

Passamos pela sala onde Maraísa estava, assim que ela bateu os olhos em nós duas e viu as mãos dadas, deu um pulo do sofá vindo na nossa direção.

— Lembrou? Ela lembrou de alguma coisa? – perguntou afoita.

Suspirei, bem que eu queria mesmo, mas a realidade era outra.

— Ainda não, metade. – eu respondi. – Mas estamos indo bem, um passo de cada vez.

Mesmo que não fosse a resposta que ela esperava, Maraísa veio até nós e se jogou no meio, abraçando as duas ao mesmo tempo.

— Estou feliz por vocês!!!! – ela gritou, e nós duas rimos juntas. – Não vou atrapalhar, vão lá, vão se divertir! Trás a minha cinderela antes da meia noite, tá Lila? – brincou, agora se afastando.

— Não sei não, talvez sua cinderela durma comigo hoje. – Marília deu um sorriso sapeca, eu revirei os olhos com um sorriso bobo no rosto.

Nos despedimos e saímos da casa da minha irmã, o carro de Marília estava estacionado bem ali na frente, ela fez questão de dar a volta comigo e abrir a porta para que eu entrasse. Na sequência, ela entrou e começou a dirigir, com uma de suas mãos apoiada na minha coxa, fazendo carinho.

— O que eu gosto de ouvir? – perguntei, mexendo na estação de rádio.

— Você mesma. – ela riu, apertando um dos botões.

O toque da música começou a soar, e eu, sabia exatamente que música era. Não saberia explicar como, ou porquê, mas eu sabia cantar ela por inteiro e foi isso que fiz.

{Ah, se meus olhos tirassem foto das poses que você faz
Eu nem piscaria mais}

Acompanhei a música, cantando em voz alta. Eu não pensava, as palavras apenas saíram da minha boca. Marília abriu a boca em choque, e me olhou com um sorriso no rosto.

Não era pra ser assim - MAIARA E MARÍLIA Where stories live. Discover now