Capítulo 52

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Uma menina? Não sabia se estava feliz ou não. Agradeci ao médico e fui andando até o carro.
Malu: Rafael, me leva pra casa
Rafa: Mas eu pensei que...
Malu: Pensou errado! Quero minha casa
Rafael fechou a cara, mas fez o que eu pedi. Em alguns minutos eu já estava em frente ao morro.
Fiquei lembrando do primeiro dia em que coloquei os pés aqui e tudo que eu queria é que nada disso tivesse acontecido.
Fui subindo o morro devagar, a barriga já aparecia e todos comentavam.
Fui para casa, a Dani não estava. Me joguei na cama e comecei a chorar. Era uma menina e como ela seria criada no morro? Todos os chefes iriam querer acabar com ela. E se ela fizesse algo, com que moral eu ia falar que aquilo era errado se ela foi gerada através de um erro?
Peguei meu celular e liguei para o meu melhor amigo
Malu: Cobra, vem me ver
Logo ele estava ali. Me abraçou forte e eu chorei ainda mais
Malu: É uma menina - disse entre o choro -
Cobra: Tá me contando isso do jeito errado
Malu: Como assim?
Ele me deitou na cama e começou a me fazer cócegas. Ri muito
Cobra: Agora me dá a notícia
Malu: Não, Cobra. Para - disse rindo -
Cobra: Fala logo
Malu: É uma menina. Agora para com isso
Ele parou e se deitou ao meu lado
Cobra: Você não está sozinha. Eu vou te ajudar a cuidar dessa boneca
Eu sorri e ficamos em silêncio
Cobra: Malu?
Malu: Fala
Cobra: Eu te amo
Malu: Eu também te amo
Mais silêncio
Cobra: Você sabe que eu não te amo apenas como amigo, né?
É, eu no fundo sabia.
Malu: Eu sou muito complicada
Cobra: Eu te descomplico. Me dá uma chance?

Uma Patricinha No MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora