Capítulo 36 - O PODEROSO YORKSHIRE - O PULGUENTO ATACA.

17 3 0
                                    


Quando o pulguento apareceu, Aline se desgrudou do meu braço e, junto com a Sofia, saíram correndo para pegá-lo.

Alex e eu ficamos olhando as duas "taradas" quase dividindo em dois o cachorrinho.

— E agora? – perguntou Alex. — Ravi e Keyla serão nossos inimigos?

— Eles jamais permitirão isso. Eles vieram de outra dimensão para nos proteger e estão arriscando suas próprias vidas nisso. Isso deve ser uma mentira.

Eu gostaria mesmo de acreditar que a minha resposta estivesse correta, mas tudo era tão absurdo, tão surreal para mim que mais nada fazia sentido.

Sem que percebêssemos, o grupo estava separado. Os animais sagrados foram para bem longe para que não pudéssemos escutar a conversa, Aline e Sofia se distanciaram para encher o yorkshire de carinho e Alex e eu ficamos perto da Muralha da China. Mesmo distante dos animais sagrados, conseguia sentir a tensão do ambiente proporcionado pela excessiva preocupação que demonstraram ao ouvirem as últimas palavras do enviado.

Tohil demonstrou ser um inimigo muito astuto e perigoso. Muito embora Keyla tivesse contado a história de Ariadne e Ravi resumidamente, sabia que tinham muito mais coisas envolvidas nisso. O jeito que Tohil brincou com os sentimentos dos animais sagrados foi terrível. Certamente poderíamos esperar pelo pior sempre. Tudo que Tohil arquitetou só havia começado.

O clima que já era pesado àquela altura, conseguiu se solidificar com a tensão criada pelo rosnado do pulguento que pulou do colo da Aline, correu ficando entre a gente, parou e ficou todo ouriçado olhando para próximo de onde Alex e eu ficamos esperando.

Olhando na direção em que meu cachorro rosnava me apavorei com um monstro que simplesmente ficou parado, vidrado no pulguento. Sei que dificilmente terei descrição melhor, mas o monstro mudou de cor como se ficasse pálido de tanto medo ao olhar um pequenino yorkshire.

Os animais sagrados estavam enfraquecidos e a distância era muito grande de onde Alex e eu estávamos. Tudo foi muito rápido e, pelo fato dos animais sagrados não terem notado o monstro, no mínimo deveria ser um monstro da Terra.

O pulguento foi ficando cada vez mais agitado e nervoso, seu rosnado não parecia em nada proporcional ao seu tamanho. Era alto, forte e pavoroso, lembrava mais uma fera gigantesca.

Estalos de vários ossos quebrando zumbiam em nossos ouvidos. A cada estalo o pulguento ia aumentando de tamanho e duas cabeças brotaram do seu pescoço, uma em cada lado. Ele continuou crescendo e se modificando assustadoramente até ficar igual ao desafio que enfrentei no submundo.

O meu pulguento havia se tornado o sinistro Cérberus.

Quando terminou sua transformação, começou a jorrar litros de baba de suas cabeças e disparou para atacar o monstro sem hesitar. O monstro apavorado correu desenfreado para fugir do Cérberus embrenhando-se na mata.

Cérberus com suas patas colossais fazia o chão estremecer a cada impulsão que tomava, deixando suas enormes pegadas no solo. Seria apenas uma questão de tempo até alcançar o monstro, e isso eu sabia muito bem, pois não consegui fugir dele no submundo.

Agora tinha entendido tudo. Hades não brincou comigo. Ele realmente cumpriu com sua palavra e permitiu que sua fera saísse do submundo para nos ajudar com os monstros da Terra.

Cérberus e o monstro sumiram de vista, mas outro monstro me atacou sem que eu pudesse perceber. Achei que receberia todo impacto do seu golpe que pela proximidade poderia ter sido fatal.

Arregalei meus olhos buscando reflexo para reagir de alguma forma, mas, de repente, sofri um forte empurrão que me tirou da frente do ataque.

Ao cair no chão, pude ver Alex sendo arremessado contra a grande muralha da China ficando desacordado, imóvel, sequer o movimento de sua respiração conseguia ver. O monstro havia matado meu amigo. Alex tinha dado a sua vida para salvar a minha.

— Isso não pode estar acontecendo! Alex, por que você fez isso seu idiota. Por que fez isso? – gritei absorto com a cena.

Meu cérebro se recusava a processar o que meus olhos viam.

— Você matou o Alex! Você matou o meu irmão! Eu vou acabar com você! – minha voz causou um estrondo que ecoou pela muralha da China.

Uma sensação estranha e diferente da que experimentei ao fechar o portal impedindo a passagem dos Deuses fez meu corpo vibrar.

Uma grande energia agitava cada minúscula célula do meu corpo.

Um sentimento de fúria tomou meu coração e mente me fazendo ficar cego e perder completamente o sentido...

O Guardião da Galáxia e a Lenda de Pan KuМесто, где живут истории. Откройте их для себя