Capítulo 4 - O COLÉGIO.

52 3 0
                                    


Após trinta minutos de caminhada cheguei à entrada do Colégio Estadual Barão do Rio Branco localizado em Santa Cruz, no mesmo bairro que morava

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Após trinta minutos de caminhada cheguei à entrada do Colégio Estadual Barão do Rio Branco localizado em Santa Cruz, no mesmo bairro que morava. A entrada era linda com uma rua larga asfaltada que se estendia por cem metros do portão principal ao portão secundário que dava para o pátio aberto e cheio de árvores majestosas com seus troncos largos. A direita se encontrava o prédio com as salas de aula, a esquerda uma quadra de futebol de salão aberta e nos fundos outra quadra fechada - um ginásio esportivo.

Estávamos na terceira semana de aula e a correria continuava. Como em qualquer outro colégio, os veteranos gostavam de aplicar trotes nos calouros - aqui nós os chamávamos de siris quando ingressavam.

Olha, não foi nada agradável passar pelo primeiro ano, tive que correr muito e ficar depois da hora conversando com os inspetores para não ser pego pelos veteranos e ficar com a cara pintada, coberto de farinha de trigo e fedendo a ovo podre. Isso mesmo! Eles enterravam os ovos durante algumas semanas para que ficassem podres e jogavam nos siris que tinham que ir para casa com uma catinga terrível que incomodava quem passasse pela rua a metros de distância. Dei muita sorte e fugi por diversas vezes do trote pulando o muro que já estava preparado para fuga com alguns buracos na sua extensão, atravessando uma linha férrea abandonada ou um matagal do outro lado.

Agora, estou no segundo ano, mas não gosto do trote por ser demasiadamente humilhante, isso não tem justificativa nenhuma, constranger seu semelhante. Zombar só para se divertir à custa do sofrimento alheio? De fato era contra essa maldade.

Estava na metade do caminho da rua quando escutei gritos:

- Peguem os siris, peguem os siris!

Um grupo de siris passou por mim batido sendo seguido pelos veteranos e, desculpem a expressão, era pé na bunda mesmo, parecia até disputa de cem metros rasos. Os que não participavam acabavam rindo ao ver as caras desesperadas dos siris e as alucinadas dos veteranos.

Como de costume, ao passar pelo portão secundário escutei uma voz doce e melodiosa vinda da garota mais bela e cobiçada do colégio. Eu poderia até ser chamado de CDF - não vou dizer o que significa por ser uma expressão muito forte, mas é algo do gênero estuda muito e o bumbum é de ferro -, contudo meus colegas tinham que admitir que minha sorte era grande com as garotas.

E lá estava ela, encostada no muro me esperando passar, loira de cabelo liso, olhos verdes, 1,65 de altura, com seus quinze anos que podiam passar tranquilamente por dezessete em razão de sua maturidade, calça jeans preta e justa, tênis preto e a blusa do colégio - esse era o uniforme, entretanto ficava deslumbrante nela como um vestido longo feito especialmente para uma festa pomposa de gala.

- Bom dia Will! - disse quase cantarolando, dava para ver suas intenções em seus olhos, ela queria algo sério, muito sério comigo.

- Bom dia Aline! - não sei por que, mas hesitava perto dela. Havia um grande conflito interno, continuar livre e solto para flertar com quem quisesse ou me render aos caprichos de Aline.

O Guardião da Galáxia e a Lenda de Pan KuOnde histórias criam vida. Descubra agora