Capítulo 2 - Não era amor de verdade

41K 3.1K 2K
                                    

Oi!

Surpresa por ver capítulo novo por aqui hoje? Pois é, eu também. Acontece que vou precisar fazer uma cirurgia odontológica, e por isso vou passar alguns dias em casa. Além disso, como as aulas da faculdade já acabaram (PASSEI, GENTE, PASSEI!!!), tive tempo de escrever o capítulo. Mas a boa notícia não é só isso: A partir de hoje começamos uma mini MARATONA de "Quando você foi embora", que vai durar até sexta-feira. 

Vamos ter três dias seguidos de capítulos!

Espero que gostem da boa notícia! Agora vou parar de falar e deixar vocês conhecerem um pouco mais nossos personagens.

------

Inspirar. Expirar. Inspirar. Expirar. Respirar é fácil, Serena, apenas lembre-se disso.

Pelos últimos dois dias, tudo o que consegui fazer foi me obrigar a não pensar em meu ex-namorado, o que obviamente, fez com que todos os meus pensamentos fossem sobre Noah. Uma tragédia. Tragédia maior que isso, no entanto, seria o que eu faria com a cara dele se ele se atrevesse a falar comigo.

Ou não.

Quero dizer, a quem estou querendo enganar? Se eu vê-lo de novo, tenho certeza de que todas as palavras vão sumir de minha boca e eu vou ficar olhando para ele como se estivesse vendo uma assombração, porque esse é exatamente o efeito que Noah consegue ter sobre as pessoas. Ele sabe que é intimidador e atraente, e sempre usou isso em seu favor quando se tratava de garotas.

Cansei de ver, ao longo dos anos, meu vizinho trocar de namorada toda semana. Achava um absurdo que aceitassem ficar com ele apenas pela beleza, porque, apesar de não conhecê-lo direito na época, tinha a total certeza de que era um babaca.

Até que as coisas mudaram...

Em um belo dia na escola, tirei um grande e redondo zero numa prova de biologia. O problema disso tudo não foi ter tirado uma nota baixa, mas sim que aquela já era minha terceira do bimestre, e era mais do que provável que eu reprovaria se não tomasse alguma atitude. O professor, muito preocupado, sugeriu que eu aderisse às aulas de monitoria, que eram prestadas por alguns alunos do terceiro ano.

No princípio, não achei a ideia tão ruim. Mas então eu entrei na sala na hora marcada, depois da aula, e encontrei Noah sentado, com seus pés apoiados sobre a mesa e um grosso livro de biologia no colo.

Quando me viu, abriu um sorriso largo e logo me convidou para entrar, com uma simpatia que fazia parecer que éramos amigos há muito tempo. Nós não éramos. Ele era apenas o vizinho, dois anos mais velho, que frequentemente desfilava pela rua com garotas que minha avó chamaria de promíscuas.

Nós não éramos amigos, até que éramos. E uma vez amigos, ficou difícil não admirar o brilho de seus olhos, a maneira como seu cabelo caia sobre suas pálpebras, o sorriso hipnotizante e as sardas que pontilhavam seu nariz. Em pouco tempo, eu estava completamente apaixonada por quem descobri ser, por baixo de toda a pose de pegador insensível, a pessoa mais doce e amável que já havia conhecido.

Pena que, no fim das contas, ele era mesmo insensível.

Balanço a cabeça para afastar a lembrança, focando-me em não tropeçar em meus próprios pés enquanto subo as escadas para a primeira monitoria que eu teria na faculdade. Infelizmente, além das memórias de Noah, a dificuldade com biologia ainda me perseguia, e decidi, por vontade própria, me dedicar mais aos estudos e aprender anatomia antes de receber uma nota vermelha na primeira prova. E, caso você esteja lendo isso, Olga, é óbvio que não me inscrevi apenas porque Mathias é o monitor e eu terei uma hora sozinha com ele todas as segundas e quartas-feiras à tarde.

Quando você foi emboraWhere stories live. Discover now