Capítulo 14 - Onde você está?

22.9K 2.2K 466
                                    

Meus amores,

Não me matem por causa desse capítulo mega atrasado (dois dias). 

Acabei me desorganizando com relação ao tempo e por isso não consegui escrever nadinha. O capítulo estava desse jeitinho que ele está agora desde ontem, e só não postei antes porque achei que eu conseguiria escrever mais, já que ele está bem pequeno (mais um motivo para eu implorar misericórdia. Pfvr!), mas não rolou. 

Decidi então postar ele pequeno, porque não quero deixar vocês sem capítulo novo, e enquanto isso vou me esforçar para fazer um outro e postá-lo logo, ok?

Um grande abraço!

P.s.: meu recadinho ficou maior que o capítulo :'(

-x-x-x-x-x-

Caminho por entre as pessoas, tentando me concentrar em qualquer coisa que não seja a lembrança do beijo com Mathias, mas isso é uma tarefa realmente difícil.

Nós havíamos nos beijado. Minha nossa, Olga vai pirar quando eu contar a ela.

Eu nem conseguia acreditar nisso, e por mais que eu saiba que na segunda-feira vou me sentir envergonhada quando vê-lo, é impossível não ficar radiante de tanta felicidade - quase como se estivesse andando em uma nuvem.

Ou talvez eu ainda estivesse um pouco tonta por causa da cerveja.

Lembro que meu celular havia notificado uma nova mensagem há poucos minutos e me apresso para olhá-la.

"Onde você está?", meu ex-namorado havia perguntado.

Eu estou no paraíso, querido. Beijar Mathias me levou às alturas.

"Indo pegar um táxi. Mas não fique esperando, pq não quero conversar"

"Achei que Mathias fosse te levar pra casa"

"Ele tá bêbado"

"Onde você está, exatamente?"

Eu franzo o cenho, estranhando sua pergunta, e olho ao redor. Eu estava em frente ao Seicheles, um restaurante de comidas exóticas que Noah e eu conhecíamos muito bem, visto que esse era nosso destino ao menos uma vez por mês, no passado.

E eu amava as noites em Seicheles. Costumávamos fazer essa brincadeira de que podíamos escolher o prato que o outro comeria no jantar. Eu sempre escolhia o que achava de mais estranho no menu para ele, e Noah também se esforçava para fazer uma péssima escolha, mas sempre pedia sorvete de chocolate para acompanhar meu prato como sobremesa – o que me fazia ficar encantada.

O sorriso que tinha em meu rosto não era mais por causa do beijo que tive com Mathias; tudo o que eu conseguia pensar era nas noites em que Noah e eu jantamos ali, como dois adolescentes apaixonados.

"Seicheles", respondo, voltando à realidade.

"Fique parada aí, estou chegando"

Meus olhos se arregalam.

"Eu disse pra você não vir!", digito com tanta força que em certo ponto penso que vou quebrar o celular em pedacinhos.

"Eu não ia deixar você ir pro apartamento de um cara que você nem conhece direito"

"Eu vou aonde eu quiser"

"Sim, quando está sóbria você pode ir aonde quiser. Quando está bêbada, não"

Eu bufo, irritada, e decido colocar um ponto final na situação. Avisto um táxi e ergo minha mão para chama-lo. Enquanto o carro se aproxima, escrevo minha última mensagem para ele:

"Já chamei meu próprio táxi. Estou indo pra casa"

Satisfeita comigo mesma, entro no banco traseiro o mais rápido que consigo, apenas para garantir que Noah não me visse caso estivesse por perto. O plano já estava estruturado em minha cabeça: eu chegaria em casa antes dele e apagaria todas as luzes para que pensasse que eu já estava dormindo.

— Acho que o seu táxi é o meu táxi – Noah, que estava sentado na outra ponta do banco, diz com um sorriso no canto dos lábios.

Merda.

Merda.

Merda.

Isso só pode ser uma piada de mal gosto.

Penso em abrir a porta do carro e sair, mas já estamos em movimento. De todos os táxis dessa cidade, eu tinha que entrar justo nesse sem nem olhar se já tinha alguém dentro. Se eu soubesse que Noah estava ali, eu não teria entrado. Não hoje, quando descobri que Nadia o beijou e ele nem mesmo me contou.

Eu não deveria ficar surpresa; ele já se mostrou bom em esconder as coisas de mim.

— Não enche – eu murmuro, esperando que conseguisse o afastar com a minha aspereza.

Isso pareceu ter o efeito contrário, porque ele deslizou no banco até estar sentado ao meu lado, esticando seu braço no encosto por trás de mim. Se eu estava me sentindo tonta, o cheiro de seu perfume não ajudou na situação. Repeti a mim mesma pelo menos cinco vezes que seria errado afundar meu rosto em seu pescoço.

Muito errado.

— Você é a pessoa mais sem noção que eu conheço, Serena.

Meu primeiro instinto é revirar os olhos.

— Você é que é sem noção. Eu disse para não vir aqui, porque ia embora com Mathias.

— Ele estava bêbado – Noah se defende, indignado. – E aliás, aquele cara é um idiota.

— Você já estava na metade do caminho quando eu te falei que ele estava bêbado – eu ergo minha cabeça para olhar em seu rosto.

Paro de respirar quando percebo que ele está com a cabeça curvada para que conseguisse me ver. Não me fazia bem algum estar tão perto, olhando em seus olhos escuros. Noah também fica sem reação, apenas me encarando, até que eu me forço a voltar a olhar meus pés.

— Eu tenho meus contatos. Já sabia que ele estava bêbado bem antes.

Estreito os olhos, forçando minha mente a pensar.

— Sebastian – murmuro, irritada. – Como é que eu pude esquecer que seu irmão é um grande fofoqueiro?

Noah abre um sorriso e afasta uma mecha de cabelo de meu rosto.

— Ah, Serena, o que eu faço com você? – comenta, mais para si mesmo do que para mim. — Não sei como consegue ser tão irritadinha.

Irritadinha? – eu questiono, e apesar de querer soar zangada, começo a rir.

Ele baixa os olhos para meus lábios e sorri ainda mais. Sentindo-me um tanto constrangida com o momento, volto minha atenção ao que se passa do lado de fora: vejo o mar de um lado e casas do outro, e imagino se alguma das poucas pessoas caminhando na calçada também está sentindo o mesmo frio na barriga que sinto agora.

Quando você foi emboraWhere stories live. Discover now