Capítulo 10 - QUEREM NOS ASSASSINAR.

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Nossos pais esperavam Sofia chegar da excursão para que pudessem sair e do jeito que se vestiram iriam ficar muito tempo fora.

Sofia finalmente chegou, porém, mais esquisita que o de costume.

- Will, olha o que combinamos... - reprovei. - O "GG" - debochei.

- Ok! Desculpe-me.

Como o casal Obéron estava com pressa, deram as instruções para que mantivéssemos a casa na mais perfeita ordem, além do zelo com a nossa segurança enquanto estivessem fora. Como eu já tinha quinze anos recebi credibilidade para tomar conta da casa e assumir responsabilidades, principalmente cuidando da minha irmã querida.

Assim que a porta bateu Sofia me segurou pelo braço e me arrastou para o meu quarto, sua expressão era de desespero quando começou a falar.

- Will! Preciso te contar uma coisa urgente - disse cuspindo as palavras. Não consegui conter por mais tempo o desespero, foi só o suficiente até nossos pais saírem de casa.

- O que foi Sofia? Por que você está tão apavorada assim? - disse para minha irmã já preocupado com sua expressão de angústia.

- Você nem imagina o que aconteceu - arregalei meus olhos.

- O quê? Fala logo!

- Eu estava no luau da excursão do colégio, isso depois de ter sido salva pela estagiária Keyla quando cai da super banana boat inflável que os doidos pediram com emoção, senti uma corrente de água, parecia uma sereia, rápido, na água, acabou pegando, quase morri... - Will me interrompeu, pois fiquei muito ofegante com tanta adrenalina sem falar coisa com coisa.

- Calma Sofia, não está falando coisa com coisa. Fala devagar e do início - minha irmã tremia de nervoso.

- Ok! Do começo - respirei fundo para me recompor. - Na excursão eu andei numa banana inflável puxada por uma lancha, ela virou, meu colete se desprendeu e comecei a me afogar. Uma estagiária chamada Keyla me salvou mesmo estando a metros de distância, o que já me deixou bolada. À noite estávamos no luau quando ela saiu e eu a segui para ver o que ia fazer. Keyla se encontrou com um cara e eles falavam sobre nós - terminei quase sussurrando, talvez achando que eles ainda estivessem por perto.

- Como assim? Eu nem conheço essa tal estagiária Keyla - retruquei bem cético.

- Presta atenção! - fiz gesto com as mãos para que parasse e focasse no que eu falava. - Não faço a menor ideia de como ela te conhecia, te conhece ou te conheceu, o fato é que o "homem tigre"...

- Homem o quê? - interrompi espantado.

- É! "Homem tigre". Ele tem uma tatuagem irada de um tigre branco no braço subindo até o ombro esquerdo, assim como a Keyla que tem uma tartaruga abaixo do umbigo e... e... nem vai acreditar! - tentei encontrar uma descrição melhor. - Elas pareciam vivas!

- O que você falou? - fiquei mais espantado ainda. Agora havia chamado de vez minha atenção.

- Que pareciam vivas, que se moviam. Eles disseram os nossos nomes e falaram que uns enviados viriam para cá nos... assassinar! - quase não percebi, mas gesticulava como uma louca.

- Isso é doideira Sofia, será que você ouviu direito? Quem iria querer nos assassinar?

- Eu sei muito bem o que escutei. O "homem tigre" falou seu nome e que um tal de pássaro vermelho estava com você e que um dragão verde fazia outras coisas que não me lembro bem.

- Como é que é! Repete!

- Isso mesmo tá bom! Um pássaro vermelho, um dragão verde, uma tartaruga negra e um tigre branco - disse cuspindo as palavras a jato.

- Isso não é possível! - fiquei aturdido.

- O quê? - confesso que estranhei a forma que meu irmão falou, justamente porque não parecia estar duvidando de mim.

- Eu conheci um siri chamado Liu e ele tinha nas costas uma tatuagem de um pássaro vermelho que parecia se mover também - meu olhar absorto tentava lembrar da tatuagem de Liu.

- Viu! Viu só! Tem alguma coisa erra aí - bati forte com a mão direita na minha perna extravasando minha cisma.

- Você disse que a Keyla te salvou e você ficou bolada por quê?

- Ela ficou na areia da praia, no mínimo duzentos metros de distância, e chegou nadando muito rápido até onde me afogava e isso sem contar que me achou fácil dentro da água.

- Que sinistro!

- Nem imagina o quanto! - sacudi a cabeça arregalando os olhos.

- Não, não. Imagino sim. Esse Liu ficou rodeado por veteranos e do nada desapareceu deixando todos com cabelos chamuscados e um círculo de mato queimado.

- Eu estou com muito medo - disse apavorada.

- Espera, esses animais... é isso! Liu fez uma apresentação de um trabalho sobre o mito chinês da criação do universo. Ele falou sobre a Lenda de Pan Ku, o criador e que teve ajuda de quatro animais sagrados: a tartaruga negra, o dragão verde, o pássaro vermelho e o tigre branco.

- Isso! Isso! Era assim mesmo que um ficava chamando o outro - batia minha mão direita cerrada na esquerda enfatizando minha afirmação, extravasando o estresse.

- Como? - franzi o cenho.

- O "homem tigre" misterioso quando falava com a Keyla lhe chamava de tartaruga negra e ela o chamava de tigre branco - disse achando que chegaríamos a uma conclusão.

- Liu então seria o pássaro vermelho por causa da fênix em suas costas, e o dragão verde? - achei que Sofia pudesse dizer algo mais.

- Sei lá! Por que estão fazendo isso Will? - olhei fixamente para meu irmão.

- Não sei Sofia, mas isso não está me cheirando bem.

- Com certeza! Imagina só, alguém querendo nos matar - pensativos, fizemos uma pequena pausa.


O Guardião da Galáxia e a Lenda de Pan KuWhere stories live. Discover now