Capítulo 178

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Os últimos dias se resumiram a voltar naquela pracinha, tentando incansalvemente ver a minha filha mais uma vez. Mas até agora, nada dela! Estou começando a achar que a Malu se enganou.
Malu: PH, acredita em mim! Era ela!
PH: Olha, eu acredito em você. Mas se ela esteve aqui, com certeza não está mais.
Malu: Ela vai aparecer de novo, você vai ver.
Suspirei, já estava sem esperanças.
Malu: Olha PH, ali! É ela!
Olhei em direção ao parquinho e lá estava ela, com o seu vestido favorito. O vestido que ela foi enterra.. Não! Ela está viva! Mas como? Senti lágrimas se formando em meus olhos e uma incrivel vontade de ir até ela e a abraçar com todas as forças! Ela brincava no parquinho, subia as escadas e descia rindo. Uma velha a olhava e em seguida, olhava em volta. Meus olhos são voltados novamente a minha filha, ela estava tão linda! A Nicole vai pagar muito caro por ter me separado dela desse jeito, pode apostar!
Vi a velha puxar minha menina pelo braço e levar para um prédio próximo, um prédio bem sujo e velho. Não sei nem quem pagaria pra viver ali. Aliás, não sei como alguém viveria ali, mesmo se fosse de graça. Entrei no prédio com a Malu e havia um "porteiro" de bermuda e havaianas, com uma cara de tédio fora do normal.
PH: Quero saber onde é o quarto da Nicole.
Porteiro: Ih, outro cliente? Olha, a dona Nicole sempre avisa quando vem cliente e hoje ela não avisou nada não.
PH: Eu vou subir AGORA!
Porteiro: OU O QUE? - se colocou de frente pra mim estufando o peito -
Eu ri de lado, levantei a blusa e peguei minha pistola.
PH: Ou então, tu vai pra vala, meu irmão.
Na mesma hora, desestufou o peito, abaixou a cabeça e rosnou: - Quarto 213
PH: Assim que eu gosto, bem obediente!
Peguei na mão da Malu e fomos subindo as escadas. Aquele lugar era um chiqueiro! Paredes descascadas, restos de comida pelo canto, ratos, e a escada rangia. Parecia filme de terror, Malu estava agarrada ao meu braço.
Malu: Pensei que ela estava morta. Digo, a Nicole.
PH: Eu te disse que não a matei.
Malu: Eu não acreditei.
PH: Não te culpo por isso.
Subimos mais algumas escadas e estávamos no segundo andar. 210, pude ver em uma das portas.
xxxxx: Procurando alguém?
Eu e Malu demos um pulo e nos viramos, era um homem de 60 anos.
PH: Quarto 213.
Ele apontou para um quarto no final do corredor.
xxxxx: Só não façam barulho! Não estou mais na idade de ouvir esses sons repulsantes que essa mulherzinha emite constantemente. Avisem a ela que há outros meios de se sobreviver.
Ele se virou e entrou em um dos quartos. Nicole estava se prostituindo? Meu sangue ferveu! Como ela tinha coragem de levar homens com minha filha lá? Ela não tem noção do quanto isso é perigoso? Cerrei os punhos e andei em passos largos até a porta de seu apartamento. Soquei com força e após alguns segundos, a porta se abriu.
Era a velha do parque a empurrei e entrei, Malu entrou logo atrás.
PH: Onde está a Nicole?
Velha: Quem é você?
PH: Não interessa quem eu sou! Quero saber onde está aquela vadia e quero saber agora!
Velha: Ela saiu. Por favor, não me machuque. Eu só sigo ordens.
PH: Liga pra ela e inventa uma história, fala que ela precisa vim pra casa. - levantei a blusa e ela tremeu ao ver a arma ali -
Ela correu até o telefone.
Velha: Alô, Nicole? Vem pra casa! Tem um cliente aqui. É.. ele ouviu falar de você... Sim, um amigo falou com ele, ele está disposto a pagar muito bem... Sim, não demore. E desligou.
Velha: Pronto, satisfeito? Agora me deixe ir.
PH: Ainda não. Vamos esperar sua patroa chegar!
Empurrei ela até um quarto e a tranquei lá dentro.
Ouvi uma porta se abrindo, quem será agora?
xxxxx: Papai? Tia Malu!
Ela correu até mim e passou seus bracinhos pelo meu pescoço. Eu chorei tanto a ponto de soluçar. Eu não acreditava que mais uma vez ela estava em meus braços.

Uma Patricinha No MorroWhere stories live. Discover now