Capítulo 35 - Nós precisamos conversar

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Oi!

Consegui escrever um capítulo bem grande e postá-lo em menos de um mês!!! Viva!!! (agora me pergunta se já terminei de escrever meu TCC...)

-x-x-x-x-x-

Acordo com o som das ondas batendo contra as pedras. A luz do sol, pouco encoberta pelas nuvens, me cega por alguns instantes. Aos poucos, assim como meus olhos se adaptam à claridade, as memórias da noite anterior também tomam meus pensamentos. Sem querer, me pego sorrindo e suspirando.

Não aconteceu nada que já não houvesse acontecido entre nós dois no passado; bem, quase nada. Nossos beijos com certeza não eram tão reveladores anos atrás.

E digo isso porque estou sem minha camiseta nesse momento.

Viro para o lado, a procura do rosto de quem passou horas me beijando e me acariciando na noite anterior, mas ele não estava ali. Uma pena; ou talvez não, porque não sei como meu coração reagiria ao vê-lo dormindo ao meu lado.

Com muita preguiça, e um pouco de pressa, começo a me vestir. Pensando bem, fico feliz que Noah não estava quando acordei, porque só o pensamento de que ele me viu sem camisa em plena luz do dia já me deixa nervosa. Pego meu celular e uso a câmera frontal para ter certeza de que não estou parecendo algum animal à beira da extinção, e opto por prender meu cabelo. Eu não poderia estar parecendo tão ruim... Afinal, dormimos por quanto tempo? Duas horas?

– Achei que estaria mais preocupada por estar perdendo aula – a voz sonolenta de Noah surge por trás. Ele passa os braços quentes por minha cintura e puxa minhas costas contra seu peito. Seu nariz logo começa a percorrer meu pescoço, fazendo minhas pernas amolecerem. – Mas olha só para você, não parece nem um pouco preocupada com isso agora.

Escutar o riso em sua voz me faz sorrir também. Ou pelo menos acho que sorri, porque pode ser que meus músculos faciais nem tenham força suficiente nesse momento.

– Hum – é a resposta mais coerente que consigo formar.

Apenas quando ele se afasta e para em minha frente é que consigo abrir os olhos e voltar a respirar normalmente. Mas Noah continua sorrindo, e isso já é o suficiente para me deixar inquieta.

– Eu tenho uma prova em uma hora – ele diz, calmo como se estivesse me contando sobre a previsão do tempo.

Paro de devanear como uma adolescente apaixonada no mesmo instante.

– Você tem prova? – eu questiono, sem acreditar. – E passou a noite toda acordado?

– Claro, você não lembra? Estava acordada comigo – sua ironia é acompanhada de um sorriso que aparece no canto de seus lábios. – Muito acordada, se me lembro bem.

Estou tão perplexa que nem mesmo fico envergonhada. Ele poderia tirar uma nota baixa por causa de uma besteira. Quero dizer, nossa noite com certeza não foi uma besteira, mas poderíamos ter feito isso no fim de semana.

– Noah, por que não fizemos esse piquenique hoje à noite? Ou no sábado? Não quero que se prejudique.

Ele desvia seu olhar do meu, preocupado. Isso me causa estranhamento. O que estava acontecendo?

– Não vou me prejudicar – ele se recompõe logo em seguida, sorrindo e acariciando meu rosto. – É só que acho que não vou ter tempo nos próximos dias. Tenho umas coisas para fazer.

Finjo que não fiquei intrigada com o que acabou de acontecer, e forço um sorriso. Sem dizer qualquer outra coisa, começo a guardar as poucas comidas que restaram dentro do cesto, enquanto Noah dobra os cobertores que nos serviram de cama. Felizmente, acabo me distraindo com a lembrança da sensação de estar deitada em seu peito, e logo não estou mais preocupada.

Quando você foi emboraWhere stories live. Discover now