Capítulo 27 - Porque estou com saudades (parte 1)

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– Quem quer tequila? – Luiza se aproxima com uma garrafa na mão. Isso era tão comum que nem estranhávamos; em todas as suas festas ela sempre tentava deixar todos bêbados e depois sugeria algum jogo que acabaria em a) situações embaraçosas ou b) confusão. – Acreditem, meninas, eu já fiz muita gente feliz hoje com essa belezura.

– Ótimo! – Olga exclama, me soltando. – Serena está precisando de uma boa dose de felicidade.

Eu sorrio, grata pela boa intenção, mas não faz parte de meus planos ficar bêbada hoje.

– Acho que vou passar.

Olga franze o nariz em uma careta de reprovação.

– Se minha amiga não vai ficar bêbada, vou acompanha-la nessa chatíssima ideia – ela diz, revirando os olhos para Luiza. – Só porque a amo.

– Mas meninas, eu preciso de todo mundo bêbado pra jogar 7 minutos no paraíso!

Eu não disse?

– Serena, precisamos aceitar – minha amiga sussurra. – Não dá pra aguentar uma rodada de 7 minutos no paraíso se você não estiver bêbada.

– Eu nem sei como se joga isso.

– Alguém gira a garrafa – Luiza começa a se animar durante a explicação –, e se a ponta parar na sua direção, você e a pessoa que girou a garrafa precisam ficar juntos no banheiro por 7 minutos!

Eu franzo a testa, sem ter certeza de que entendi muito bem.

– Fazendo o que no banheiro?

Olga e Luiza começam a rir, se olhando.

– O que você e a outra pessoa quiserem.

– E pra isso eu preciso estar bêbada?

– Óbvio! – Olga diz, pegando a garrafa de tequila e dando um longo gole.

– Ei! – eu digo. – Você disse que ia ficar sóbria junto comigo!

– Eu não sabia que íamos jogar 7 minutos no paraíso.

Agora sou eu quem reviro os olhos, incrédula.

– Um gole só – Luiza insiste.

– Vocês vão parar de me encher o saco?

Depois que as duas balançam a cabeça em positivo, eu pego a garrafa e viro um gole. Sem querer, acabo engolindo mais do que queria e, para piorar, um pouco cai em minha blusa, me fazendo parecer um bebê babão.

– Agora vamos dançar – Olga me puxa em meio à multidão de pessoas.

Sou praticamente arrastada. Não é que eu não goste de dançar, é só que eu odeio fazer isso na frente dos outros, porque sinto como se todo mundo estivesse olhando diretamente para mim. Se eu contasse isso a vovó, ela com certeza diria "Serena, minha querida, você não é o centro do universo". O pensamento me faz rir, e decido que já que estou aqui, eu deveria aproveitar. Não é todo dia que tenho a chance de ficar bem longe de Noah.

E por falar nele...

Meu celular vibra, me avisando sobre uma nova mensagem. Eu sabia de quem seria, e preferia não ler. Além disso, não queria que Olga soubesse que eu estava o evitando. Eu tinha acabado de dizer a ela que estava determinada a encontrar respostas e, não me leve a mal, eu realmente estou, mas prefiro começar com isso mais tarde, quando já estiver acostumada com a ideia de que há algo de errado com Noah, e que ele provavelmente tem uma namorada.

Quando você foi emboraOnde histórias criam vida. Descubra agora