Capítulo 17 - MONSTRO DA TERRA.

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Voltávamos para casa quase correndo e mesmo assim Alex não parava um só segundo de falar sobre as teorias do fim do mundo.

— Will, em todos os relatos apocalípticos existe mais de uma interpretação. Escolhas devem ser feitas e são dadas aos escolhidos para que o fim seja evitado. O nosso destino é lutar contra os invasores. Seremos heróis! – sua euforia me assustava mais do que os enviados.

— Alex, pare com isso! Você ainda continua pensando que isso é um jogo em que se tem mais de uma vida e continue ilimitado para chegar ao final? São as nossas vidas que estão em jogo aqui e só temos uma se ainda não percebeu – reprovei seu entusiasmo. — E você não foi escolhido para nada! Só deu azar de estar no lugar errado e na hora errada.

Finalmente Alex ficou quieto. Aline não desgrudava do meu braço apertando-o com força e Sofia sacudia suas mãos na tentativa de fazê-las brilhar novamente.

— Os garotos não estão bem – disse Keyla sussurrando para Liu achando que eu não fosse ouvir. Porém, de uma coisa ela estava certa, nós não estávamos nada bem.

— Depois passa, é surto temporário – ele respondeu, mas continuavam em ritmo acelerado.

A minha casa já estava perto, faltava passar pela praça com uma quadra poliesportiva, algumas mesas de concreto com tabuleiros gravados para jogar dama ou xadrez, escorregas, balanços e gangorras.

— Onde você pensa que vai Will – a voz que ecoou na rua emanava ódio.

— Caramba! – Alex torceu a cara.

— Só me faltava essa agora! – não podia acreditar que tudo de ruim estivesse acontecendo somente em uma noite.

Fernando, Maurício e a gangue de cabeças raspadas começaram a correr para cima da gente. Obviamente queriam minha cabeça.

— Você vai ver só uma coisa Will – Fernando parecia disposto a cumprir o que dizia.

— Vai aprender a nunca mais sacanear a gente desta maneira Will – Maurício vinha com um porrete na mão direita.

É lógico que fiquei com medo! Sei que não deveria depois dos monstros que enfrentamos... só que não dava tempo para assimilar tudo.

A gangue dos chamuscados corria pela calçada preste a atravessar a rua quando um estrondo fez tremer tudo e os alarmes dos poucos carros estacionados nas ruas próximas começaram a disparar.

Os tremores vinham como pegadas de um gigante. Tum! Tum! E tudo tremia. Uma árvore caiu sobre um carro a nossa esquerda, ou melhor, foi arremessada. Com certeza o alvo não deveria ser o carro.

— Nós vamos te pegar Will! – Maurício ameaçou e fugiu correndo com sua gangue. Uma atitude bem sensata dada às circunstâncias.

Viram como não dava para ficar aliviado? Sai uma ameaça e entra outra!

— O que é isso? – perguntei preocupado.

— Não sabemos! – Liu respondeu com ar de espanto, o que me deixou tenso, muito tenso.

— Vocês não acabaram com todos os enviados no campo? – reprovei mais do que questionei. — Como deixaram algo tão grande passar despercebido?

A coisa grande ganhava forma esmagando a calçada com seu peso.

— Nós acabamos com todos os enviados que passaram pelo portal – disse Ryu com uma curiosidade estranha no rosto para saber o que era.

— Então o que é isso? – apontei para criatura.

O Guardião da Galáxia e a Lenda de Pan KuWhere stories live. Discover now