Prólogo Parte 1

12.7K 313 126
                                    


Espadas.

Era isso que eu conseguia ver.

Tudo que eu conseguia ver em meu campo de visão eram espadas sem fim.

Eu não sabia quem eu era, não sabia nem mesmo meu nome.

Tudo que eu sabia era que tinha acordado nesse lugar.

Era um mundo de espadas ilimitadas.

A terra era árida como um deserto com centenas de espadas por toda sua extensão, o céu tinha uma cor alaranjada como o pôr do sol com gigantes engrenagens rodando lá em cima.

Eu estava naquele mundo a uma quantidade de tempo que nem poderia ser contado.

Eu não me lembrava de nada, não lembrava da minha família, dos meus amigos nem de quem eu era.

Eu só sabia que estava naquele mundo.

Olhando para o meu lado eu vi uma arma.

Era uma espada gigante e robusta, facilmente maior que eu, até mesmo eu poderia dizer que não foi feita para ser usada por mãos mortais, pois nenhum humano poderia a usar.

Nela eu consegui ver meu reflexo.

Eu era alto e possuía um físico magro, tinha cabelos castanhos bagunçados e olhos da mesma cor.

Eu não era bonito, mas também não era feio, era somente mediano.

Sem ter nada para fazer nesse mundo, simplesmente olhando o horizonte eu andei.

Eu andei, andei e andei por um tempo incalculável.

Afinal o tempo parecia não ter efeito nesse mundo.

Porém independente do quanto eu andasse nunca chegaria ao fim, as espadas sem fim se estendiam por tudo onde eu poderia ir.

Independente do quanto eu andasse eu nunca senti fome, ou sono ou até mesmo cansaço ou qualquer coisa que fosse vital para a existência de um ser vivo, eu parecia não precisar.

Depois de tanto tempo andando eu parei, sem saber o que fazer eu simplesmente olhei para a espada ao meu lado.

Era uma espada de beleza sobrenatural, sua guarda era azul com detalhes em dourado e em sua lâmina tinha escritas que nenhum humano poderia entender, pois mostrava que ela tinha sido feita por mãos sobrenaturais.

Era uma espada digna de um Rei.

No momento em que eu a toquei eu vi tudo.

Quem tinha a feito, como ela tinha sido criada e os materiais para isso, eu vi ela sendo empunhada por seu usuário e todas as técnicas dele entraram em minha mente, eu vi a história dela e como ela foi destruída.

Então eu reconheci qual era essa espada.

Era Calibur a espada sagrada que tinha o direito de selecionar um Rei e que no passado tinha sido usada pelo Rei Arthur para libertar Britânia.

Sem nada para fazer eu peguei a espada e assumi a posição de seu manejador e repeti os golpes dele.

Naquele momento eu senti nojo de mim mesmo.

Parecia que eu era uma farsa, que eu estava apenas copiando seu verdadeiro manejador.

A própria espada queria me rejeitar.

Mas eu não queria isso.

Eu não queria ser uma cópia dele e por isso fui além.

Durante uma quantidade de tempo impossível de calcular eu pratiquei cada uma das técnicas dessa espada.

A Existência Mais ForteOnde as histórias ganham vida. Descobre agora