Capítulo 11 - TERREMOTO NO MEU QUARTO.

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Tentávamos digerir todas as informações que apontavam para uma conspiração de assassinato. O nosso assassinato. Imagine descobrir que existem pessoas querendo sua cabeça sem sequer saber o motivo. O fato é que minha irmã e eu ficamos amedrontados e sem saber o que fazer.

Sofia já não conseguia ficar parada em um único ponto do quarto e eu tentava assimilar o baque da notícia sentado na cama. Misteriosamente senti uma grande pressão no meu corpo, o ventilador de teto que girava em ritmo constante congelou, meu hamster que corria na roda de sua gaiola para se exercitar ficou imóvel, os peixes do aquário ficaram sem movimentos, a TV travou numa única imagem.

Olhando de relance pude ver uma mosca próxima ao meu rosto parada em pleno voo. Mas os meus movimentos e os de Sofia permaneciam normais.

Depois, comecei a sentir contrações musculares e tudo que se encontrava no meu quarto passou a desfocar como um pulsar, como se fosse um impacto de luz e som, vinha a pancada e tudo desfocava e escurecia, depois voltava ao normal e em seguida nova pancada e tudo desfocava. Tudo começou a tremer como um terremoto de nove pontos na escala Richter. Sofia em pé tentava manter o equilíbrio flexionando as pernas e abrindo os braços.

Meu corpo parecia estar em convulsão diante do terremoto, porém, nada do quarto saía do lugar! As fotos e quadros na parede não caíam. Minhas estátuas de personagens de desenho animado japonês não saíam do lugar na estante e até a persiana da minha janela permanecia imóvel.

A pressão e os tremores aumentaram tanto que nós começamos a gritar.

De repente, três pontos luminosos apareceram e toda oscilação do ambiente que embaçava diante de nós começou a ser sugado pelas luzes. Um forte clarão nos fez cerrar os olhos com muita força e quando finalmente conseguimos abri-los voltamos a gritar desesperadamente, mais põe desesperadamente nisso!

- AAAAAAAHHHHHHHH!!! - berramos em sincronismo.

Sofia derrubou tudo atrás dela se jogando para trás. Eu capotei da cama me esparramando no chão.

Diante de nossos olhos três pessoas. Será que seriam as tais pessoas que queriam nos assassinar? Pelo menos eu com minhas pernas bambas e reconhecendo um deles comecei a implorar.

- Por favor, Liu não nos mate! - sei que parece algo deplorável, mas você no meu lugar ou no lugar da minha irmã faria a mesma coisa.

E pelo jeito que minha irmã ficou histérica, também reconheceu um deles.

- Keyla não! Keyla não! Eu não quero morrer! Não quero morrer!

Foi preciso algum tempo para que entendêssemos que eles estavam pedindo para termos calma e que não queriam nos fazer mal. Eles falavam:

- Calma, viemos ajudar, não vamos machucar vocês.

Nós só pensávamos:

- "Vamos morrer!"

E gritávamos:

- Não nos matem!

Liu veio em minha direção com cautela, com os braços estendidos e com as mãos abertas pedindo calma.

Keyla foi à direção de Sofia com a mesma postura.

Com os olhos absurdamente esbugalhados de espanto e terror - muito terror - e com o coração a mil por hora fomos ajudados por eles a nos levantarmos.

Sofia foi colocada, junto comigo, sentada na cama. Diante de nós Liu com a tatuagem do pássaro vermelho refletida no espelho do meu armário por estar em suas costas, pelo grito da minha irmã a mulher chamada Keyla com a tartaruga negra abaixo do umbigo e pela tatuagem o "homem tigre" que Sofia havia descrito.

Liu e o "home tigre" estavam sem camisa, calça jeans azul e tênis branco e Keyla com top verde e calça de strach preta bem, mais bem justa em seu corpo e tênis preto. Detalhe, as tatuagens visíveis brilharam por alguns segundos e se apagaram lentamente.

Ao que tudo indicava, foram eles os causadores do terremoto no meu quarto.


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