Prólogo

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Oi, pessoal!

É com muita alegria e friozinho na barriga que libero esse pequeno prólogo para vocês, que vai anteceder o primeiro capítulo, que será postado amanhã, dia 04/12 (isso mesmo, resolvi postar mais cedo).

A história será postada todas as sextas-feiras, à meia noite. Sem falta. Porém, sempre que eu conseguir escrever um pouco a mais, é provável que eu libere algum capítulo aleatoriamente durante a semana, além do capítulo fixo da sexta.

Bem, agora vou parar de falar porque meus dedos estão quase criando vida própria e clicando em "publicar" sem minha permissão.

Um beijão, e até amanhã!

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Três anos antes

- Eu não acredito que você conseguiu se livrar dessa tortura, e eu não – desabafo, tentando não pisar nos pés de Noah enquanto dançamos a música lenta que toca.

Ele abriu um sorriso enorme em resposta, balançando a cabeça, como se não acreditasse no que estava ouvindo. Eu não podia evitar a alegria que sentia quando o via sorrir; era como ver um dia de sol após um mês de chuva.

Ele estava especialmente bonito essa noite, porque estava se formando. E eu me sentia a garota mais especial do mundo porque, no meio de uma festa enorme, no dia que marcaria o término dele no Ensino Médio, convivendo com seus amigos, Noah só queria estar comigo.

- Você só precisa aguentar mais dois anos e então também estará indo para a faculdade – ele me responde, passando as costas de sua mão em minha bochecha, como sempre fazia.

Suspiro.

- Dois anos é muito tempo.

- Vai passar rapidinho – diz, puxando-me um pouco para mais perto, repousando suas mãos em minha cintura.

Como em um passe de mágica, minha preocupação foi embora e tudo o que eu conseguia ver eram os olhos de Noah, fixos nos meus. Foi então que percebi que, apesar dos sorrisos que esboçava, havia alguma coisa o incomodando. Eu não saberia dizer o que é, mas de certa forma me preocupava.

- O que foi? – pergunto, passando minha mão por seu cabelo.

Noah se inclinou, pousando os lábios sobre os meus de forma carinhosa. Se eu precisasse descrever, diria que o beijo tinha gosto de despedida.

- Eu vou me mudar – ele solta, inseguro.

Sua declaração me causa estranhamento, já que eu não havia escutado nenhum de seus familiares falando sobre isso, e nem mesmo visto alguém empacotando os pertences.

- Para qual bairro?

Eu estava acostumada a tê-lo morando ao lado de minha casa, mas não seria o fim do mundo se ele de repente tivesse que se mudar para algum lugar mais distante. No entanto, a hesitação dele em me contar para onde iria estava me deixando nervosa.

Ele se afastou um pouco de mim e a expressão de tristeza em seu rosto alertava-me de que eu não gostaria de sua resposta. Ele olhou para os lados e entrelaçou as mãos atrás de seu pescoço antes de expirar o ar com pesar.

- Estados Unidos – disse. – Vou morar com meu pai.

Suas palavras me atingiram em cheio. Pelos últimos dez meses, eu estive tão apaixonada, vivendo meu conto de fadas, que não passou pela minha cabeça em nenhum momento que nós dois não ficaríamos juntos para sempre. Também, puderas, como pude acreditar que com quinze anos eu encontraria o amor da minha vida?

- Quando vocês vão? – minha voz saiu como em um sussurro.

- Apenas eu vou, Serena. Mamãe e Sebastian vão continuar aqui.

Eu engulo em seco.

- Você não respondeu minha pergunta – digo, tentando me manter inteira. – Quando você vai?

- Serena, vamos apenas aproveitar a noite e conversamos sobre isso depois...

- Você não pode estar falando sério! – eu o interrompo. – Noah, quando você vai?

- Amanhã de manhã – responde prontamente.

Vejo a mim mesma como se estivesse de fora. Aquela garota que há pouco estava tão feliz agora parece assustada, perdida. Era como se aquilo estivesse acontecendo com outra pessoa.

- Como assim, amanhã de manhã? – pergunto, sentindo a raiva se acumular dentro de mim. – Você planejava me contar quando estivesse saindo de casa?

Ele olha para seus sapatos, atordoado. Seus olhos estão tão tristes que quase não o reconheço.

- Eu não planejava contar – diz, sussurrando.

Aquilo foi demais para mim; o sentimento de traição era muito forte.

- Não consigo acreditar que está fazendo isso comigo – digo, começando a me afastar.

- Serena... – ele fala, segurando meu braço.

- Não! – me solto de seu aperto.

Ele dá passos largos atrás de mim.

- Nós precisamos conversar, Serena.

- Não temos nada para conversar – eu praticamente grito, passando no meio da multidão que agora dançava uma música alta e agitada. – Eu queria nunca ter conhecido você.

E então Noah parou de me seguir.

Naquela noite, fiquei acordada até muito tarde; parte porque eu estava triste demais para dormir, e parte porque eu não queria estar acordada quando ele estivesse indo embora. Parecia-me arriscado estar consciente no momento em que o amor da minha vida estivesse indo para outro país.

Na manhã seguinte, tudo correu como o planejado. Quando acordei, ele já havia partido há algumas horas, provando-me que tudo o que acontecera na noite passada era real. Ele estava mesmo indo embora.

Noah saiu às seis da manhã sem se despedir, e eu esperava que nunca mais voltasse.


Quando você foi emboraOnde histórias criam vida. Descubra agora