Capítulo 28 - Cada passarinho no seu ninho

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Oi, gente!

Mais um capítulo para vocês, e olha, esse foi escrito com muito amor (como os outros) e muito suor também. Meus horários mudaram e agora fico fora de casa das 7 da manhã às 11 da noite, portanto, tenham paciência se os capítulos demorarem para sair, ok? Não vou abandonar vocês, mas preciso do apoio de todos.

Beijão!

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Os últimos dias do mês sempre costumam ser os mais difíceis. São neles que o verdadeiro desespero começa a se espalhar pela universidade, e mais e mais alunos cansados procuram os monitores na esperança de que esses possam ajuda-los. Adivinhe? Eu sou um deles.

Caminho para a monitoria como se estivesse no corredor da morte. Sabia que seria Mathias quem eu encontraria lá, e que talvez fosse um pouco estranho, mas se eu abandonasse as aulas de uma vez, ficaria óbvio que eu tinha ficado um tanto magoada por causa do fracasso que foi nosso encontro. E eu não tenho a intenção de me sentir desconfortável perto do garoto que vai continuar sendo assistente do professor pelos próximos três meses.

Ainda tem tempo de mudar de ideia..., é a mensagem que aparece em meu celular logo abaixo do nome de Noah.

Eu sorrio com sua persistência. Ele havia insistido muito para que eu o deixasse me ajudar com anatomia e que não mais fosse às aulas com Mathias, mas isso era algo que eu precisava fazer. Se Noah se tornasse meu monitor, isso significaria que passaríamos uma quantidade de tempo ainda maior juntos, e talvez as coisas passassem um pouco do controle. Nós precisávamos ir devagar.

Na última semana e meia, desde a festa, temos nos visto quase todos os dias, e posso dizer que isso tem feito maravilhas em meu humor. Não apenas acordo mais feliz, como também vou dormir com um sorriso bobo no rosto, lembrando de algum momento que passamos juntos. E são essas coisas simples que me fazem sentir nas nuvens: gosto que me acompanhe até minha sala, que às vezes me mande mensagem no meio da aula ou da noite, que nas manhãs de final de semana ele já esteja ajudando vovó no jardim antes mesmo de eu acordar, que abre o sorriso mais largo do mundo todas as vezes que nos encontramos, e principalmente, gosto de como tenho me sentido quando está por perto.

Eu preciso fazer isso, Noah.

Não precisa, não. – é o que me responde.

Em seguida ele me manda uma foto, que parece demorar eternamente para carregar. Paro de caminhar e espero ansiosamente.

Você poderia estar aqui, ele escreve.

Solto uma risada quando finalmente consigo abrir a foto. É possível ver as pernas de Noah esticadas sobre o sofá, um balde de pipoca em seu colo e a televisão ao fundo, transmitindo a abertura de Friends.

Esse costumava ser nosso seriado favorito. Assistimos a todas as temporadas em uma semana, no inverno em que estivemos juntos. Praticamente hibernamos no sofá de minha casa, e vovó Tereza não conseguia entender como nós podíamos ficar parados por tanto tempo. Ela dizia que ficaria louca se passasse mais que uma hora sentada na frente da televisão. Nós não apenas ficávamos muito mais que isso, como também adormecíamos ali mesmo. Por cinco dias seguidos, Noah foi para casa apenas para tomar banho. Quando voltava, no entanto, vovó sempre nos alertava, dizendo: "Na hora de dormir, cada passarinho no seu ninho".

Até hoje não entendo o que há com o passarinho, mas nós dois sempre obedecíamos e quando estávamos cansados demais para continuar assistindo, eu ia para meu quarto dormir e deixava Noah na sala. Embora ir para meu quarto significasse ficar longe dele, eu ansiava por esse momento, porque os beijos sempre eram mais intensos; mais cheios de saudade. Noah me beijava com a paixão adolescente de quem estava fazendo aquilo pela última vez, e não havia nada mais que eu gostasse tanto quanto sentir suas mãos firmes percorrendo meu corpo na escuridão da madrugada.

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