Capítulo 39 - VOLTAMOS PARA CASA.

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Após a adrenalina diminuir e alguns minutos de descanso com o pulguento fazendo a nossa segurança, refleti sobre a luta que havia acabado de presenciar e me lembrei das palavras de Keyla a respeito dos monstros da Terra e uma enorme dúvida pairou no ar.

— Cérberus transformou o monstro da Terra em poeira estelar, mas vocês disseram que somente os monstros de outras dimensões quando destruídos se tornavam poeira estelar. Como isso foi possível? – acabei com o silêncio que tinha chegado com a exaustão física.

— Porque Cérberus pertence a este plano dimensional, o mesmo plano que os monstros da Terra. Quando eles se enfrentam e se destroem, se tornam poeira estelar inofensiva para que não haja danos para o planeta que habitam – respondeu Keyla.

— Então quer dizer que se vocês enfrentarem os monstros da Terra por serem de outra dimensão tudo pode ser destruído, mas se o monstro da Terra for enfrentado por qualquer um da nossa dimensão não ocorrerão maiores danos, é isso mesmo?

— É exatamente isso – concluiu Keyla.

Vendo que Keyla tinha dificuldade para falar, resolvi ficar quieta.

Despois de mais alguns minutos sentados aos "pés" da muralha da China, embora quisesse ficar sem incomodar ninguém, um desespero começou a crescer dentro de mim. Uma angústia me fez revirar a mente lembrando algo preocupante: os meus pais!

— Temos que voltar o mais rápido possível! – disse arregalando os meus olhos.

— Por quê? – Keyla franziu o cenho.

— Meus pais irão chegar a qualquer tempo em casa... – disse esbaforida e, logo depois, tive que fazer uma pausa para recuperar o fôlego.

— Sim, mas ainda não entendi o motivo de tanta aflição – disse Keyla.

— Eu escrevi um bilhete contando tudo. Precisamos chegar antes deles, pois do contrário vão surtar.

— Muito bem! Vamos! Já descansamos o suficiente – Keyla apressou o grupo.

Keyla disse que o descanso tinha sido suficiente, mas olhando para eles dava para perceber que o "suficiente" dela só daria para voltarmos e olhe lá!

— Ryu, leve o Will – disse Ravi.

Ryu assentiu.

— Não é necessário...

Will acordou e falou com dificuldade por ainda estar zonzo.

— Will! – exclamei super alegre por ouvir a voz do meu irmão.

— Você está bem? – Aline o ajudava a se levantar.

— Sim, acho que sim. O que aconteceu?

— Você não se lembra de nada? – estreitei meus olhos tentando entender como ele não se lembrava de quase ter matado nossos amigos e destruído toda a China.

— Não me lembro de nada... só do monstro tentando me matar... o Alex me empurrando e... onde está o Alex? – a voz do Will estremeceu e vacilou quando lembrou que Alex havia sido atingido pela fera.

— Eu estou bem – disse Alex esboçando um sorriso.

— Que bom Alex – Will ficou aliviado.

— E depois? Não lembra? – instiguei.

— Não, nada.

Eu contei tudo que aconteceu para meu irmão e ele se sentiu envergonhado.

— Não fique assim, você não teve culpa – Keyla o consolou.

— É mesmo! A culpa não foi sua – Aline se exaltou e fuzilou Keyla com seu olhar vítreo.

Will sem graça olhou para Ravi. A troca de olhares entre os dois foi suficiente para que eu entendesse tudo. Ravi e Will passaram pela mesma situação, só que Will não precisaria passar por toda dor que Ravi experimentou.

— Vamos embora – disse Keyla.

— Vamos! – disse doida para ir logo.

Tudo começou a tremer, impacto de luz e sombra com a imagem da muralha da China ficando turva, tudo ao redor desfocou e um corredor se formou nos arrastando numa velocidade incrível.

Naquele curto espaço de tempo em que deixamos a China e voltamos para casa me perguntei se iria me acostumar com essas viagens loucas.

Em poucos segundos desde a partida, imagens foram se sobrepondo formando o nosso quintal e a frente nossa casa.

— E agora? – Will ficou boquiaberto ao ver o carro do pai estacionado na garagem.

— O bilhete! – disse ofegante saindo em disparada para a porta de entrada.

Will correu logo atrás.

— Vamos Will! Rápido – disse me virando para trás apressando meu irmão para pegar a chave e abrir a porta.

Ao chegar, a porta se encontrava ligeiramente aberta.

Espantada, pensei que meus pais poderiam estar em perigo.

Entrei correndo e logo congelei ao ver papai e mamãe sentados no sofá. Will parou ao meu lado e teve a mesma reação.

Meu pai segurava na mão esquerda o bilhete que eu havia escrito.

— Agora lascou tudo – disse meu irmão sussurrando ao meu ouvido.

— Que bom que estão bem – minha mãe se levantou e foi nos abraçar.

Meu pai também se levantou, apertou o bilhete em sua mão quase o amaçando e foi nos abraçar.

Querem saber de uma coisa estranha? Eles simplesmente nos abraçaram e não falaram absolutamente nada.

Não demorou para que Aline, Alex, Keyla, Ravi, Ryu e Liu entrassem.

Enquanto mamãe nos mantinha acolhidos em seus braços, papai fitava nossos amigos.

— Que bom que todos estão bem – disse meu pai aliviado.

Olhei para ele estranhando tudo.

— Entrem e fiquem a vontade, só não sei se haverá lugar para todos se sentarem.

Meu irmão e eu nos entreolhamos.

— Não aguentava mais de tanta ansiedade por esperar vocês – disse mamãe sem querer nos soltar.

Quando finalmente mamãe nos largou e segurou a mão do pai é que fui notar a presença de um homem e uma mulher que nunca havia visto antes sentados no outro sofá.

Achei que fôssemos levar uma bronca, achei que iriam nos chamar de loucos pelo que escrevi, ou até que nos colocariam de castigo por ter chegado tarde em casa com um monte de amigos quando deveríamos estar dormindo.

Desobediência em casa era punida com castigo na certa. Porém, não foi isso o que aconteceu.

— Acomodem-se, temos muito que conversar – disse meu pai retornando com minha mãe para o sofá.

O Guardião da Galáxia e a Lenda de Pan KuWhere stories live. Discover now