Frente Absoluta Demoníaca VI

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Rapidamente, os dias se passaram e os membros da Chaldea se acostumaram ao dia a dia em Uruk sem nem mesmo perceberem.

Eles começaram a cobrir diversas tarefas ao mesmo tempo por toda a cidade, variando desde ajudar empresas locais até ajudar Leônidas a treinar soldados. Num piscar de olhos, já havia passado um mês, com os membros da Chaldea fazendo nome na cidade.

O rigoroso ferreiro vermelho, a esposa raposa na cozinha, a imperatriz que fazia apresentações nas ruas para aliviar o clima, etc...

Às vezes, eles tendiam a esquecer que estavam no apocalipse, mas encontrar-se com os servos do rei à noite, ou com o rei no trono trabalhando demais, os fazia colocar os pés no chão.

A situação na frente não melhorou, a selva no sul continuou a crescer, e repentinamente as almas dos cidadãos e até animais começaram a desaparecer, com a suspeita sendo de espíritos Malignos sob o comando de alguma das três deusas.

A Deusa Ishtar não aumentou seus ataques. Uma pequena bênção entre todos os desastres.

Era de manhã cedo, o Sol mal começava a surgir no horizonte. Várias sombras não naturais vagavam pelos telhados dos edifícios da cidade, fugindo do cavaleiro vermelho que os seguia.

Os gritos de dor dos espíritos malignos ressoaram por todo o lugar enquanto as espadas sagradas  caíam sobre eles, exorcizando-os.

Ban posou ao lado do último espírito agonizante. Vendo seu corpo se dispersando, ele dispensou as espadas sagradas em suas mãos e suspirou. Seus olhos se voltaram para o Zigurate elevando-se acima de todos os outros edifícios.

"Maldito Goldie... Quando você vai deixar de lado seu orgulho e finalmente aceitar a ajuda do pessoal da Chaldea..."

Ele conseguia entender por que Gilgamesh ficara tão decepcionado depois da batalha na sala do trono. Os servos poderiam tê-lo derrotado facilmente se fizessem tudo, pelo menos em seu estado atual, mas hesitaram e pegaram leve com ele.

Alguém poderia supor que Ritsuka Fujimaru teria ficado endurecido depois de sua jornada até agora, mas no final das contas, ele ainda era apenas uma criança. Ele ainda hesitava quando se tratava de acabar com um inimigo.

Isso era de se esperar. Afinal, se ele fosse completamente implacável também seria estranho.

No entanto, ele não podia hesitar assim diante do inimigo final que deveria enfrentar. Como o último mestre da humanidade, hesitar era o mesmo que a vontade da humanidade de seguir em frente ficar estagnada.

Essa é a verdadeira razão pela qual Gilgamesh o repreendeu e rejeitou sua ajuda. Mas já era hora de deixá-los ajudar e começar a ser proativos. Uruk não duraria muito se focasse apenas na defesa.

"Hoh... Parece que o véu dos pensamentos ingênuos finalmente caiu dos seus olhos depois de todos esses meses, meu oposto"

Os olhos de Ban se moveram quando ele se virou para olhar para o velho que o encarava de um beco próximo. Era o mesmo homem decrépito que conheceu há seis meses em Kutha, e desta vez também não conseguiu detectar a sua presença.

"Ziusu-dra, não é? A quem devo esta visita?"

"A jornada para o abismo está prestes a começar. Vim oferecer conselhos uma última vez. Preste atenção em mim, meu oposto. Três tempestades em breve varrerão Uruk. Não tenha empatia com o odioso. Não celebre com o alegre. ... E não exalte aquele que sofre. Lembre-se, sempre. Desafiando seu propósito, pode ser, é uma tarefa tola colocar o homem contra Deus..."

A maior parte disso passou pela cabeça de Ban. Ele supôs que fosse uma pista sobre as três Deusas, mas a única que conheceu pessoalmente foi Ishtar, e ela não correspondia a nenhuma das descrições.

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