Capítulo 30 - Duvido

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Gente, é pequeno, mas não quero deixá-las mais tempo sem capítulo. Juro que não vou abandoná-las.

Beijão

-x-x-x-x-x-

Olga caminha por meu quarto de um lado para o outro. Eu a observo com receio, com medo que surte. Acabei de contar sobre eu ter passado a noite quase que em claro depois que Noah saiu de perto de mim com pressa, como se mais um segundo por perto pudesse feri-lo.

Quem ficou ferida, no entanto, fui eu. Bem, não exatamente ferida, mas certamente com vergonha. E raiva. Ah, sim, muita raiva. Ele havia dado centenas de indiretas, certo? Ou pousar a mão em meu joelho e dizer coisas bonitas perto de meu ouvido não foi uma metáfora para eu-quero-beijar-você?

Pelo jeito, não.

Minha amiga franze o cenho e me observa seriamente. Quando começo a imaginar se devo ficar preocupada por causa do silêncio, ela suspira e diz:

– Tenho certeza de que você conseguirá encontrar alguém que não seja gay. Não se preocupe.

Meus olhos se arregalam involuntariamente. Certamente essa não era a resposta que eu esperava.

– Olga, ele não é gay!

– Só não gosta de beijar mulheres.

Eu reviro os olhos.

– Estou falando sério! – eu a repreendo.

– Calma, Se – ela se defende, acuada. – Talvez ele só não queira beijar você. Isso não significa que ele seja gay.

– Olga, cale a boca, pelo amor. Isso não está me ajudando!

Ela suspira e vem sentar ao meu lado.

– O que você quer de mim, mulher?

– Eu quero uma hipótese plausível do porquê ele não me beijou.

Seu rosto se contorce em surpresa.

– Você queria que ele te beijasse! – ela me acusa, rindo. – Ai, caramba! Você está apaixonada por ele de novo!

Ela está rindo? E eu preocupada que ela me mataria se desconfiasse de como me sinto.

– Não estou apaixonada. Só estou gostando dele.

– Mesma coisa.

O celular dela toca, e ela desliga assim que vê quem é. Não preciso ser vidente para saber que é Sebastian.

– Olga – eu reclamo. – Por que ele não me beijou?

– Você estava com bafo? – ela reflete. – O que você almoçou?

– Meu Deus, será que dá pra você me ajudar?

– Não sei como te ajudar, Serena. Se você está tão louquinha pra beijá-lo, vá lá e o beije.

– Claro, assim como você simplesmente vai lá e resolve as coisas com Sebastian.

– Não quero resolver nada com ele.

– Você o ama, Olga.

Amava – ela diz. – E diferente de você, eu conseguiria resolver as coisas facilmente. Não tenho medo de beijá-lo.

Quando você foi emboraWhere stories live. Discover now