Capítulo 26 - RECARGA DE BATERIA.

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Deixávamos a caverna quando uma enorme fraqueza tomou meu corpo. Fiquei tão fraca que quase me estatelei no chão. Por um instante minha vista ficou turva, minhas pernas bambearam e por sorte fui agarrada por Ravi. Aline não sabia se segurava a mim ou ao meu irmão.

O grupo parou para que fôssemos colocados deitados um ao lado do outro.

— O que está acontecendo? – perguntei com muita dificuldade, as palavras quase não saiam da boca.

— É o efeito causado pela viagem dimensional e o submundo – disse Keyla ajoelhando-se próxima a minha cabeça.

— Quando se faz uma viagem dimensional, por falta de hábito, o corpo sente os efeitos e tem sua energia sugada. Isso ocorre para dar uma chance de defesa para quem habita a dimensão que se visita caso o viajante tenha intenções maléficas. Sendo as intenções voltadas para paz, não há necessidade de usar energia e os efeitos são minimizados. Quando se luta, como vocês fizeram, em outra dimensão assim que se faz a passagem, a energia é rapidamente retirada enfraquecendo o agressor não importando se luta pelo bem ou pelo mal – disse Liu de joelhos aos meus pés.

— Com a prática vocês irão se acostumar e os efeitos não mais os atingirão porque possuem a energia da Via Láctea – disse Ravi de joelhos à nossa direita.

— A primeira vez a gente nunca esquece – Ryu deu uma risada à minha esquerda ao se ajoelhar, talvez tenha se lembrado da sua primeira vez.

Com o pouco de energia que me restava, segurei a mão do meu irmão.

Os animais sagrados tocaram as extremidades dos nossos corpos com suas mãos e começaram a emanar uma áurea azulada que se concentrou em toda a extensão de seus braços e antebraços. Senti um formigamento no corpo e logo depois veio um clarão, uma forte onda de choque que eletrizou todo meu corpo.

— Ai! – gritei me colocando de pé num salto, a sensação foi de ter entrado todinha numa tomada de alta voltagem para receber uma forte carga elétrica para energizar cada célula do meu corpo.

Meu irmão também deu um pulo, só que continuou pulando.

— Ai! Ui! Que isso! Que isso!

A cara do meu irmão eletrizado foi engraçada, já fazia muito tempo que não o via assim.

Confesso que depois do choque me sentia muito bem e cheia de energia, parecia que acabara de acordar após uma ótima noite de sono.

— O que fizeram? – perguntei já que meu irmão não parava de pular.

— Recarga de bateria instantânea, você gostou? – Ryu sorriu.

— Sim, eu acho – respondi meio sem graça.

— Nós transferimos um pouco de fluido energético para vocês se recuperarem rápido – disse Keyla.

— Rapaz! Não tô puro não! Tô ligadão! – meu irmão falou todo elétrico e todos começaram a rir.

— Eu também quero um pouco disso – Alex queria experimentar a recarga.

— Impossível! – disse Keyla. — Você iria explodir. Seu corpo não aguentaria a pressão do fluido energético, seu corpo não foi preparado para isso como foi o de Sofia e Will.

Alex mudou a expressão de euforia para decepção.

O meu irmão recuperado conseguiu falar:

— Que bom que acordaram – disse com semblante de alívio. — Pensei que não iria vencer Cérberus e que não fosse conseguir salvá-los do sono eterno de Hipnos.

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