PH: Vem, faça o que eu mandar.
Ele me puxou do carro e eu fui andando sendo conduzida por ele. Mordia o lábio com tanta força que já podia sentir o gosto do sangue.
Parei e ouvi um barulho forte de água. Onde eu estou? Brincava com os dedos impaciente.
PH: Já volto. Não tira a venda.
Ouvi seus passos se afastando. E se ele me deixasse ali sozinha? Imediatamente veio aquelas lembraças na casa abandonada, quando ele me deixou trancada sozinha (e grávida) e logo depois passei por tudo aquilo nas mãos do Fernando. Senti um arrepio.
Pedia em pensamento que aquilo não demorasse, 15 minutos se passaram. Na minha cabeça parecia uma hora. Estava angustiada.
Malu: PH?
PH: Oi, Malu. Já vou. Espera mais um pouco.
Batia o pé nervosa e meu coração parecia uma escola de samba. Senti o cheiro do perfume do PH. Senti ele se aproximando por trás de mim e meu corpo se contorceu em um calafrio.
PH: Pronta?
Malu: Para quê? - mordi o lábio novamente e senti dor, ele já estava todo cortado -
PH não respondeu, tirou a minha venda e quando eu vi o que era, soltei um suspiro de alívio. E depois um sorriso involuntário se formou em meu rosto.
Estávamos em uma pedra gigaante, perto de uma cachoeira. De cima da pedra, dava para ver toda a cachoeira e uma parte da mata. PH havia forrado a pedra com uma toalha e colocado coisas próprias de piquenique em cima dela.
Sim, o PH fez isso. Não me surpreendo se você não conseguir acreditar nisso, pois nem eu mesma que estou vendo com meus próprios olhos estou conseguindo acreditar que aquele galinha é capaz de fazer coisas como essas.
PH: Gostou?
Malu: Muito! - soltei uma risada alta, eu estava muito feliz -
PH sorriu satisfeito, sentamos ali e ficamos observando a natureza.
Malu: Por que a mudança, Diego?
PH riu.
PH: Você nunca me chamou de Diego.
Malu: É seu nome, não é? Então, o que tem eu te chamar assim?
PH: Só é estranho, querida.
Querida? Me lembrou o meu pai ;s
Fiquei em silêncio
