Capítulo 36 - Quero que nunca mais fale comigo

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Oi!

Primeiro, perdão às meninas que respondi no inbox dizendo que postaria alguns dias atrás. Realmente ia fazer isso antes de viajar, mas como não tive tempo de revisar o capítulo, resolvi esperar e postar hoje. 

Segundo, estou de férias! Então talvez consiga postar mais um muito em breve (:

E, terceiro, toma aqui um capítulo sofrência pra vocês...

-x-x-x-x-x-

Vinte minutos.

Quinze minutos.

Dois minutos desde a última vez que vomitei.

Fecho meus olhos com força, sentindo o gosto de bile em minha boca, e meu estômago se contorce quando olho para o fundo do vaso sanitário. Não havia mais nada para sair. Se eu vomitasse mais uma vez, é provável que algum órgão desse adeus ao meu corpo.

Puxo a descarga e tento me manter calma, puxando meu cabelo para trás em um rabo de cavalo. Abro a torneira, ainda entorpecida, e suspiro de alívio quando jogo a água fria sobre meu rosto suado. Eu estou uma bagunça, física e mentalmente e, nesse momento, tenho a impressão de que a dor nunca vai parar.

A dor que tem estado presente como uma faca em meu peito desde que Anna o chamou de papai. "Ela é apenas uma criança", pensei na hora. "Deve ter se confundido". Isso acontece às vezes, certo? As crianças chamam qualquer pessoa de papai e mamãe, sem querer.

Mas se foi um engano, porque Noah não riu e esclareceu tudo? Por que ele virou para mim, com uma expressão de medo, e seus olhos se encheram de lágrimas?

– Serena – ele sussurrou, com a voz mais triste que eu já havia ouvido.

Eu queria dizer alguma coisa, qualquer coisa sequer, mas sentia como se tivesse algo em minha garganta, trancando a passagem de ar, me fazendo sufocar. Enquanto seus olhos expressavam medo, eu já sabia que os meus expressavam súplica; eles imploravam para que isso não fosse verdade. Tudo o que eu queria era voltar algumas horas no tempo, para quando eu sabia que Noah e eu poderíamos ficar juntos novamente.

Eu o amava. Eu o amei há três anos, e o amava no presente. Amava sua companhia, seu toque, sua risada, seus beijos, e só de pensar que eu o estava perdendo mais uma vez, me fazia sentir doente. Minha cabeça girava, meu estômago doía e tudo o que eu conseguia pensar era que eu queria desaparecer.

Dei alguns passos para trás, e observei a criança, que agora brincava com o tapete em frente a porta. Ela parecia feliz; e como não estaria? Seu pai estava ao seu lado. E era muito provável que a mãe da criança também estivesse por ali. Dentro da casa, talvez? No quarto de Noah, esperando por ele e por Anna?

Sinto um gosto amargo na boca, que me serve como um aviso de que eu começava a passar mal. A tontura começou a ficar um pouco mais intensa e eu precisei me concentrar para permanecer de pé. Ele havia me traído de todas as formas possíveis. Noah me traiu quando partiu sem explicações, traiu nosso relacionamento quando se relacionou com outra mulher, e agora traiu minha confiança. Justo agora, que as coisas estavam tão bem.

– Por que, Noah? – eu consigo formar as palavras, que soam estranhas aos meus ouvidos.

Ele respira fundo e enxuga uma lágrima de sua bochecha. Quando faz isso, percebo que meu próprio rosto está encharcado, marcado pela tristeza que há em meu peito. Noah vai até Anna e a coloca de pé.

Quando você foi emboraWhere stories live. Discover now