Noah (continuação)

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Oi!

Para quem está desesperada achando que não vai ter capítulo essa semana, fica calma que eu cheguei.

E sabem qual é a boa notícia? Semana que vem tem feriado! Isso significa que o capítulo sai na sexta sem falta, e como forma de redenção, vou fazer um bem grandão!

Tiradentes, te amo, meu filho.

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No caminho para casa, não consigo iniciar qualquer tipo de conversa com Olga, que dirigia no banco da frente. Eu não queria correr o risco de que nossa conversa fizesse com que Serena acordasse, porque isso significaria que ela sairia de perto de mim. E Olga não parecia se importar com o silêncio, afinal, nunca fomos melhores amigos, e tenho certeza de que o único motivo pelo qual ela saía comigo e Serena no passado, era para ter chances de ver meu irmão.

Quando paramos em frente à minha casa, chamo por Serena baixinho. Ela nem mesmo se move. Decido, então, fazer o que qualquer cara faria em um filme romântico ridículo: eu a tiro do carro em meus braços. Não que eu tivesse alguma intenção romântica com isso... Eu apenas não queria ter de acordá-la.

Ou talvez eu quisesse carrega-la em meus braços. Me julgue.

Olga me lança um olhar duvidoso e altamente crítico, o qual eu resolvo ignorar. Não havia chance de que eu conseguiria me distrair com besteiras agora; não quando meus braços envolviam as pernas e os ombros de Serena. O que eu precisava no momento era, na verdade, uma boa dose de concentração para não me deixar afetar pelo calor que sinto de sua pele em minhas mãos.

— Obrigado pela carona – eu digo. Ao invés de um "de nada", ela me olha com desconfiança. – O que foi?

— Você vai levar Serena em casa?

— Olga, nós já estamos na casa dela.

— Eu sei – responde. – Só queria saber o que você vai fazer agora.

Ah, você sabe... Estou pensando em sequestra-la...

— Vou levá-la para a cama – eu digo, e tento ao máximo fazer com que minha voz soe provocante.

O resultado disso foi exatamente o que eu pensava que aconteceria: Olga quase entrou em pânico, até perceber que eu não estava falando sério.

— Foi só uma brincadeira. Calma.

Sem dizer qualquer outra coisa, ela vai embora, acelerando.

Eu balanço a cabeça, rindo. Olga era um ser humano engraçado, e eu começo a pensar que essa noite estava tendo efeitos estranhos sobre mim quando percebo que eu tinha até mesmo gostado da presença da garota.

Olho mais uma vez para o rosto de Serena, apenas para ter certeza de que ela ainda está dormindo, e começo a caminhar em direção à sua casa. A porta da frente se abre no mesmo instante, e dona Tereza aparece, parecendo mais do que preocupada.

— Meu Deus, ela está bem?

— Está tudo bem, dona Tereza – eu a respondo, baixinho. – Só está dormindo.

Ela exala o ar e põe uma mão sobre o peito.

— Menino, vocês querem me matar do coração?

— Claro que não, dona Tereza – eu sorrio. Tenho tanto carinho por ela que às vezes desejo que pudesse ser minha avó. – Se importa se eu levá-la ao quarto?

Quando você foi emboraOnde histórias criam vida. Descubra agora