Capítulo 184

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Fui despertada dos meus pensamentos com meu celular vibrando, olhei no visor, Mamãe.
Flávia: Maria, já chegou?
Malu: Cheguei, mamãe! A casa é linda, você ia AMAR!
Isa: Mãe, mãe, é a vovó?
Laura: Vovó! Vovó!
Flávia: Os mini furacões já chegaram?
Malu: Como sempre, né?
Isa: DEIXA EU FALAR COM A VOVÓ!
Laura: VOVÓ! VOVÓ! VOVÓ!
Malu: Meninas, não gritem! Por favor! Isa, lembra o que te falei?
Isa: Sim mamãe, desculpa. Não vou ser mais sem educação, eu prometo! Agora deixa eu falar com minha vovózinha?
Malu: Isso, assim que se fala! Pode sim
Passei o celular pra ela
Isa: Vó, eu cheguei longe do Brasil! É.. e eu tenho um quarto com a Laura. É rosa, vovó. De princesas!
Após mais alguns minutos de tagarelagens da mamãe, Laura e Isa.
Isa: Pronto, mãe. A vovó quer falar com você.
Malu: Oi mãe!
Flávia: Filha, como essas meninas falam!
Malu: Puxaram a senhora - eu ri -
Flávia: Ai, que absurdo! Eu nem falo tanto.
Malu: Laaaura! Larga isso, não pode colocar na boca! Isa, querida. Olhe sua irmã enquanto estou no telefone.
Isa: Sim, mamãe.
Flávia: Maria, se você não conseguir cuidar das meninas sozinha, eu posso mandar a Margareth, ou ir pessoalmente, sem problemas.
Malu: Não precisa, obrigada.
Flávia: Tem certeza? Antes era só a Laurinha, agora temos a Bela também.
Malu: Eu dou conta das minhas princesas, pode deixar.
Flávia: Só feche a fábrica ou as pernas por enquanto, ok? Mais um neto não está nos meus planos!
Malu: MAMÃE! - a repreendi - Relaxa, não estou pensando em mais nenhum agora.
Flávia: Que ótimo! Tenho que ir querida, qualquer coisa, me liga!
Dois meses depois
Eu estava nervosa, estava aflita. Estava enlouquecendo, mais que isso, estava pirando! Motivo? Tenho nesse momento um exame em mãos, e não tenho coragem de ver o resultado.
Isa: Mãããe, oi mãe. Cheguei da ecolinha. E sabe? Aprendi a escrever meu nome! SOZINHA! - ela berrou histérica - A tia Suzana nem precisou segurar na minha mão!
Malu: Que linda, meu amor! Parabéns! Quando o papai chegar, vamos contar as novidades, ele vai ficar muito orgulhoso. Cadê a Laurinha?
Isa: Tá lá embaixo brincando! Eu vou lá brincar com ela, tchau mamãe! - e saiu correndo -
NÃO DESÇA CORRENDO NA ESCADA, FILHA!
Aiai, essas crianças. Olhei no relógio, marcava 12h. Fiquei tão envolvida e apreensiva com esse resultado, que nem me lembrei de fazer o almoço.
Corri até a cozinha, fiz um estrogonofe e arroz. Um pouco de batata frita para minhas pequenas, uma saladinha pra mim e pro meu marido. E pronto!
Isa: Quero suco, mãe! Faz suuuco!
Fiz um suco de maracujá, pra ver se acalmava as bagunceiras, e me acalmava também! Eu estava precisando.
PH: Olá, família! Cheguei!
Laura&Isa: Papai!
As duas saíram correndo até ele e o abraçaram.
PH: Como estão?
Isa: Muito bem, papai! Eu e a mamãe temos que te contar uma coisa!
PH: Ah é?
Isa: Sim! Eu aprendi a escrever o meu nomezinho, pai! So-zi-nha. Sem ninguém segurar na minha mão!
PH: Ah filha, papai fica muito orgulhoso! - ele dá um beijo nela - Depois vamos ir comemorar isso, ok?
Isa: Tá bom! Pai?
PH: Oi princesa
Isa: Eu vou pedir a professora pra me ensinar a escrever o nome da Laulau, e aí eu vou ensinar a ela também!
PH: Isso, querida! Acho que a Lalá vai gostar.
Isa: Laulau, pai!
PH: Ah, é verdade. Laulau. Oi amor, como foi seu dia? - me deu um selinho -
Malu: Foi.. normal - encolhi os ombros -
PH ficou fitando os meus olhos, como se pudesse ver tudo que estava se passando por meio deles e isso me deixou desconfortável.
Malu: Como foi a faculdade? - perguntei tentando disfarçar -
PH: Legal, foi anatomia e...
Malu: Tá na hora do almoço! Nada de falar dos seus defuntos agora, ok?
PH riu, sabia que eu morria de nojo. E não, não me conformava das pessoas terem que ficar em uma sala com um morto. Pior que isso: mexendo em um morto! Só de pensar nisso, sentia um arrepio na espinha! Ecaaa!

Uma Patricinha No MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora