Introdução:

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Emily narrando: 

Eu nunca entendi muito bem oque eu estava fazendo com o meu irmão. Mas quando tive conhecimento de que aquilo era sexo e não uma ''brincadeira'', como ele dizia, eu entrei em pânico. Por que estava fazendo coisas de adulto com o meu irmão? Por que ele fazia isso comigo? Por que mentiu pra mim?

O pior disso tudo é que às vezes eu gostava do jeito que ele me tocava, do jeito que ele me beijava. Meu primeiro beijo foi com ele, perdi o meu bv com ele e, sim, foi bom. Eu não sabia beijar, tudo que sabia era oque eu via pela televisão, dois casais românticos colando a boca um no outro. Eu só sabia isso. Para mim, beijo era só encostar a boca um no outro, mas o meu irmão, Miguel, me ensinou muito mais do que encostar a boca uma na outra.

***

Lembro-me da primeira vez que eu o vi, era uma segunda-feira à tarde, umas três horas. Ele tinha doze anos e eu apenas seis anos, ele era o garoto mais lindo que eu já vi, e claro, eu não via muitos meninos, por isso para mim ele era o mais bonito. O orfanato a onde eu estava só tinha meninas, mas quando eu olhava pela janela sempre via um menino e outro correndo atrás de pipa ou jogando bola em frente ao orfanato. Nunca nenhum deles foi tão bonito como o Miguel.

-Emily... Emily... –Gritou Mirela pelo quarto.

Estava deitada na minha cama lendo a historia da cinderela, olho para a porta e vejo Mirela me gritando toda feliz.

-Oque houve? –Digo fechando o livro e sentando na cama.

-Você foi adotada. –Ela diz toda animada.

As outras meninas se aproximaram da minha cama e começaram a pular de alegria. Não acreditei que tinha sido adotada, estou aqui desde quando tinha dois anos de idade e ninguém nunca me adotou, e quando eu criava esperança de ser adotada acontecia algo para atrapalhar.

-Não está feliz Emily? –Indagou Ellen, minha outra amiga.

-Não sei... como você sabe que fui adotada Mirela? –Pergunto desconfiada.

-Eu ouvi atrás da porta. Se lembrar daquele casal que veio aqui anteontem, então, eles decidiram que irão adotar você. A senhora Marta ou a madre Cassandra vai vim aqui pra te buscar... –Mirela sorria toda feliz e me abraçava.

Mirela era mais velha, tinha dez anos e chegou aqui no orfanato com quatro anos, somos amigas desde então. Ela é alta, loira e tem uns lindos olhos castanhos.

-Emily, venha aqui. –Ouvi a voz da madre Cassandra perto da porta.

Levantei-me às pressas e abracei algumas meninas e pedi para que elas me desejassem sorte, depois caminhei até a porta do imenso quarto aonde se alojava quase vinte meninas. A madre sorriu para mim e afagou meus cabelos. Descemos em silêncio, não queria perguntar nada a ela sem ter certeza de que seria adotada. Passamos pela sala e encontrei outras meninas brincando com os brinquedos que ganhamos da doação, diversas pessoas fazem doações para gente e às vezes recebemos até visitas de algumas delas e de alguns alunos das escolas.

Caminhamos para o escritório da dona Marta, ela era nossa assistente social e desde muito novinha eu a conheci. Fui largada pela minha mãe no orfanato, não me recordo do rosto da minha mãe biológica, pra falar a verdade não me lembro de nada.

A madre me deixa na porta do escritório e a abre para eu adentrar, a sala era pequena e quase não havia luz de fora na sala, apenas das lâmpadas e era fria também. Havia uma mesa enorme com vários papeis e um computador, em frente a essa mesa estava dois casais, um homem loiro e uma mulher com os cabelos pretos e dois pares de olhos azuis. Pareciam amigáveis e gentis, eles me olham e abre um sorriso acolhedor. Estava com medo deles, nunca fui adotada e praticamente quase todas as minhas amigas que eu fiz no orfanato foram adotadas e nunca voltaram pra cá e nunca tive mais noticias delas, mas a Marta diz que elas estão bem e muito bem cuidadas e que um dia seria a minha vez de ser adotada, pelo jeito esse dia chegou.

Obsessão PerigosaWhere stories live. Discover now