Epílogo

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Não sei nem o que dizer.

QVFE fez dois anos no mês de novembro, sabiam? E agora que acabou, depois de muitas dificuldades na minha vida pessoal que me impediam de escrever, estou com saudades. Todo final de história é assim - sinto como se tivesse perdido um amigo.

Lembro que postei a sinopse logo depois de ter acabado DQVC, e morri de medo que ninguém fosse gostar. Bem, olha só: tenho um monte de leitoras que acompanham minhas histórias desde julho de 2015, quando criei coragem de postar alguma coisa aqui, e sempre vejo pelos votos e comentários muitas outras chegando. E é a todas vocês (e a alguns garotos), que deixo meu muito obrigada!

Aqui está o epílogo, como prometido, e me despeço de vocês avisando que em Janeiro vou lançar a sinopse de uma nova história com muito mais romance para vocês.

Beijos e abraços infinitos,

Andressa.

-x-x-x-x-x-

Caminho de um lado para o outro, inquieta, cuidando para não tropeçar na barra de meu vestido longo. Dez minutos. Apenas dez minutos. Respiro fundo, dizendo a mim mesma que eu não posso estragar tudo, porque esse é um dia muito especial para todos. Tudo vai mudar a partir de hoje.

— É só um casamento, Serena! Tenta relaxar - Olga havia me dito algumas horas atrás.

Fácil para ela dizer isso, afinal, Olga e Sebastian casaram há pouco mais de seis meses, em Las Vegas. Nós duas acompanhamos Noah e Sebastian na viagem aos Estados Unidos, uma vez que Anna passaria o próximo semestre com seu outro pai, e, em uma viagem de final de semana para a terra dos casinos, os dois simplesmente decidiram se casar. C-A-S-A-R. E, não, ninguém estava bêbado.

A parte mais surpreendente de tudo isso, porém, não foi o casamento espontâneo de meus amigos, mas sim o quanto doeu deixar Anna em outro país e voltar para casa sem ela. Nós duas nos tornamos muito próximas no último ano, já que enquanto ainda morava aqui, passamos várias tardes juntas durante a semana, para que Noah conseguisse estudar. Quando eu ia para a academia, levava Anna comigo para que tivesse aulas de ballet; quando ia ao supermercado com vovó, a pequena menina ia junto para escolher alguma sobremesa que gostasse; quando ficava em casa assistindo TV, Anna se aconchegava a mim como se eu fosse o travesseiro mais confortável do mundo. E eu gostava de tudo isso. Era como ter uma irmã mais nova que nunca tive a chance de ter. Felizmente, os últimos seis meses passaram rápido, e o pai de Noah a trouxe de volta para que estivesse presente no casamento.

O casamento de vovó, não o meu.

Seu Olavo a pediu em casamento há dois meses, e eu fiz um milagre para conseguir planejar a festa em tão pouco tempo. Aparentemente, quando se tem mais de 80 anos, cada dia é precioso e não há tempo para "enrolação", como vovó havia me dito mais de uma vez. Por isso, no dia seguinte ao jantar de noivado, eu já estava encarregada de planejar uma festa de casamento em 59 dias.

Como se já não estivesse com preocupações o suficiente, foram 8 semanas em que ouvi comentários de vovó acerca de meu próprio casamento com Noah - casamento que não tem data marcada, ainda. Quero dizer, é claro que conversamos sobre isso nos últimos meses, considerando que todo mundo ao nosso redor resolveu se casar, mas decidimos que o faremos apenas quando nos formarmos na faculdade. Isso não impediu vovó de lançar comentários como "eu já vou me casar pela segunda vez e vocês ainda estão nessa enrolação", ou então "quando é o casamento de vocês, mesmo?", ou "você está livre no sábado? Nós podemos ir provar alguns vestidos de noiva". Terrível.

— Serena? – a voz de Noah seguida de uma batida na porta me traz de volta para a realidade. – Três minutos.

Meus olhos se arregalam com a notícia - era minha vez de fazer o discurso. Eu havia me escondido no banheiro como uma criança assustada na esperança de que ficar um pouco longe das outras pessoas me deixasse mais calma. Não adiantou. Ao invés disso, sinto minhas mãos começarem a suar ainda mais.

Quando você foi emboraWhere stories live. Discover now